terça-feira, 29 de novembro de 2016

Nisso ele é bem diferente das crianças da idade dele!

No auge dos seus 2 anos e 8 meses (já está velho pacas, heim!), vejo meu pequeno bem diferente das crianças da idade dele em várias coisas, que para uns podem ser boas e para outros ruins, mas para mim todas as fases e dificuldades dele são válidas, pois aprendemos juntos.

Às vezes não sei se é porque eu "viajo legal na maionese" e fico esperando que ele também o faça, mas ele é uma criança que não usa muito esse lado criativo, ainda, embora eu o estimule! Agora começo a vê-lo brincando com os bonecos, fazendo sons, etc, quando muitas crianças já fazem isso há tempos. Porém, tem o outro lado: o menino está "fera" no celular, entra e sai dos desenhos e joguinhos dele (amo muito tudo isso. Será que ele vai trocar mensagens comigo?!? (risos)

Vejo que ele não tem muita coordenação nas pernocas para pular, já pensei, na suave loucura de ser mãe, em ter um pula pula só pra ele, mas vamos colocar onde aqui em casa????? Tudo isso só para ele não passar vergonha nas festinhas, mas quem liga para isso?!? (Só eu, né?). Até porque se tiver uma piscina de bolinhas... afe! Ele até dorme dentro, sem nem ligar se está sendo pisoteado...

De tudo isso, o que mais nos angustia é a ausência de fala! As  crianças nessa idade já falam tudo e ele ainda está bem devagar, então sofro e ás vezes acho que ele também, mas meu menino é tão "safo" e alegre que vem tirando isso de letra! Está perdendo a vergonha de falar sua linguagem embolada na frente das pessoas, já está se socializando um pouco mais, porém agora surgiu a fase da vergonha (ai, que lindo): ele não toma mamadeira na frente de estranhos, empurra e ri... Como sempre, ele ri de tudo!!!

Obediência?!? Ahhh, isso não existe para o Gustavo, pois ele não tem medo de nada, e o novo o atrai demais, então quando vejo uma criança andando do lado da mãe acho tão bonitinho... porque ele, se soltar, cooooooorre, porque vai para longe e para alcançar e fazê-lo parar somente se me jogar no chão e sair rolando... (risos) 

Organização é outro fator curioso nessa criança! Ele gosta das coisas dele tudo em seu lugar e sabe exatamente onde está tudo... Noto que é bem diferente de mim! Ainda bem! (risos)

(Elizabeth Oliveira – mãe do pequeno descobridor – LG)

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Nisso ele é beeeeeem diferente!

Mesmo não querendo -- e não devendo -- comparar nossa cria com outras crianças, da mesma idade, tal fato é inevitável. 

Miguel é mais lento com relação à queda dos dentes de leite! Enquanto todos os amiguinhos já estão banguelas e até com os novos dentes nascendo, ele só entregou dois dentinhos à fada do dente! Todo dia a gente fica vendo se já tem algum mole, principalmente aqueles dentões da frente, e n-a-d-a! 

Além disso, noto que ele costuma ser mais sensível que as crianças da sua idade, até mesmo as meninas. Uma vez veio revoltado porque um coleguinha havia jogado no lixo o lápis personalizado, que foi lembrancinha do niver dele. Ele foi lá pegar o lápis, e achou muito feia a atitude do menino. E foi, de fato. Agressão gratuita! Ficou meia hora falando aborrecido, contando cada detalhe... De dar dó! Dia desses, novamente veio da escola todo triste, cabisbaixo, chorando, todo sentido, e quando eu perguntei o que havia acontecido, ele me respondeu que o melhor amigo dele da escola rasgou o desenho que ele tinha feito pra ele, de presente! Me deixou meio sem saber o que fazer... Se já é complicado de a gente lidar com as próprias frustrações, decepções, imagine então ter de lidar com as dos filhos, que doem ainda mais! Ô, como doem!

Apesar desse lado sentimental dele, paradoxalmente, não tem nada de inseguro! Veste a roupa que cismar mesmo correndo o risco de zoarem, dança do jeito que desejar no meio de uma multidão e sem nenhuma sombra de vergonha e muito menos demonstra interesse em saber se está ou não agradando a plateia, assume sua magreza mesmo que o chamem de magrelo, faz o que tem vontade sem nem ligar se vão achá-lo maluco ou patético, como se fantasiar de Mogli, o Menino Lobo, só de cueca e peruca! (risos)

Também já observei que o Miguel é maduro para a idade dele, que aceita bem as coisas, negocia, abdica, cede... Ele não tem quarto, sempre dormiu comigo, desde que nasceu, e nunca dormiu sozinho. Até mesmo quando vai dormir na casa de alguém -- o que é raro -- sempre teve alguém junto. Dia desses precisei viajar para fazer um curso no Rio, dois dias, e ele ficou com a minha mãe, que falou que não queria dormir na minha cama porque sentiria dor nas costas. Preferia dormir na dela, no quarto dela... Para seu espanto, ele respondeu que poderia dormir lá que ele já era HOMEM e poderia dormir sozinho no quarto dele! (risos) 

Independente de ser tão igual em tantas coisas e tão diferente em outras, ele é meu precioso, o meu especial, o meu inigualável, único no mundo, pois me cativa desde que nasceu, antes mesmo de nascer. E que seja sempre assim!  

