quarta-feira, 29 de junho de 2016

Cantos e encantos!


A música tem um papel fundamental nas nossas vidas... Ela nos faz lembrar de momentos bons e ruins, serve para expressar diferentes sentimentos sobre situações da vida. Também nos faz sentir sensações que, em palavras, seria impossível de se explicar.

Música é uma verdadeira arte que manifesta os mais profundos sentimentos da nossa alma! Não é à toa que, desde bem cedo, as crianças já se balançam ao ouvir um ritmo musical e quantas crianças ao nascerem só dormem ao som de uma música?!

O ser humano é um instrumento desde que nasce. Qualquer batida com os pés, ruído com a boca, batuque com as mãos se torna um ritmo musical. A vida é música, cada som tem uma frequência diferente e uma forma também diferente de causar efeito em cada ouvinte. A música é fantástica!! 

E quem disse que ela não cura!?! I Sam 16:23: “E sempre que o espírito mau, permitido por Deus acometia o rei Saul, Davi tomava a harpa e tocava. Saul acalmava-se, sentia-se aliviado e o espírito mau o deixava”. Vemos neste texto, Saul atormentado por espíritos malignos, e libertado pela música ministrada por Davi com sua harpa.

Eu não consegui me lembrar de alguma música que eu cantei para os meus filhos durante a gravidez, mas sei que cantei, pois sempre gostei muito de cantar. 

Me lembro de alguns corinhos evangélicos que cantei para eles durante a infância. Eis alguns deles:

Soldadinho de Mara Lima:
“Sou um soldadinho, sou militar / De farda e bonezinho, já sei marchar/Soldado não descansa, dorme no chão / Na hora da partida ele faz / Blim bom pororom pom pom
Não usamos espingarda / Nem espada, nem canhão / Nossa força é a verdade / Nosso lema é salvação / Pororom pom pom / Pororom pom pom.

Outra muito especial! Cantei tanto que ficou marcada, eternizada!
"Meu barco é pequeno / e grande é o mar / Jesus segura minhas mãos / Ele e meu piloto / e tudo vai bem / na viagem para Jerusalém / Meu barco sem Cristo ao céu não irá / nas águas afundará / Mas quando Jesus meu barco guiar / aos céus poderei alcançar.”

Tem uma música da época em que eles tinham de dez a doze anos que até hoje me faz lembrar deles. Trata-se de "Conquistando o impossível", de Jamily. Eternamente no meu coração!

"...Campeão, vencedor / Deus dá asas, faz teu voo / Campeão, vencedor / Essa fé que te torna imbatível / Te mostra o teu valor..."

Os dois  gostam tanto de música que até para irem ao banheiro levam o celular ligado em  músicas! Acho que é por isso que demoram tanto no banho! (risos) 

O Mateus toca violão. Ele participa de um  grupo musical da igreja. É bastante dedicado, chega do trabalho e vai direto para o violão. Eu fico ouvindo e isso me deixa muito feliz! O Elias só pousou para algumas fotos com um instrumento musical, só para aparecer mesmo! (risos) Mesmo gostando muito de música, ainda não aprendeu a tocar! 

Enfim, música é, antes de tudo, movimentos, sons, relaxamento. É de grande importância para qualquer idade e se faz necessária em cada fase da nossa vida, estabelecendo laços emocionais e desenvolvendo atividades de interação como verdadeiro estímulo de grandes emoções!


                                                                   (Maria José - mãe dos quase musicais Mateus e Elias)

terça-feira, 28 de junho de 2016

All Star azuuuuuuuul


O contato do Miguel com a música veio antes mesmo de ele nascer. Comecei a ouvir um monte de música clássica, porque havia lido em algum lugar que isso ajudava a criança a vir calma (tudo bem que não funcionou muito, mas... tentei... vai que, sem isso, ele fosse ainda mais agitado... he he he). Ficava hoooras em frente ao computador lendo, e ouvindo música enquanto alisava a minha barriga, que crescia, crescia, crescia... 

Ouvia também muito Vander Lee, Adriana Calcanhoto, Legião Urbana, Ana Carolina, Eliane Printes, Isabella Tavianni, Nando Reis... e alguns louvores. De todas as músicas, duas marcaram profundamente a nossa trilha sonora, pois toda vez que eu as ouvia, em especial, Miguelito chutava pra valer... e eu interpretava, claro, que ele estava gostando! (risos) Depois que ele nasceu eu adorava cantá-las para ele, principalmente enquanto mamava e ficava me olhando, mexendo em meus cabelos... Ambas são, curiosamente, do poderoso Nando Reis! 

A primeira foi "Espatódea" e até hoje eu choro quando chega nesta parte: "Não sei quanto o mundo é bom / Mas ele está melhor / Desde que você chegou / E explicou o mundo pra mim". Fico emocionada porque compartilho dessa opinião de que é uma loucura colocar filho no mundo do jeito que as coisas estão hoje em dia... mas também me encho de amor e gratidão a Deus por ter me permitido não só ser mãe, mas por ser mãe DELE, do Miguel, tão especial ele é! Parece ser algo contraditório, até meio assustador, mas eu acho que cada criança que vem ao mundo é uma prova de que Deus, em sua tamanha misericórdia, ainda acredita pra caramba na humanidade, ainda acha que vale a pena investir na gente, apesar dos pesares. É um gesto de amor não só entre pai e mãe, mas de Deus mesmo, pra e por nós! Eu creio! E, sem sombra de dúvida, o meu mundo ficou muuuuuuito melhor depois que o Miguel chegou! Sou um ser humano muito melhor também, mesmo sabendo que ainda tenho muito a evoluir.

A segunda música foi "All Star", que ele completava quando eu cantava... e eu achava um barato!!! Aquele cotoquinho de gente já sabendo fazer uma dupla com a mamãe cantando Nando Reis: "Estranho é gostar tanto do seu All Star azuuuuuuuuuuuuuul / Estranho é pensar que o bairro das Laranjeiras / Satisfeito sorri / Quando chego ali / E entro no elevador / Aperto o doze que é o seu andar / Não vejo a hora de te encontrar..."

É, estranho seria se eu não me apaixonasse mesmo por ele, que é meu All Star azul, preto, vermelho, laranja, todas as cores... Fechamento! Total! 

(Andreia Dequinha - mãe do futuro Nando Reis: Miguelito)

segunda-feira, 27 de junho de 2016

A música e você...


Por ser amante de música e ter o hábito de relacionar música às pessoas, não poderia ser diferente com meu pequeno LG! E são tantas músicas nossas... de tantos estágios diferentes...

A primeira é uma sofrência só! Ele era recém-nascido e o vizinho de frente (dono de um pulgueiro) colocava sempre na máquina,  aí acabou ficando: "Hoje acordei e com saudade de você / Bom dia, meu bebê /  Te amo, meu bebê". Ficou um bom tempo e até hoje a família canta para ele...

A outra essa é mais minha, ninguém canta para ele, a não ser eu... nosso segredo... só nosso: "Você é algo assim / É tudo para mim / É mais que eu sonhava, baby"... Pois bem,  a letra dessa música diz muito de tudo que sinto por ele, afinal, ele é mais do que eu esperava mesmo, é muito melhor!!! 

(Elizabeth Oliveira - mãe do DJ LG)

domingo, 26 de junho de 2016

Minha primeira festa na Creche!


Invasão!!!!!! Postagem extraaaaaaaa!!!!!! 

Grande era a minha ansiedade para poder ir à primeira festinha no "Universo Escola", logo eu que sempre participei das festas dos pais como professora e agora era a minha vez de participar como MÃE!!!

Entre indas e vindas de sua gripe, LG quase não foi à creche esta semana e eu esperando ele melhorar, pois estava ansiosa pela festinha! Quando chegou a sexta feira... aff... veio o convite e ele não iria para escola... Mãe louca que sou, já tenho os telefones de diretores, professores, etc, entrei em contato para pegar o nosso! (risos)

Então o grande e esperado dia chegou! Foi ontem! Acordamos, nos arrumamos para o evento (já que o mesmo se tratava de um evento para a FAMÍLIA - aquela com que eu sonhava quando menina -- e saiu um pouco "torta", mas somos loucos e felizes).

Fomos nós para o evento! Eu toda orgulhosa e maravilhada (igual a um pinto no lixo), chegamos no portão e meu convite estava nas mãos da professora. Enfim, cadê a minha vergonha?!? Ela se foi... Tiramos foto maluca, o pai participou de brincadeiras com meu pequeno, parecia uma criança junto com o filho (risos) e o todo torto fez até salto à distância (tudo bem que ficou em terceiro lugar e só havia três participantes!!! Mero detalhe!!! kkkkkkkkkkkkkkkk) e o filho todo bobo sentado, aplaudindo o pai, até a diretora, meu Deus, registrando o mico do meu Boy Magia!!! kkkkkkkkk.

Foi tudo lindo e muito perfeito! Meu filho feliz, passeando pela escola como se estivesse à vontade, mostrando as coisas... Estou certa que fiz a escolha correta em colocá-lo na creche!!! Pude perceber o quanto ele é amado, paparicado por professores, porteiros, inspetoras e pelas tias da cozinha (essas não poderiam faltar, já que meu anjinho é um gulosinho assumido!!!).

Em suma, foi uma manhã meeeeeeega agradável!!!! Não tem preço poder ver o meu filho se desenvolvendo, interagindo com os coleguinhas, admirando o pai, sendo amado e bem cuidado... Sei que ainda irei me emocionar muito com ele!!! 

Recebemos lembrancinha da festa e pude ver que somos uma familia atrapalhada, cheia de loucura e felicidade, pelo menos quando o centro das atenções é o pequeno!!! 

Valeu a pena ver o pai todo torto pulando desengonçado com medo de cair, só para tirar um sorriso do pequeno! Valeu por gritarmos quando apresentaram as professoras, quando torcemos pelos coleguinhas da sala, afinal, todos somos UM. Família é isso! 

(Elizabeth Oliveira - mãe do levado Luis Gustavo)

Simbora brincar?

Todas as vezes em que vou falar sobre meus filhos, acabo dando uma passadinha lá na minha infância. Se já é gostoso visitar épocas através do pensamento, imagine registrar os passos dessas visitas.

Apesar de ter sido "mimada", como relatei em outro texto, minha relação com os brinquedos nem sempre foi tão boa. Aos cinco anos, ganhei uma boneca que chorava e falava "mamã", mas não pude brincar, porque minha irmã havia perdido uma filhinha com apenas uma semana de vida, então, eu a guardei por muito tempo.

Logo em seguida, papai, se esquecendo de que meu aniversário caía em um feriado, acabou comprando um presente na única lojinha de bairro aberta e, aos oito anos, ganhei um trenzinho que andava sobre trilhos e dava cambalhota. Era o que havia disponível...

Eu sonhava com uma Caloi vermelha e, assim como a propaganda me ensinou, enchi os bolsos, espelhos e portas de armários com bilhetinhos para o meu pai: "-- Não se esqueça da minha Caloi." Acabei ganhando uma outra marca na cor roxa, se eu não me engano era uma Monark.

Quando chegou a época do patins, sonhei por muito tempo com um de bota, deveria ser branco com rodas amarelas ou laranjas, como o das minhas amigas, mas o que o meu pai pôde comprar foi um patins de tênis vermelho e branco. Decidiu ainda que seria número 39 para que eu não perdesse tão cedo... Até hoje eu não calço 39! (risos)

Contudo, nada disso fez da minha infância mais ou menos feliz. O importante é que eu fui a única menina da época a ter um trenzinho, tive saúde para andar de bicicleta e meu patins foi aproveitado por muitas pessoas. Com ele, fiz piruetas incríveis usando umas cinco meias e papel higiênico para ocupar os espaços. (risos)

O tempo passou, ele sempre passa...



Renan, meu filho mais velho, adorava os bonecos da linha Max Steel . Ganhava sempre no Natal e no aniversário. Nunca foi possível comprar os mais caros, mas ele se mostrava bem satisfeito com os que recebia. Acho que puxou a mim. Será?

Como vivemos aprendendo com os nossos filhos, a lição dessa época foi entender que as crianças se contentam com muito menos do que nós, os adultos.

Eu sempre parei para observar meu filho brincando. Quanta imaginação! Com aqueles bonecos, explorava muitas aventuras. Depois dessa fase, os brinquedos eletrônicos tomaram conta e a partir de então, foi um videogame atrás do outro, jogos e mais jogos.

O curioso é que nunca precisei proibir ou limitar o uso de nada, pelo contrário, eu precisava mandar:
"-- Renan, vai brincar". Ele me respondia com um sorriso. Que saudade...

Com a Maitê, o brincar foi sinônimo de desenvolvimento. Até os três anos, entrar em uma loja de brinquedos ou em um açougue era a mesma coisa. Nada despertava a curiosidade da minha menina. Meus sonhos de bonecas e casinhas tiveram que ficar guardados por um bom tempo. Mas, como Deus é perfeito e faz tudo passar, ela começou a se interessar por brinquedos e livros.

A minha alegria foi imensa quando, certa vez, entrei no shopping para comprar um presente e ela avistou a boneca da Luna. Foi amor à primeira vista! Ao olhar para a boneca, arregalou os olhos e disse: "-- Lu - na". (risos) 

Eu quase tive que contar moedas, mas ela saiu da loja abraçada à sua mais nova "amiguinha", a quem abraça e beija até hoje.