(Andreia Dequinha - mãe do singular Miguel)

sábado, 26 de novembro de 2016

Pobreza de "pérolas"


Não tenho histórias mirabolantes para contar sobre as tão famosas "pérolas", que as crianças costumam soltar na sua ingenuidade. Infelizmente, os meninos foram muito comportadinhos nesse sentido. (risos)

Há algumas pequenas coisas das quais eu me lembro. Não sei se posso considerá-las como "pérolas", mas foi o que de mais oportuno me ocorreu no momento. Como eles cresceram sabendo que nasceram de parto cesárea,  então deduziram por eles mesmos que eu não senti a famosa "dor do parto". De certa forma, eles ouviram isso no decorrer da vida deles. Então, em uma das várias vezes em que briguei com eles, bem no meio daqueles  meus "típicos draminhas" eu disse: "Sorte de vocês que nunca vão saber o quanto uma mãe sofre! Mais do que depressa, quase que em coro, me responderam: "Nem a senhora sabe"! (risos)

Quanto ao Elias, essa joia rara, todas as vezes em que eu  o mandava fazer um servicinho doméstico, não perdia a oportunidade de dizer, que eu o estava explorando, e que ia me denunciar por exploração do trabalho infantil. Muito ousadinho o moleque! 

Outro dia, eu estava vivendo mais um dos draminhas de mãe, mas dessa vez eu estava a favor deles e me achando uma péssima mãe. Estava, na verdade, me sentindo um lixo, então eu disse que eles não mereciam ter uma mãe igual a mim. Aí o Elias soltou a dele; "Ah que é isso, mãe, que drama é esse? A senhora é o CARA!". Isso é bem a cara dele! Nunca perde a oportunidade de me deixar mais feliz!! 

A única "pérola" do Mateus foi a vez em que ele não sabia nada de uma prova de cálculos, então, para não entregá-la em branco, desenhou o "Batman". Como ele é muito bom nisso, o desenho saiu perfeito, mas obviamente tirou zero e ainda reprovou. (risos)

Bom, finalizei o meu pequeno estoque de "pérolas", aliás, a maior pobreza em "pérolas"! Até nisso eles aprontam! Nunca senti tanta falta das palavras quanto agora! São meninos encantadores! Na verdade, um mais "doce", mais amável, o outro mais "azedo", na medida  dele, mas a gente mistura tudo! A harmonia fica sustentável e a convivência sobrevive numa boa!!

                                                                                                  (Maria José - mãe de Mateus e Elias)

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Joias pra lá de raras...


Meu primeiro personagem-protagonista: um menino traquina, teimoso, inquieto, aprontou muitas artes e proferiu tantas graças que fica difícil selecionar a mais relevante. Mesmo assim, tentarei esboçar uns flashes significativos, pedacinhos de enredos  inesquecíveis:

CENA 1  (Danilo)
Folheando o álbum de fotografias, o pequeno loirinho de apenas um ano observa atentamente  todos os registros coloridos eternizados pela lente da câmera,  e uma dessas imagens, em especial, desperta a sua atenção: um local bonito com muitas plantas e alguns brinquedos. Reconhece as duas pessoas que ali estão: papai e mamãe. Isso o intriga, afinal ele não se lembra de nenhum passeio em que não estavam todos juntinhos,  os três. Decidido a sanar tal mistério, Danilo questiona o porquê de não estar junto a nós naquela foto. Encantada com a curiosidade dele, acariciei-lhe os cabelos e respondi que ele estava lá sim, mas dentro da minha barriga porque ainda não havia nascido. Essa informação só serviu para aumentar a sua revolta: “O QUÊ? EU ESTAVA DENTRO DA SUA BARRIGA??_Gritou indignado e continuou:_ ENTÃO VOCÊ ME ENGOLIU!!! POR QUE VOCÊ ME ENGOLIU? EU NÃO SOU COMIDA!!”  Disse isso com o rosto banhado pelas lágrimas, pois não se conformava “ter sido devorado” por mim e decidiu se vingar : segurou a fotografia e, com toda a força que tinha a amassou...