Foram muitas tentativas para chamar a atenção da pequena quanto aos brinquedos.

Lembro-me ainda da  primeira Barbie da minha filha... A  Maitê a levou para a varanda e voltou em menos de dois minutos com a cabeça na mão, mastigando o pé da coitada. Foi traumatizante, mas passou. (risos)

Como a Maitê é muito musical, acaba se interessando por tudo o que envolve melodias. Hoje, o sucesso é o teclado que herdou do irmão. Além disso, livros musicais ou bonecas que falam e cantam, atraem a atenção dela. Sem me esquecer dos tablets e telefones, o mundo virtual é realmente muito atraente e cheio de possibilidades. 


Seja na minha infância, na dos meus filhos ou  de qualquer criança, o brinquedo tem uma função libertadora que deve ser respeitada. Quer conhecer seu filho? Observe-o brincar. Seria tão bom que nós "adultos" pudéssemos ter um mundo paralelo e fugir um pouco, não? No mundo da fantasia, o valor e as formas não importam. 

O mundo real às vezes se torna tão difícil...  Simbora brincar?

                                                                                            (Mônica Jogas - mãe do Renan e da Maitê)

sábado, 25 de junho de 2016

Brinquedos são asas


Em qualquer época da história da humanidade o brinquedo foi algo indispensável para o desenvolvimento do ser humano. Meus pais contavam que, devido às dificuldades econômicas,  eles mesmos montavam os carrinhos feitos de madeiras, bonecas de pano ou de milho verde, além das brincadeiras inventadas que os divertiam muito.

As gerações posteriores não vivenciaram tais problemas dessa forma, pois a tecnologia em parceria com o capitalismo trabalharam juntos para oferecer às crianças um leque de possibilidades lúdicas, umas estimulando a imaginação, outras, nem tanto. Embora o objetivo geral do brinquedo seja o entretenimento, há uma função mais específica em seu manusear, cuja criatividade pode ser necessária ou não.

Durante algum tempo, vamos oferecendo aos filhos o que consideramos pertinentes à idade deles. Eu não descarto os carrinhos, bicicletas, pipas, bolas nem as bonecas e acessórios das casinhas, mas sempre simpatizei com brinquedos criativos ou aqueles que exploram a fantasia  da criança ao serem manuseados. Mesmo assim, não fui tão seletiva e mostrei várias opções, deixando (quando possível),  a escolha por conta deles.

Por isso,  minha casa nunca pareceu um centro cirúrgico, os brinquedos reinam...

Brinquedos intocáveis e guardados em caixas, somente o período em que estavam nas lojas.  Depois que iam para o nosso lar, seu universo se estendia aos cômodos e quintal e entravam em nosso contexto. Eu, ora participava das brincadeiras com meus filhos, ora fazia valer a autoridade materna, solicitando a organização daquela bagunça colorida e deliciosa.

O Danilo possuía muitos brinquedos, os quais somente viviam seus minutos de glória e  prioridade no momento em que os ganhavam, ou seja, ele não se importava em vê-los nas mãos de outras crianças, não era possessivo, tampouco cuidadoso com os seus pertences. Gostava de brincar com alguém e não sozinho. Havia os tradicionais (carrinhos, bolas); sonoros (instrumentos musicais e outros) e os mais moderninhos: lúdicos (jogos e de montar); bichos, trenzinho e carros de controle de remoto e/ou à pilhas, livros-brinquedo, espadas, vídeo-game... Quando ganhou o primeiro triciclo ele ficou encantado!  Pedalava de um canto para o outro em movimentos circulares fazendo peripécias com essa nova aquisição. A meu ver, foi o brinquedo que ele demonstrou mais entusiasmo. Depois, veio a bicicleta para umas voltas e aventuras pelo bairro.

Entretanto, ao perguntar ontem qual sua preferência em relação aos brinquedos que tivera, surpreendi-me quando afirmou que era o trenzinho movido à pilha. Faz sentido: ele sempre foi fascinado por velocidade. O tal trenzinho sobreviveu heroicamente à infância e adolescência do Danilo. Aos vinte anos foi pai, e seu filho (Gabriel) também  usufruiu desse privilégio (com restrições, é lógico!).

A Grande Miúda Patrícia teve os mesmos mimos do irmão em relação à diversidade de brinquedos, porém acrescentando: carrinhos e outros acessórios das “tantasss” Barbies e outras bonecas, muitos bichos de pelúcia; móveis de madeira para brincadeiras de casinha; a indispensável bicicleta, livros-brinquedo, canetinhas para riscar as bonecas e as paredes, etc. Tinha acesso a todos os brinquedos do irmão e às vezes brincavam juntos (até desencadear uma briguinha básica). Existe até hoje em casa uma boneca que ela deu o nome de Viviane (em homenagem a uma vizinha de que ela gostava muito) e foi a única não doada. Contudo, quando perguntei a ela qual o brinquedo que marcou sua infância, respondeu que era aquele que mais estimulara sua imaginação e por isso a carregava sempre consigo: a casinha da Ninoca. E explicou que se divertia muito ao criar as roupas de papel e vestir a Ninoca,  reinventando situações na casinha e compartilhando as emoções. Esse livro-brinquedo foi adquirido uma vez em que fomos juntas à editora Ática e, enquanto eu  escolhia uns livros, minha filha apaixonou-se pela novidade e eu lhe dei de presente.

Há outro fato marcante referente ao tema com outro protagonista:  o Gabriel, meu neto. Os brinquedos que ele possuiu e possui representam, em média, o dobro em relação ao pai e à tia. Nadava em brinquedos variados, porém quando pequeno sua paixão pelos dinossauros era impressionante. Conhecia todos os tipos e características de cada um, sabia tudo sobre esses gigantes e antigos habitantes do planeta. Dizia que seria paleontólogo para saber mais sobre eles. Em casa tropeçávamos em dinossauros por todos os cantos: brinquedos, livros, filmes, revistas, desenhos, etc. Gabriel foi levado a exposições desses bichos para saciar sua curiosidade e encanto. Uma das suas festas de aniversário teve o tema e não foi nada fácil conseguir montar. Com o tempo, ele se interessou por outros assuntos, aderiu à tecnologia (adora jogar no computador e vídeo-game), mas até hoje quando vê algo sobre dinossauros fica atento. Pensei que esse fascínio faria do dinossauro seu favorito e me enganei novamente:  ele esclareceu que o Lego é o melhor brinquedo. Deve ser pelas infinitas possibilidades de criação: montar, desmontar e remontar. Um brinquedo que não possui um fim em si mesmo, ele é um instrumento para a imaginação voar quantas vezes forem necessárias.

A infância, esse período do possível, atua de forma mágica, pois capacita a criança a lidar com o mundo adulto. Ao brincar, ela reflete suas experiências de vida e consegue reconstruir sua realidade a partir do seu olhar e dos seus anseios. Os brinquedos vão além do entretenimento: são companheiros que auxiliam na compreensão de si, do  mundo  e das  demais pessoas. Não é justo negar aos filhos esse direito...
                                        (Zizi Cassemiro - mãe do Danilo e da Patrícia; avó do Gabriel e do Johnny)

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Entre bolas e pipas, a descoberta da alegria!


Infância  é sinônimo de alegria, inocência e brincadeira. A cada fase uma nova descoberta, e a cada descoberta um mundo de opções.

E, em meio a todo esse fascínio dessa fase tão importante e encantadora, a descoberta daquele brinquedo favorito que será entre todos o predileto é sem dúvida inesquecível!

Sempre incentivei meus pequenos a brincar, deixando-os à vontade para que soltassem a sua imaginação, transformassem seus bonecos em super heróis, suas bicicletas em motos velozes, capazes de levá-los  a passeios radicais.

Durante essas brincadeiras, aos poucos eles foram descobrindo quais brinquedos mais lhes agradavam, e consequentemente se tornariam seus favoritos.

Apesar da diferença de idade entre eles, por incrível que pareça, a paixão pela BOLA foi unânime. Assim que ganhavam suas primeiras bolas, elas se tornavam suas fiéis companheiras, a alegria dos seus dias.

Acordavam cedo e logo após o café, ou mesmo antes deste, já estavam com suas bolas, prontos para mais um dia de futebol. (risos)

No meu filho mais velho, a paixão por esse brinquedo o levou a participar por um tempo de uma escolinha de futebol. Lembro  que era o menor dos participantes, e tive quase que implorar para que o professor deixasse ele participar. Eu o levava para treinar três vezes por semana.

Um belo dia, para nossa tristeza a escolinha foi desativada, uma pena, porque ele já estava incentivando o irmão a participar, e entre eles já haviam combinado tudo, mais alguns anos e treinariam juntos.

Mas o reinado absoluto da bola foi interrompido assim que conheceram as PIPAS! A partir dali as bolas e as pipas seriam seus brinquedos favoritos! Acredito que a sensação de liberdade e a adrenalina das manobras radicais das pipas foi o que motivou esse encantamento.

E como não basta ser pai e mãe, tem que participar, como pais tivemos que aprender, ou melhor, reaprender a fazer as pipas e soltá-las para então, ensiná-los.

Eles continuam apaixonados por estes brinquedos até hoje, e, com a chegada do terceiro irmão, trataram logo de ensiná-lo o quanto a vida pode ser mais divertida com as bolas e pipas. Apesar dos dois anos de idade, o Miguel, o caçulinha do barulho, já adora jogar bola e soltar pipa.

                                          (Elizabete Sampaio - mãe de Caíque Gabriel, João Pedro e José Miguel)

quarta-feira, 22 de junho de 2016

A paixão é redonda!

A infância é uma fase encantadora, por isso é tão importante que ela seja vivida com intensidade, com afeto e com muitas brincadeiras, coisas que desenvolvam nos pequenos a imaginação e a curiosidade até chegarem à descoberta daquilo que realmente interessa pra eles.


Os meus filhos aproveitaram muito bem a infância, sempre tiveram muitos brinquedos. Até hoje guardam uma caixa com quase duzentos carrinhos da Hot Wheels! Dizem que estão guardando para os filhos! (risos)

Também já tiveram vários vídeo games: Poly Station, Play Station II, X-box 360 e agora eles têm um X-box One.

Mas a grande paixão da vida deles sempre foi a BOLA! Desde muito cedo manifestaram essa preferência. Parece até que o fato de ser redonda promoveu neles o prazer de vê-la em movimento e de correrem atrás dela intensamente. Bem pequenos eles já se divertiam engatinhando atrás da bola. Cresceram e continuaram se divertindo com a redonda. Com isso, as aulas preferidas sempre foram as de Educação Física. Não sei se pelo fato do pai deles gostar tanto de futebol, os três brincavam horas e horas no quintal de casa. Parecia uma festa! Eu tinha dificuldades de trazê-los para a hora do almoço ou do jantar e sempre que isso acontecia eu ficava muito irritada!!

Eles cresceram e a paixão só aumentou, sempre que viajamos a bola vai junto e formam um time aonde chegam. A bola está exposta em cada canto da casa, se estão sentados à mesa do computador, jogando vídeo game ou assistindo tv, muitas vezes a bola está lá, embaixo do pé em movimento. A nossa casa é um verdadeiro depósito de bolas, de chuteiras, de luvas, de uniformes dos times, meiões de futebol e para completar ainda tem o chulé que é de amargar! (risos)

A paixão deles pelo futebol é inegável e salta aos olhos de todo mundo. logo que chegou a idade de participarem dos jogos escolares, eles não perderam tempo. O Elias se destacou mais nesse sentido, pois no ano de dois mil e onze, como goleiro, ele conquistou o campeonato municipal, regional e estadual até chegar às Olimpíadas estudantis realizadas em João Pessoa na Paraíba. E lá se foi o meu pequeno com apenas onze anos, viajar pela primeira vez sozinho, sem a família. (coração partido). Foi com a equipe Seduc/MT. Mas dessa vez, valeu mesmo só a viagem, o hotel praia e a experiência. Ganhou apenas uma partida contra o Acre, mas mesmo não conseguindo a classificação, foi a coisa mais incrível que aconteceu na vida dele.

Depois desse episódio marcante, ele continuou jogando como goleiro e conquistou muitos títulos. Alguns deles como goleiro destaque. O Mateus teve poucas participações nos jogos estudantis, ele se destacou mais jogando alguns torneios, aqui mesmo na nossa cidade, sendo campeão em alguns deles.

No futebol, não viveram só de alegrias, o brinquedinho favorito deles também trouxe derrotas, frustrações e muitos perrengues, perderam alguns campeonatos, muitas vezes chegaram ralados, com a unha arrancada.O Elias quebrou a clavícula. Sofreram com isso, eu também! Mas aprenderam muito também! Como diria Galvão Bueno: "Haja coração"!

Esse brinquedinho tão expressivo, pode até nunca trazer nada de tão extraordinário na vida deles, mas com certeza farão deles uns campeões em saúde!!


                                                                               (Maria José - mãe dos atletas, Mateus e Elias)

terça-feira, 21 de junho de 2016

Ahhhh, o preferido é o FILHO dele!


Confesso que tive que explorar bastante a minha memória para chegar ao brinquedo favorito dele, mesmo assim tive uma certa dificuldade em eleger o "mais mais", dentre vários, de vários momentos, então fiz um mosaico de fotos para me servir de "cola" e uma listinha dos principais deles! Isso vale?!? (risos)

O Miguel sempre gostou de ter uma espécie de "filho", pois desde que se entendeu por gente ele abraçava carinhosamente os seus bonecos e tratava como o pai mais amoroso do planeta! Saía arrastando o(s) pobrezinho(s) por toda a casa! E é assim até hoje!