CENA 2   (Danilo)
Alguém chega à casa com uma correspondência e pergunta por “Maria”. Danilo é o primeiro a se manifestar, dizendo que não havia Maria naquela casa. A tal pessoa insiste e aponta para mim. Danilo discorda e afirma com convicção que meu nome é Zizi e não Maria. Nesse momento é revelado ao pequeno que eu tenho um apelido que é mais conhecido do que meu nome verdadeiro. Isso foi um choque para a criança que não se conformava com tal informação. Chorou muito e justificou, segundo ele,  “MARIA ERA NOME DE EMPREGADA DOMÉSTICA E MINHA MÃE NÃO É ISSO”. Mais uma vez o menino derramou lágrimas de desapontamento,  porque somente aos quatro anos descobriu o verdadeiro nome da mãe.

CENA 3  (Patrícia)
Patrícia , a segunda personagem-protagoista: é espontânea demais  e pouco dada a filtrar seu discurso. Sua inocência misturada ao excesso de franqueza já rendeu  algumas pérolas que me deixaram embaraçada e atônita. Destaco, dentre elas, duas situações em que a pequena foi além da conta:

Um dia, no prezinho, os alunos estavam sendo filmados durante a aula realizando algumas atividades para integrar à edição do vídeo de formatura deles. Quando percebiam a câmera se aproximando, as reações eram distintas:  alguns sorriam felizes, outros pareciam envergonhados, uns disfarçavam e procuravam agir como se nada estivesse acontecendo. Em meio àquela agitação toda,  uma menina olhava insistentemente  para a câmera,  procurando mostrar o seu desenho. Quando o grupo da filmagem se aproximou da sua mesa,  a pequena não perdeu tempo: Sorrindo, expôs a obra-prima e em seguida, mostrou o dedo do meio para a câmera,  sem qualquer maldade ou noção do significado pejorativo daquele gesto. Se alguém tivesse me contado que a Patrícia fizera um gesto obsceno aos 6 anos de idade,  eu não acreditaria, entretanto a prova está naquela fita de vídeo em VHS...

CENA 4 (Patrícia)
No ano seguinte, a princesa iniciou sua vida escolar no Ensino Fundamental 1 na escola onde eu era escriturária. Entre algumas pessoas que trabalhavam lá comigo, havia um homem de poucas palavras, sisudo e meio mal humorado que mantinha uma imensa barba há anos. Um belo dia, no horário do intervalo,  a terrível da minha filha dirigiu-se à secretaria da escola para me dar um “oi” e pedir dinheiro para um lanche. Viu a tal pessoa e proferiu-lhe algumas observações: “CREDO, QUE BARBA GRANDE E FEIA! APOSTO QUE QUANDO VAI COMER MACARRONADA, SUJA TODA ESSA BARBA COM MOLHO DE TOMATE! POR QUE VOCÊ NÃO CORTA ESSA BARBA?”
Imediatamente eu a dispensei  e, embaraçada pelo vexame,  pedi desculpas ao homem. O incrível nessa história é que no dia seguinte ele apareceu com a barba feita (graças aos indiscretos comentários da minha Pequena Notável. Só pode!).                
                                                                            [...}
As crianças são excelentes fontes de situações hilárias que marcam uma época. Os anos passam,  e enquanto nossa memória estiver com as engrenagens funcionando corretamente, tecemos reminiscências aprazíveis, cheias de humor e regadas com o elemento surpresa,  pois estas fontes constituem o nosso néctar lexical.

Embora os filhos carreguem traços físicos e psicológicos dos pais, eles possuem identidade própria, são únicos, singulares, perfeitos na sua imperfeição. Suas pérolas não são frutos de indisciplina, são apenas descobertas genuínas de quem inicia sua peregrinação rumo à constante evolução do ser...

                          (Zizi Cassemiro – mãe perolada do Danilo e da Patrícia; avó do Gabriel e do Johnny)

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Uma "pérola" inesquecível do Miguel


O Miguel é uma figura, muito cômico, alegre, divertido... Vira e mexe ele tem umas tiradas, mas eu, sinceramente, não me recordo muito delas e nunca me lembro de anotá-las, então quem dirá me lembrar de uma em especial para eleger como "a inesquecível"... até porque me esqueci de todas! Que mãe doida e desnaturada eu sou! (risos)

Lembro-me de algumas roubadas em que ele às vezes me colocou! Espero que sirva, pelo menos até eu me lembrar de alguma que se preze, para voltar aqui para contar, registrar. 

Ele sempre foi falante demais, falava e fala pelos cotovelos... e é espontâneo... impulsivo... tem resposta na ponta da língua... sempre teve... Acho que puxou a mim! (risos) Ele devia ter uns dois aninhos, estávamos pegando sol no portão, aí passa uma pessoa muito sem noção e, mesmo com ele todo vestidinho de AZUL, perguntou como era o nome DELA. Eu respirei fundo e juro que senti a maior vontade de dar um coice, mas segurei a onda. Curiosamente, ele não. Respondeu prontamente que era MENINO, que tinha PIU PIU e, não satisfeito, ainda arriou o shortinho e mostrou! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Eu não sabia onde enfiar a cara, mas o melhor é que a tal pessoa sabia menos ainda! Ficou aquele silêncio no ar. E eu não senti NENHUMA vontade de brigar com ele... Deveria?!? O que acham?!? 