O primeiro que ele conheceu (e por quem se apaixonou) foi o Léo, o bonequinho de pano que eu comprei quando ainda estava grávida e com quem ele passou a dormir abraçado! Foi assim por muito tempo! Depois ele o deixou um pouco de lado e elegeu como preferido o Dedé (nome que ele mesmo escolheu!), o primo do Léo, por também ser de pano, só que menos macio. Se acabava de rir com ele e batiam altos papos! (risos)

Depois se apaixonou pelo ursinho Kiko, nosso amigo azulzinho! Mas logo depois o substituiu descaradamente pelo Mickey (será que era por que este era mais famoso e passava na TV?!? Juro que não sei!!!), que logo também perdeu o posto para o Bidu, outro também famoso! (risos) O Bidu cedeu a vaga para um tigre que nunca foi batizado, coitado! Era só "Tigre" mesmo! E ponto e só!

Pelo macaco Caco foi um misto de amor e ódio, não necessariamente nessa ordem. Ele foi presente da tia Nayara e ele, a princípio, o detestou, sentia medo, aflição, mas depois... se tornaram grandes amigos! Os cabelinhos do Caco resistiram bravamente a cada puxão... o rabo e as pernas também... Ufa! (risos)

Todos eles só tiveram sossego, de fato, quando finalmente eu encontrei "o boneco com piru" que ele tanto queria e que eu tinha prometido comprar! Ele ganhou quando tinha quase dois anos e, pasmem, até hoje é seu amigo inseparável! O boneco já se encontra até meio encardido, coitado! E não tem sossego, nenhum! É o dia todo falando "Vem com o papai!". É pra ele que ele "lê" a maioria dos livrinhos, é com ele que ele vê desenhos e filmes na TV, é a ele que ele ensina o que aprende na escola e dá até umas boas broncas quando ele não presta atenção ao que ele fala! Troca a roupa do filho, que já está desfraldado (houve época em que até fralda ele colocava e com direito até a passar pomada no bumbum!), enfim, cuida, e sem me pedir nenhuma ajuda! Não é de explorar a vó (eu) nem a bisa (mamãe). kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Acho tudo isso um barato! Mesmo tendo sempre muitos brinquedos (qualquer criança que avista o quarto da minha mãe fica louca e é uma luta pra conseguirem arrastar de lá, sem exagero!), que eu faço questão de ir doando para que outros cheguem, ele sempre elegeu um pra cuidar. Tudo indica que será um excelente pai! Tomara, tomara... acho tão bonitinho isso nele...

(Andreia Dequinha - mãe do pai cheio de filhos: Miguel)

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Para o infinito e além!!!


Meu pequeno nunca foi de se apegar muuuuuito a um determinado brinquedo! Sinto que ele tem sua paixão discreta pelo Homem Aranha e tal, mas nada se compara ao Buzz (Toy Story).

A primeira vez que ele viu esse boneco foi na casa da avó! Como era do primo (que, nessa época, pouco gostava de dividir as coisas), meu pequeno ficou triste e eu, sem grana, não dava para comprar, mas havia prometido que compraria um pra elezinho assim que desse!

Passou um tempo, fui à "Casa & Vídeo", no Dia das Crianças, e ele se encantou novamente pelo (mesmo) boneco e o pai (mais do que estraga-prazer) disse para não comprar e tal, e eu, burra, acatei! Fomos embora. Realmente ele não se importou, por ser um menino bom, de poucos brinquedos, tanto que a maioria que ele tem foi doado pelo primo mais velho, porque às vezes eu não consigo dar o que tenho vontade (bom, mas isso são outros quinhentos!).

Como costumo dizer que "O Tempo é o Senhor de tudo", um belo dia fomos ao Shopping (evento raro), estávamos próximos ao Natal, então não resisti e comprei pra ele! Foi a melhor coisa que eu poderia ter feito! Passei por cima de tudo e todos pra poder comprar! Foi muito gratificante ver o olhar dele achando que nem poderia tocar no boneco, mas eu dizendo que poderia, pois aquele era dele! Os olhos de surpresa e encantamento me fizeram sentir uma dor imensa por não ter lhe dado esse prazer antes! Todos os cuidados eram para o Buzz! Ele brincava e colocava novamente na caixa! Ele não podia nem dormir com ele, pois tinha que ficar dentro da caixa guardadinho... (risos)

Até hoje as falas do Buzz encantam meu pequeno! Toda vez que vou colocá-lo no colo, falo: "-- Para o infinito e além" e ele dá impulso para subir! Voamos como o Buzz, brincamos e tudo mais! Claro que adoraria poder dar a coleção tooooooda para ele, mas infelizmente não dá!

Para vocês terem uma ideia, até para a creche escondido o tal do Buzz já foi! Coisas desse menino....!!! (risos)

O Homem-Aranha é outro brinquedo preferido também (por sinal, é assim que eu o acordo para tomar a sua mamadeira... Eu o chamo de "Homem Aranha" e ele acorda na hora! he he he).

Aos poucos sei que ele arenderá a brincar com pequenos bonecos, que agora já têm sido sua paixão! Motos também! Ahhh, e o Pirulito (mas esse é para dormir... o palhacinho que eu apelidei)!

Meu lado menino é bem forte, então brincamos com quase tudo! Eu o ensino a viajar, literalmente, na maionese, pois quero que ele conheça esse mundo dos sonhos loucos! Disso a mãe dele muito entende! kkkkkkkkkkkkkkkk
(Elizabeth Oliveira - mãe do arteiro LG)

domingo, 19 de junho de 2016

Existe amor no colorido


O tema é complicado, mas muito importante, pois até uma certa época de minha vida eu fui muito preconceituosa, homofóbica mesmo, de carteirinha, chegando a ser grossa com pessoas que hoje amo.

Tudo começou no meu ambiente de trabalho, já que lá tinham pessoas que são homossexuais, e eu, de cara, tinha repulsa, pouco me aproximava, chegando a ter nojo mesmo. RIDÍCULA eu fui, eu sei! Sorte que a gente muda... repensa... evolui... Hoje uma dessas pessoas é, inclusive, padrinho (ou será madrinha?!? he he he) de meu filho! Aprendi muito com elas e entendi que o amor tem suas inúmeras formas, basta apenas respeitarmos.

Quanto a meu filho ser homossexual ou não, deixarei para que ele escolha, certa de que que estarei ao lado dele para tudo, mesmo sabendo que terei por parte da avó dele muitos falatórios DESNECESSÁRIOS, já que ela recrimina até as roupas coloridas dele, os SALMÕES (rosa mesmo!)! Mas será que um tom irá definir o caráter de uma pessoa? Será que essas cores vibrantes e alegres podem determinar se vale ou não a pena estar do lado de alguém?