Até hoje ele tem esses rompantes e nem sempre é como exemplo de "ogrice". No último final de semana, por exemplo, precisei viajar, dois dias fora, e é a primeira vez que ficamos longe. Minha mãe falou pra ele que, se dormisse na minha cama, iria amanhecer cheia de dor na coluna, pois não gosta do meu colchão. aí ele prontamente respondeu que poderia dormir sozinho no quarto porque ele já é um HOMEM! Olhem que lorde... (risos)

Em geral, ele é calmo, sereno, bem mais contido do que eu; mas quando sai do sério... Vixe Maria! É de dar medo! Não tem papas na língua! Ahhhh, não mesmo! 

(Andreia Dequinha - mãe do hilário Miguelito das candongas)

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Pérolas e outras jóias

Acho que ainda é muito cedo para se ter pérolas desse meu pequeno, mas vamos lá... acho que já dá para rolar algumas... mesmo sem ele falar direito!!! (risos)

Nossa vidinha é bem animada com seus jeitos e manias, sei que logo elas surgirão de forma louca, tenho certeza, até porque acho que ele se diverte e viaja legal na maionese junto comigo...

Ultimamente tudo dele é "liga liga" e sabe-se lá Deus o que é "liga", já que isso serve para beber água, para trocar fralda... Vai que isso é uma jóia e eu não sei! (risos)

Mas de que gosto mesmo é ele curtindo suas falas emboladas! Na mistura de falar algo, acho que ali sai bastante coisas engraçadas, porque ele ri dele mesmo (ou será que é de mim, por não entender?!).

A mãe é boa nisso! Lá vai eu tentando explicar o que é uma pessoa na cadeira de rodas, tentando falar que aquilo é o carro... Aff, deu um tal de parapilético (deve ser um paralítico tendo um ataque epilético).

Espero ainda ter muitas coisas para rir e contar... enquanto isso vou tentando pensar num jeito de associar as coisas loucas da cabecinha criativa dele ao nosso mundo!!

(Elizabeth Oliveira – mãe ansiosa do LG)

sábado, 19 de novembro de 2016

O azul e o rosa compondo a corte


Alguém à caminho desencadeia uma série de alterações na nossa rotina . Não importa se é ele ou  ela ,  é um novo ser que está em processo de formação e que, em pouco tempo, ocupará um cantinho no berço, na cama, na mesa, nas dependências da casa e no quintal;  repousará nos braços; preencherá, com seus sussurros, risos ou choros, os vazios que intermeiam as paredes; será o centro das atenções;  o tema em (quase)todas as conversas, o assunto predileto; o multiplicador de alegrias;   o principal ingrediente de um amor tão intenso e infinito que já se manifesta antes de sua chegada a esse mundo. Nem faz ideia de como essa vida é esperada!

Um olhar retroativo pela linha do tempo (1984 e 1986) buscam episódios para compor mais um relato significativo:

 Uns meses apenas me restavam para que fosse providenciado o enxoval e os demais itens utilizados no dia-a-dia de um recém-nascido. Levei em conta as experiências alheias para formar a minha. Dessa forma, segui as orientações das mestras: minha mãe e minha sogra e as dicas das minhas irmãs, mamães duas vezes antes da chegada do meu primeiro rebento.

Nos anos 80 não era costume solicitar o ultrassom para saber qual o sexo do bebê. A surpresa ocorria no momento do parto. Até lá, as apostas, adivinhações, simpatias reinavam entre os amigos e a família.

Durante  a fase da gravidez, o arco-íris das roupinhas ia se compondo pelos tons mais gerais: branco, bege,  amarelo e verde. O azul e/ou o rosa ficaram para depois do nascimento por questões de preferência. As dezenas de fraldas branquinhas, compradas por quilo, tiveram suas barras feitas à máquina de costura e depois lavadas, passadas, dobradas e guardadas com muito carinho. Por sugestão de quem entendia mais que eu, providenciei uns cueiros para envolver o futuro bebê e mantê-lo mais aquecido. Isso não substituiria, lógico, os cobertores macios e quentinhos nem as mantas com detalhes rendados.

Embora nossa renda mensal não permitisse um enxoval mais sofisticado, adquirimos o necessário  com  a vantagem ainda  de poder contar com o apoio da família e de amigos generosos que contribuíram com presentes variados, entre eles o berço e o carrinho cujos preços sempre assustam. Outro detalhe diferenciado e motivador: naquela época as mamães ganhavam, no último mês de gravidez, um valor correspondente a meio salário mínimo para ajudar nas despesas. Aproveitei a cortesia e, junto às minhas economias,  investi em: fraldas de tecido, calças plásticas,  roupinhas diversas, toalhas, meias, babadores, luvinhas, faixas (para o umbigo), lençóis para o berço, fronhas, cobertor, mosquiteiro, manta, mamadeiras, chuquinhas, chupetas, banheira,  alguns produtos de higiene e o básico de primeiros socorros...

Não fiz chá de bebê, mas os presentes chegaram logo após o nascimento de cada um dos meus filhos. Muitas visitas trouxeram, além do carinho e felicitações pela vinda do novo ser,  brindes variados. Um deles inesquecível: dois macacãozinhos: um azul e um rosa, pois os tios do Marcos pensavam que eu havia dado luz a um casal de gêmeos. Usei no príncipe (Danilo) a linda roupinha azul e guardei a rosa por quase dois anos até que, finalmente, a princesa (Patrícia) veio compor a nossa corte.

O primeiro filho leva, em partes, algumas vantagens: inaugura tudo: móveis, roupas e todos os  acessórios de bebê; o segundo reutiliza alguns desses utensílios quando convém, porém não abre mão de mostrar sua particularidade em novas roupas e novos adicionais que melhor o caracterizem, sobretudo as meninas que costumam ser mais contempladas com apetrechos peculiares oferecidos no comércio.

Referentes ao enxoval, mudanças ocorreram de lá para cá : as fraldas de pano passaram à descartáveis (que prático!) inventaram paninhos de cheiros (que fofo!), os cueiros e as faixas de umbigo sumiram( e não deixaram endereço, que bom!) não se enrolam mais bebês como pacotinhos (pra quê?) e os pais não têm ajuda do governo para comprar o enxoval (isso sim faz falta!). Entretanto, isso não interfere no clima intenso de expectativas e alegrias de quando estamos à espera da chegada do nosso maior milagre: o da VIDA!!
                                       
                                        (Zizi Cassemiro – mãe do Danilo e da Patrícia; Avó do Gabriel e do Johnny)


quarta-feira, 16 de novembro de 2016

O mesmo enxoval!


A minha primeira gravidez foi uma surpresa. Até pensei que não teria filhos, pois estava casada há mais de dois anos, não evitava, e pensava que o fator "idade" tinha influência nessa demora, já que eu estava com mais de 32 anos, mas ele veio! O Mateus chegou, cheio de vigor com seus 4.200 kg, para a nossa alegria!

Quanto ao enxoval, tratei logo de olhar as vitrines, mas não comprei muita coisa, pois ganhei o suficiente em chás de bebê, e minha irmã bordou toalhas fraldas e muitas fraldas também. Naquela época, mesmo já usando as fraldas descartáveis, ele ainda usou muito as fraldas de tecido bordadas, e que lindas eram elas! Muitas vezes, usava só para enfeitar o cenário, no ombro, no carrinho, mas eram muito bem-vindas, principalmente nos momentos mais quentes.

Quando o Elias nasceu, o Mateus estava com dois anos e dois meses, aí não comprei quase nada, pois, além dos Chás de bebê, ficou muita coisa do enxoval do Mateus. O Elias sempre usou o que não servia mais para o Mateus, mas só até um certo tempo, pois logo passaram a usar o mesmo tamanho, e até hoje vestem e calçam o mesmo número. Acredito que o pé não cresce mais, chegou ao exagero do 43. Tudo igual. (risos).

Tirei algumas fotos dos dois, usando a mesma roupa, o mesmo sapatinho e o mesmo carrinho, e isso foi de propósito, mas as pessoas não queriam acreditar que não são os mesmos meninos, mas não são. (risos)

                                                       (Maria José -  mãe dos parecidos bebês: Mateus e Elias)

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Enxoval miguelístico em ação!


Quando descobri que estava grávida, antes mesmo de descobri se seria menino ou menina, ganhamos muitas roupinhas lindas da vovó Lucinha! Acho que vieram dela os primeiros presentes, logo nas primeiras semanas! E logo depois chegaram os presentes da tia Iria, assim como o carrinho, que eu fui escolher (verdinho). Da tia Wellen veio o berço-cômoda. 

Na verdade, eu nunca me preocupei em fazer um enxoval pro Miguel, mas ele foi se desenhando sozinho, de forma bem mágica e natural. (Pra ser sincera, nunca me liguei nem em saber em que estação do ano estaria quando ele fosse nascer, por exemplo!)

Ganhei muuuuuuuitas coisas, nos vários Chás de Bebê que eu tive! Comprei bem poucas, dentre elas o conjunto de berço, que escolhi branco com detalhes verdes e que vinha com tudo, até com dois sapos de pelúcia (a mamãe e o filhote!). E também me lembro de ter comprado dois bonecos de pano para ele: o Léo e o Dedé, assim como também comprei minha bolsa para levar para a maternidade.