Perguntas e mais perguntas... todas sem respostas...

Hoje tenho consciência de que tenho um filho,  um ser humano livre do peso sexual, pois é muito novo ainda para se decidir o que deseja ou não. É meu filho, meu pequeno raio de luz e nesse raio quero todas as cores vibrando, que ele possa se encantar com todos os tons, que ele possa viver a magia das cores, que ele cresça uma pessoa digna, amável, tolerante, feliz...

Porque neste pequeno tempo que temos nesse espaço chamado Terra, devemos compreender realmente o outro como sendo único, nossos irmãos mesmo, e nós, na condição de mãe, aquela que gera um feto que mal se sabe o sexo, temos que apoiar nossos filhos em suas escolhas, e quando essas não nos agradarem devemos ouvir deles as suas razões e demonstrarmos as nossas, aí, somente depois disso tudo, dizer que vamos ou não apoiá-lo, e seguirmos nossa missão, que é mar , cuidar do filho gerado sem discriminá-lo, pois o pior preconceito vem de dentro de nossas casas.

Nós somos responsáveis por toda maturidade das escolhas de nossas crias.

Amo meu filho sendo ele do sexo masculino, gay, travesti, transformista, ou simplesmente sendo o MEU Luis Gustavo!
(Elizabeth Oliveira - mãe do LG, o Luís Gustavo )

Não te demores...

Se tem algo que realmente me tira do sério, facilmente, é a INTOLERÂNCIA; é qualquer situação de INJUSTIÇA cometida, seja ela em maior ou em menor grau. E como tenho sofrido com isso! E como também tenho me investigado para ver se em algum momento eu também falho e ajo assim, ainda que não detecte, ainda que não seja consciente. Se já me cobrava imensamente como professora, depois que fui mãe então... tudo piorou! Poder influenciar muitos alunos por algumas horinhas por dia me dava medo, confesso, mas saber que posso influenciar uma criança, que nasceu de mim, por toda a minha existência me deu... NEUROSE! PÂNICO mesmo! (risos) 

Junto com essa mãe apavorada e preocupada, nasceu uma combatente super atenta, munida de muitas armas verbais, que usa na cara dura em qualquer situação e com qualquer pessoa, à queima-roupa mesmo! Na bucha! 

A primeira vez foi quando descobri que estava esperando um MENINO e já vem aquele blá-blá-blá chatérrimo de comprar enxoval azul... ou amarelo... ou verde... ou... ou "o problema é meu"!!! Curta e grossa!!! O que uma cor tem a ver?!? Se eu quiser fazer tudo branco?!? Ou com todas as cores do arco-íris?!? Ou se eu nem quiser me preocupar, sinceramente, com esses detallhes?!? Acabei fazendo verde, porque eu quis. Simbologia. Traz esperança. Renova. Nada a ver com ser de menino... Se eu cismasse com o rosa, faria numa boa, dane-se o que pensariam! 

Entre carrinhos, bolas, bonecos e aviões, bonecas e panelinhas sim... Criança precisa brincar do que ela quiser, e tais proibições só incentivam meninos a serem ogros, trogloditas, machistas... Podem cuidar da casa sim, cuidar do filho, fazer comida... o que quiser... desde que se queira... simples assim...!!! Então aqui em casa nunca rolou aquele papo de "isso pode e isso não pode", "isso é coisa de menino e isso é coisa de menina". 

Quando o Miguel tinha uns três anos e meio, comprei uma camisa linda pra ele! SALMÃO! Não quis vestir. Estranhei. E aí que fui descobrir que, na escola, a despreparada da tia havia batido o papinho careta com eles de que há cores femininas e cores masculinas. Combatente em ação. Lá fui eu. Justo no dia em que a dita cuja estava com uma camisa AZUL... perguntei se ela havia deixado de ser menina porque estava usando uma cor que, segundo ela, era masculina. Ela arregalou os olhos, mas ACHO que entendeu, assim como entendeu ainda mais quando o próprio Miguel "desenhou" dizendo que "usar azul não mudou a xoxota dela pra lulu" (o que sinceramente não sei dizer se me encheu mais de vergonha ou de orgulho! risos). 

Essa mesma "professora" achava normal uma turminha toda deixar de lado um coleguinha que, segundo ela, era "encardido", em vez de falar que era negro... como se isso também fosse algum problema! A combatente foi lá, furiosa. Meu filho nunca poderia cogitar tratar de forma diferente alguém por causa de cor... Foi um ano difícil, bem difícil. 

Aqui em casa também não escondo nada de Miguel. Não desligo a TV quando vejo que está passando uma cena mais caliente. Não alimento, mas também não castro. Deixo-o à vontade pra perguntar, se quiser. E respondo. Seja lá o que for. Com tamanha naturalidade. E que Deus me proteja... (risos)

Uma vez ele estava vendo a novela do Félix, que deu um beijo em outro homem. Ele parou e me perguntou se "homem beijava homem". Respondi que sim, se eles se gostarem, que não tinha problema nenhum. Que "mulher também podia beijar mulher", se ambas quisessem. Aí veio o rápido diálogo:

-- Mas só tem na televisão ou tem "no mundo", mãe? 
-- Tem no mundo também, filho. Um monte. 
-- Eu nunca vi. Não conheço nenhum homem que goste de beijar outro. 
-- Você conhece sim, filho, e nem sabe. Tio Hair, por exemplo, é GAY. 
-- Aiiiiiii, meu Deus!!! 

Eu fiquei roxa, apreensiva, com medo do que aquela criança estaria pensando e falaria... Fiquei me sentindo culpada por ter de repente antecipado um papo sem que ele tivesse maturidade para entender... suei frio... enfim....

-- E eu que pensei que o tio Hair fosse CARTEIRO! 

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Impossível não rir. A pureza da criança é tão comovente... Pra ele não havia nada de errado (e não havia meeeeesmo!) com o fato de tio Hair ser gay, de gostar de outro homem, mas ele só achava que ele fosse carteiro, por andar muito com roupa amarela e com boné... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk E eu toda na defensiva, preocupada, sem saber ao certo como lhe explicar o inexplicável. Sim, porque aceitar o outro não é necessariamente ter que entender... é SENTIR... simples assim!!! E como o outro insiste em complicar, meu Deus!!!

Mais pra frente teve aquela polêmica por conta de um comercial (até bem sutil) de um perfume de O Boticário. Ele viu e eu perguntei se ele achou algo estranho. Não achou. Só viu pessoas ali trocando carinho, presente, amor. Ponto pra ele! Aplausos! 

Tento criar o meu filho livre de amarras e de pré-conceitos. Tento mostrar para ele que TODOS merecem e exigem respeito, independente de qualquer coisa. A diferença não diminui, mas soma, acrescenta. Nada justifica uma violência, uma agressão. Todo ser humano deveria amar o outro, porque ele é HUMANO, portanto, tão IGUAL a nós, e isso deveria bastar. Que isso, aliás, nos baste. E isso não significa que não possa haver algo que não nos incomode ou com o qual não concordamos... e, nestas horas, podemos evitar muitas coisas simplesmente recorrendo a esse tão simples lema: 


(Andreia Dequinha - mãe do compreensivo Miguelito)

Vamos refletir?!?

Pelos direitos dos meninos 




Que nenhum menino seja coagido pelo pai a ter a primeira relação sexual da vida dele com uma prostituta (isso ainda acontece muito nos interiores do Brasil!). 

Que nenhum menino seja exposto á pornografia precocemente para estimular sua "macheza" quando o que ele quer ver é só desenho animado infantil (isso acontece em todo lugar!). 

Que ele possa aprender a dançar livremente, sem que lhe digam que isso é coisa de manina. 

Que ele possa chorar quando se sentir emocionado, sem que lhe digam que isso é coisa de menina. 

Que não lhe ensinem a ser cavalheiro, mas educado e solidário, com meninas e com os outros meninos também. 

Que ele aprenda a não se sentir inferior quando uma menina for melhor que ele em alguma habilidade específica -- já que ele entende que homens e mulheres são igualmente capazes intelectualmente e não é vergonha nenhuma perder pra uma menina em alguma coisa. 

Que ele aprenda a cozinhar, lavar prato, limpar o chão para quando tiver sua casa poder dividir as tarefas com sua mulher -- e também ensinar isso aos seus filhos e filhas. 

Na adoelscência, que não lhe estimulem a ser agressivo na paquera, a puxar as meninas pelo braço ou cabelos nas boates, ou a falar obscenidades no ouvido de uma garota só porque ela está de minissaia.

Que ele não tenha que transar com qualquer mulher que queira transar com ele, que se sinta livre para negar quando não estiver a fim -- sem pressão dos amigos. 

Que ele possa sonhar com casar e ser pai, sem ser criticado por isso. E, quando adulto, que possa decidir com sua mulher quem é que vai ficar mais tempo em casa -- sem a prerrogativa de que ele é obrigado a prover o sustento e ela é que tem que cuidar da cria.  

Que, ao longo do seu crescimento, se ele perceber que ama meninos e não meninas, que ele sinta confiança na mãe -- e também no pai! -- para falar com eles sobre isso e ser compreendido. 

Que todo menino seja educado para ser um cara legal, um ser humano livre e com profundo respeito pelos outros. E não um machão insensível! Acredito que se todos os meninos forem criados assim eles se tornarão homens mais felizes. E as mulheres também serão mais felizes ao lado de homens assim. E o mundo inteiro será mais feliz. 

O machismo não faz mal só às mulheres, mas aos homens também, à humanidade toda. 

Meu ativismo político é a favor da alegria. Só isso. 
(Sílvia Amélia de Araújo)

Ideologia de qual gênero?


Isso é uma grande briga interior e exterior para mim, enquanto mãe.

Quando descobri que estava grávida de menina, eu fiz questão de evitar o excesso de roupas rosas, deixei o quarto pintado de branco (e a cada conversa com familiares, amigos e estranhos que sempre perguntavam: "qual é o tema do quarto?" Eu: "tema branco, decoração estilo minimalista" -- ha ha ha -- e recebia olhares e caras esquisitos em resposta). Essa era uma forma de demarcar meu posicionamento em relação a questões de gênero e consumismos maternos. 

Um bebê não precisa de nem metade das palhaçadas que te vendem, ainda mais no que tange às especificidades de gênero! Aliás, algo que não entendo são esses meses de "NÃO à ideologia de gênero", porque a confusão é tão grande na cabeça da sociedade que não percebem que, na verdade, vivemos uma forte ideologia de gênero - biunívocal -, que é o que essas pessoas pensam estar defendendo. 

Eu, Adriana, digo não à ideologia de gênero (toda e qualquer) - para que tanta classificação em relação à sexualidade??? Vivo uma luta diária com minha filha. Os inimigos são muitos: desenhos, escola, animações de festinha, filmes... As ideologias estão por aí por todo lado e tento protegê-la disso. A cada vez que ela -- amante fervorosa do rosa --, desde que começou a estudar, diz que determinada roupa não pode ser da boneca porque é azul, eu a incomodo, fingindo ser a boneca dizendo que ama azul! E o oposto para os bonecos que "não podem usar rosa". Nas festinhas, as brincadeiras são sempre "meninos contra meninas! E em festa de menina não pode ter futebol!". Dentre outros absurdos que vamos ouvindo. 

Outro dia, estava assistindo GNT, mas fui fazer algo pra ela e, quando voltei, ela estava atentamente assistindo a um beijo gay naquele programa sobre casamentos em que estavam ao mesmo tempo falando de um casamento heterossexual e um homossexual. Fiquei calada e esperei algum comentário. Ela agiu normalmente. Eu só sorri e disse: "Viu que legal pessoas que se amam celebrando seu amor com festas de casamento?" Ela só sorriu de volta, disse "vi!" e ficou bem. 

As crianças não nascem com esse tipo de estigma, não nascem com ideais de gênero. Elas nascem entendendo o amor. E isso que eu faço questão que minha filha não perca! Desejo que ela entenda que o amor se manifesta de diversas formas e pode ser assim com ela mesma. O resto são classificações baratas a que devemos tentar desconstruir e, quando não der, bater de ombros. Espero que ela siga assim...  
(Adriana Lessa - mãe da espertíssima AV) 

Para a gente refletir um pouco neste mundo tão intolerante...

Sim. Eu gostaria que meu filho fosse homossexual.