Como o Miguel nasceu no dia 14 de agosto e estava previsto só para o dia 27 em diante, eu deixei para resolver os últimos detalhes mais para perto. Quase que não deu tempo. Foi por uma questão de dias. Dois ou três. Aí que me deu aquele estalo (Deus agindo) de que precisava comprar umas coisinhas menores, para recém-nascido mesmo, pois a gente só tinha roupinhas maiores, que pareciam imensas, inclusive fraldas só a partir de P também. Saímos eu e meu barrigão às compras. 

Quis escolher a primeira roupinha que meu filho usaria na maternidade! Queria que fosse escolhida por mim, um presente meu para ele. E assim foi. Era um macacão vermelho. Os acessórios ele já tinha. Comprei também um pacotinho de fralda RN, para recém-nascido. Minha sorte! 

Lavei mais essas roupinhas em casa (com sabão de coco líquido), passei, dobrei e coloquei nos saquinhos, com etiquetas sinalizando um modelito completo para cada dia: primeiro, segundo, terceiro e até um quarto (reserva). Minha bolsa também já estava pronta, com medo de ele justamente adiantar... Não faltava mais nada, só eu tentar ficar calma até meu príncipe chegar... Foi esta, sem dúvida, a parte mais difícil do meu enxoval!!!

(Andreia Dequinha - mammy do poderoso Mig Garcia)

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Meu enxoval...


Como mãe de primeira viagem e sem a minha mãe por perto para me orientar, fui dando meus pulos, saltos e sabe-se lá mais Deus o quê! 

Sem muito poder financeiramente, comecei comprando para o enxoval do LG umas roupinhas na feira mesmo (e por que não?!). Nunca fui de ostentar, mas sempre gostei de coisas bonitinhas, então lá estavam elas, bonitinhas e com um preço bom! Comprei calças de pezinho e camisas de manga (porque todo mundo diz que os pequenos sentem muito frio).

Com o passar dos dias, meus alunos iam me presenteando com roupinhas, fraldas, cada mimo mais fofo que o outro e eu, claro, fiquei toda boba e mega feliz!!

Foi nesse ponto que começaram a aparecer os anjos da guarda e ganhei o enxoval completo da Dona Sônia, ex-patroa (minha e de minha mãe). Foi aí que vieram as fraldas de pano, as toalhas de banho, os cueiros, sapatinhos, touquinhas, luvinhas, saída de maternidade (várias, que dava até para fazer desfile) e tudo sem limites, como minha mãe faria! Nesse ponto vi que não estava sozinha: tinham os dedinhos gordos daquela pequena, agindo, conspirando, ajudando, olhando pela gente! 

Depois veio a minha Amada Rose, que me deu uma linda saída de maternidade (branca – pureza). Pronto, fechou! Montei o "kit saída", composto por macacão branco e os sapatinhos e luvas vermelhas (sorte).

Com o tempo, vieram as bolsas (para quem não tinha nenhuma, já estava com três... para escolher... que chique!) e um kit completo da linha "Mamãe e bebê", da Natura, que eu usei pra fazer massagens no pequeno folgado.

Tudo muito lindo e simples como eu gosto, nada de exageros, afinal, é menino (risos) e graças a Deus, porque odeio aquelas tiaras com girassol na cabeça da criança (simplesmente desnecessário). kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Tudo ok! Fraldas, pomadas, sabonete, talco, a parafernália toda. Pronto! Veio a neurose e lá vou eu postando no Facebook, implorando ajuda às placas, aos universitários e a quem mais pudesse: O que levar para a maternidade?? Mais uma vez veio um anjo (Dequinha) falando o que deveria levar, etc.

Resumindo: como é bom ter anjos aqui na terra disfarçados de pessoas, e elas estão sempre aqui do meu lado, então carreguei um pedaço de cada pessoa comigo para o dia de ter a cria... e deu tudo certo! 

(Elizabeth Oliveira – mãe agraciada do LG)

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Entre reclamações ou elogios, prefiro ambos!


As traquinagens dos pequeninos já renderam páginas e páginas de relatos. Eu ficava imaginando como esses dois  se portariam na escola quando chegasse o momento. Confesso que mil preocupações surgiam e faziam pouso em minha cabeça. Afinal,  meus dois docinhos eram ligados no 220, principalmente o Danilo.

Como eu parei de trabalhar para cuidar deles quando pequenos, não tinha pressa de mandá-los à escola. Pelo menos pensava assim no começo. Se dependesse dos meus planos, eles iriam somente aos 6 anos. Entretanto, as pessoas comentavam sobre a necessidade de as crianças frequentarem a escolinha para a socialização e preparo da futura vida escolar. Acabei concordando e providenciei o uniforme vermelho e os materiais para o loirinho peralta quando ele completou 04 anos. Ele até gostou, porque, embora tivesse que realizar algumas atividades, brincava bastante e se distraía com os novos amiguinhos. Nesse primeiro momento correu tudo bem e não havia nenhuma reclamação dele. Pelos vistos, o meu garoto era arteiro só em casa.