Dia desses entrei em um debate num grupo de mães sobre a possibilidade de a Elsa (princesa da Disney) ter uma namorada em uma nova versão a ser lançada em breve.
Um tanto receosa me arrisquei a ler os comentários e, após a leitura de todos, com o estômago bastante embrulhado e os olhos marejados, posso dizer, sem medo de errar que nossas lamentáveis estatísticas fazem todo o sentido.
A maioria esmagadora dos comentários era contrária a essa possibilidade, embora grande parte começasse esclarecendo não ser "preconceituosa" e nem "ter nada contra o homossexualismo (sic)."
Apelou-se muito também para o fato de que simplesmente não se deveria abordar sexualidade nos desenhos (com o quê posso até concordar, mas ninguém está protestando por isso até onde me consta, então me soou aquela coisa meio "e a fome na África?").
Até pessoas sensatas e detentoras de toda a minha admiração limitavam a análise a: "eu vou explicar quando for a hora" ou "não precisa de algo tão explícito" e ainda, "uma coisa é aceitar e outra é incentivar." Li até que "meu primo é homossexual e até ele achou desnecessário."
Ela foi alvejada no twitter com a hashtag #AnormalÉoTeuPreconceito, mas rapidamente essa manifestação de apoio foi suplantada pelo apoio à apresentadora através da #PatriciaAbravanelMeRepresenta.
Fato é que uma parcela mais do que considerável da sociedade entende que é "ok" excluir manifestações de afeto que não sejam heterossexuais dos olhos da sociedade, que elas podem "até ser homossexuais, mas entre quatro paredes".
Uma expressiva quantidade de pessoas parte da premissa de que "aceita" homossexuais e isso para mim é muito louco. Ninguém deveria aceitar nada. Ninguém "aceita" que a pessoa seja loira, ou bonita, ou feia (até isso inclusive sendo algo a ser desconstruído) ou alta ou baixa.
Ninguém "aceita" que alguém seja heterossexual, então, porque raios deveria aceitar a homossexualidade alheia? As pessoas simplesmente são quem são. E se ver nas telas, nos comerciais, na rua andando de mãos dadas traz visibilidade. Traz pertencimento. Traz não ter vontade de se matar, de se mutilar, de mudar quem se é para ser aceito por quem acha que tem algo de "anormal" com você.
Estamos tão cegos pelos nossos privilégios que sequer nos damos conta de quanto invizibilizamos, excluímos e agredimos mesmo quando se diz "apenas": "acho desnecessário."
Esses dias uma amiga lésbica me disse:
"Não existe sair do armário! Eu preciso decidir sobre isso todos os dias. Preciso decidir no emprego novo se conto ou não. Preciso decidir na loja quando vou comprar presente pra minha mulher. Preciso decidir na rua se dou ou não a mão mesmo correndo o risco de ser espancada, ou hostilizada ou "apenas" as pessoas ficarem encarando."
Nenhum heterossexual passa por isso. Nenhuma mulher heterossexual tem que se perguntar "será que conto no trabalho?", ou refletir se pode dar ou não a mão na rua, um selinho ou simplesmente fazer um carinho no rosto da pessoa que ama em público. E todo esse "não poder", o se questionar diariamente também é uma forma de agressão.
E no meio disso tudo eu li esse texto da Lana Jones e fiquei simplesmente sem palavras, sem fôlego, com um aperto enorme aqui no meio do meu peito.
Realmente as expectativas criadas em torno de um filho desde o momento de sua concepção são imensas, não apenas por mães e pais, mas por todos aqueles ao seu redor, por toda a sociedade.
Desde que soube que estou grávida de um menino nunca mais ganhei uma roupinha que não fosse azul e isso é apenas a ponta do iceberg. Tenho bem claro, por exemplo, que muitos familiares próximos já imaginam se Ricardo será advogado como os pais, se será namoradeiro ou se será "calminho", se vai gostar de futebol como o pai e se será são-paulino.
No que se refere à identidade de gênero e sexualidade, no entanto, o ponto de partida para todas as demais conjecturas sobre a vida daquele ser, sejam elas quais forem, é o de que: (i) porque ele é um feto do sexo masculino ele será um menino e; (ii) ele será heterossexual. Ou seja, se vem ao mundo com uma boa dose de expectativas a serem atendidas e desde pequenos somos educados a seguir os padrões impostos pela sociedade no que tange à nossa sexualidade.
Há uma divisão comportamental muito clara do que se espera de meninos e de meninas e ela será a base daquilo que chamamos de heteronormatividade, ou seja, o padrão de regras que acaba limitando a liberdade do outro de viver abertamente a sua sexualidade. O resultado dessa educação sexista é a formação de adultos despreparados para aceitar e/ou conviver com o que se considera ser diferente.
Já ouvi muito: "Você gostaria que seu filho fosse gay?". E respondo sem pestanejar: Sim. Tanto quanto gostaria que ele fosse hétero. Agora sabe o que eu não gostaria, mesmo? Que ele fosse intolerante, misógino, racista, pequeno de espírito e de compaixão e principalmente não gostaria que ele fosse infeliz.
Não vou mentir, também tenho minhas expectativas e curiosidades sobre meu filho. Será que ele vai ter covinhas? Será que ele vai gostar de carinho tanto quanto eu? Como será a risada dele? Vai ter cócegas no pescoço ou aflição quando encostarem no pé dele? Vai gostar de comida árabe, japonesa ou italiana? Vai gostar de praia? Como será a primeira vez que sentir o mar nos seus pezinhos?
Como mãe, me preocupo sim se ele será aceito, se terá amigos, se irão brincar com ele no parquinho e se o chamarão para as festinhas. Se ele vai ser um amigo querido, companheiro e se terá empatia por aqueles e aquelas que o circundarem. Mas nenhuma dessas preocupações envolvem se ele seguirá padrões impostos seja lá por quem for. Não quero que meu filho mude para se adequar ao mundo, mas que o mundo mude para aceitar a todos que por aqui circularem com amor e sabedoria.
É por isso que precisamos sim de representatividade. Precisamos urgentemente que as pessoas entendam que "o certo" não é "homem e mulher" juntos. O certo, é um relacionamento consensual onde haja respeito, reciprocidade, verdade e amor.
Para algumas pessoas o certo é sermos cidadãos de um País onde ainda se finge haver uma Constituição que protege o direito de todos e todas, mas "Deus me livre uma princesa lésbica!".
Bom mesmo é ter que explicar para meu filho porque a Luana Santos, mãe, negra, lésbica e trabalhadora foi morta espancada por vários policiais "porque pediu uma PM mulher para revistá-la". Bom mesmo é ter que explicar porque o Brasil está em segundo lugar atrás apenas da Índia como destino mais inseguro para mulheres viajarem sozinhas.
Portanto, ao invés de achar automaticamente que seu filho será hétero e que você apenas terá que explicar para ele sobre diversidade, vamos partir da premissa de que ELE ou ELA podem ser homo, hétero, trans, assexual. E você só saberá mais à frente, portanto, é importante que ele saiba que tudo bem ser exatamente do jeitinho que ele é. Que não é estranho, nem anormal, nem errado.
Então, sim, eu quero a Elsa lésbica, a Preta de Neve e quantas mais princesas de todas as raças e etnias forem possíveis. Quero princesas gordas, cadeirantes, com vitiligo. Quero príncipes gays, trans, drags, emotivos, portadores de síndromes, autistas. Quero que todas as crianças saibam que elas existem.
Em seu livro  "As origens do Totalitarismo", Hanna Arendt nos diz que o domínio totalitário: "Baseia-se a-se na solidão, na experiência de não se pertencer ao mundo, que é uma das mais radicais e desesperadas experiências que o homem pode ter". E daí eu te pergunto: "Por que você acha que o seu direito de existir é maior do que o deles?"
(Tayná Leite)