Nesta escola ele ficou até completar a idade para ingressar no Pré 3, que representava uma antecipação para o primeiro ano. Deu início, assim,  ao Ensino Fundamental 1 e 2 e, depois, ao Ensino Médio. Quando  pensei que estava tudo sob controle, eu fui chamada à escola porque ele havia levado de casa, sem permissão, um cadeado pequeno e durante o intervalo, correu atrás das crianças querendo prender o objeto na orelha de qualquer uma delas. Foi um alvoroço! Enquanto as crianças gritavam desesperadas, ele se divertia e corria mais ainda.

No Ensino Fundamental, certa vez, a professora pediu para as crianças contarem algum fato importante ocorrido em casa e o Danilo fez uma redação descrevendo um dia em que o pai, cansado de ver tantos brinquedos espalhados pela casa, disse que pisaria em todos eles e os quebraria se eles não os recolhessem e guardasse no local certo. Ele descreveu isso de uma forma tão dramática que a professora  ficou impressionada e nos chamou para mostrar a redação dele e pedir esclarecimentos sobre o provável nível de violência daquela cena. De certa forma fomos considerados pais “carrascos”, lógico que injustamente, pois o pai apenas tinha feito uma dramatização, um teatro e a criança não tinha maturidade para perceber isso.

Outra vez, fui parar na escola por conta do desentendimento do Danilo com alguns colegas, os quais  montaram um grupo para dar uma surra nele. Eu estava a caminho do trabalho e tive um mau pressentimento em relação a isso. Segui meus instintos e desci do ônibus, como se soubesse o que iria acontecer. Foi dito e feito. Eles esperavam lá fora para atacá-lo no horário da saída. Cheguei a tempo, fui conversar sério com eles e evitei o pior. O que um bom discurso de mãe não consegue?

A Patrícia, por sua vez,  não quis saber se tinha ou não idade para ir à escola. Quando percebeu que o irmão tinha aquele compromisso escolar diário e trajava um uniforme com uma cor que ela adorava, pediu, encarecidamente, para ser levada à escola também. Entretanto a pequena só tinha dois aninhos, era muito cedo para iniciar os estudos. Todos os dias, ela chorava inconsolada,  pedi, exigia e fazia campanha para ir à escola. Consegui segurar durante um tempo, mas depois decidi ceder aos apelos da princesa (Afinal, é tão raro uma  criança derramar tantas lágrimas por querer ir à escola! Deixe que sacie sua sede do saber...).

Patrícia, uma criança que se sentia adulta, ficou felicíssima e fez por merecer. Embora não abrisse mão dos brinquedos e brincadeiras, AMAVA estudar e manteve essa postura durante a pré-escola, o Ensino Fundamental, o Ensino Médio e o Superior. Aluna nota DEZ ,  com um senso crítico aguçado, sempre atenta às explicações,  não se calava quando ouvia alguma informação distorcida ou falsa, era, portanto,  o terror dos professores despreparados.

Um dia, em uma aula de literatura, a professora explicou sobre “Dom Casmurro” na sala e fez um comentário pessoal sobre Capitu. Patrícia não concordou e entrou em debate com a professora, pois conhecia todos os detalhes da obra e era apaixonada pelo romance, assim como eu.

Outra vez,  soube que ela havia amassado e jogado no lixo uma avaliação que recebera . Levou bronca, é lógico,  porque jamais eu apoiaria tal atitude! Anos depois, revelou-me que fizera aquilo porque o professor cometeu uma injustiça com ela na sala de aula e sentiu-se humilhada diante dos colegas. Sua reação foi uma consequência da falta de ética do professor.

Houve, também,  uma ocasião em que a Patrícia foi orientada pela professora a reagir agressivamente às provocações de uma coleguinha de sala. Foi a única vez, que eu saiba, que ela bateu em alguém. Mesmo assim, eu não fui comunicada, do fato porque  a professora  foi sua cúmplice. Tempos depois, soube  pela própria Patrícia. Nem fui investigar o acontecimento porque sempre acreditei na coerência das palavras da  minha filha.

Aprendi que somente em casa, os filhos são prioridade; na escola as regras mudam um pouco porque são dezenas de seres disputando o mesmo espaço e atenção e não há como garantir cem por cento da aprendizagem. Aquilo é apenas um breve preparo do terreno durante uma fase que dará sequência a outra, depois, outra;  depois... Aplausos, as cortinas se abrem, entram e, com maestria, exibem o diploma,  nossos queridos profissionais. Quanto orgulho!!


      (Zizi Cassemiro – mãe do engenheiro Danilo e da Geógrafa Patrícia; avó  do Gabriel e do Johnny)

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Comportamento quase invejável!


Estou, de certa forma, chateada, por não ter o que relatar sobre o comportamento dos meninos na escola, porque nunca fui chamada para receber reclamação deles. Sempre tiveram um comportamento quase invejável! (risos)

Já disse anteriormente que até desejei ser uma daquelas mães que recebia recadinhos da escola todos os dias porque o filho aprontava, mas esse desejo acontecia devido a uma época difícil, em que meu filho sofreu bullying escolar e chegava em casa chorando todos os dias. Eu chorei horrores também, por não suportar que ele não soubesse se defender e cheguei ao ponto de pedir para ele bater nos meninos, porém não tinha jeito, ele só pedia para não ir à escola, e eu acabava deixando-o sem ir, a semana inteira, mas, enfim, passou.

Quanto ao Elias, ô menino que gosta de conversar! Uma vez  eu o transferi de escola e, no primeiro dia de aula, ele foi convidado para brigar, mas a resposta dele foi: "-- Não, obrigado"! (risos). Na verdade, nunca recebi  reclamação da escola sobre o comportamento dos dois, pelo contrário: sempre foram elogiados pelos professores.

Mas, um belo dia, fui à escola receber resultados do bimestre. E, por essa, eu não esperava! Uma professora reclamou do comportamento do Elias, disse que estava conversando demais com a turma do fundão. Isso foi há pouco tempo, há dois anos, em plena adolescência. Até imagino a cena, pois gosta muito de conversar, saiu ao pai, só para quando dorme. (risos)

O que fazer? Isso parece normal, a moçada conversa mesmo, eu sou professora e sei disso, mas conversei, e pedi para ele conversar menos, acho que funcionou, pois nunca mais me disseram nada dele, até terminar o Ensino Médio.

Passaram da fase da escola, estão na faculdade, acabou a fase das possíveis reclamações! Mas  também não é muito fácil, chega a fase de novos amigos, e a gente acaba se preocupando com certas amizades, mas aí são maiores de idade, e fica um pouco difícil controlar, a gente acaba sendo a mãe chata! Mas eu não desisto de lutar por esta causa: "Cuidado com as amizades"! Volto a repetir aquela velha frase: "Criar filho é como jogar vídeo game, a próxima fase é sempre mais difícil"! (risos).

                                                                              (Maria José - mãe dos comportados Mateus e Elias)

terça-feira, 8 de novembro de 2016

O caminho inverso...


Apesar de ele ser bem bagunceiro, escandaloso e agitado, até hoje não me recordo de nenhuma reclamação muuuuuuuuuuuuito grave do Miguel. Claro que sempre pergunto como ele anda se comportando -- tanto a ele, quanto a todas as professoras, às tias que trabalham na secretaria, biblioteca, às que ficam no portão e também às do refeitório. Toda vez que vou à escola eu faço o maior interrogatório! (risos)

Lembrei-me de uma vez em que não cheguei nem a receber bilhete nem nada, mas a primeira professora dele reclamou que ele às vezes fugia das aulas, pegava o "bibi" (velocípede) e ia dar umas voltinhas pelo quintal da escola. Chegando em casa, perguntei a ele o porquê disso, a que prontamente me respondeu (desde bebê falava que nem um papagaio e com direito a detalhes):

-- Eu saio para andar de bibi porque ninguém aguenta brincar de massinha da hora em que chega até a hora de ir embora. 

Faz sentido. O tédio e a mesmice levam a gente a precisar de uma fuga, de uma evasão. Aí, após descobrir a pólvora, graças a ele, lá fui eu "desenhar" pra professora, insinuando que "nem só de massinha vive o homem". Nunca mais ela (nem ninguém) veio fazer nenhuma reclamação dele para mim, muito menos desse tipo, e diz ele que, depois disso, as atividades com massinha deram uma booooa diminuída. Fora outros problemas que aquela escola tinha e dos quais não gosto nem de lembrar! Meu filho foi um Jó mirim, isso sim!

Dia desses também veio um bilhetinho dizendo que ele estava conversando demais nas aulas e que não estava nem conseguindo terminar de fazer as atividades! Esse tipo de coisa, sinceramente, não me preocupa tanto, por saber que é da idade e até os meus alunos, adultos, também extrapolam às vezes, cabendo a mim me impor como professora e ficar no pé, demonstrando domínio de turma. Acho que a falha apontada acaba sendo mais da própria professora do que do aluno, nesses casos, sinceramente... Enfim...

Já houve o caminho inverso, de eu precisar ir à escola reclamar de umas maluquices de algumas tias, de alguns abusos, sabiamente sinalizados por ele. Precisei esclarecer que não aceito mandar "calar a boca", nem segurar pelo braço, nem marcar o corpo dele com bolinhas feitas com canetinha, nem outras grosserias do tipo, que sempre vêm de "profissionais" que se escondem atrás de uma profissão que não amam, de fato. Sorte que, pelo nosso caminho, até hoje, eles corresponderam a uma minoria... sorte nossa, sorte ainda maior deles... porque, assim como às vezes sou dura demais com o Miguel, esquecendo-me algumas vezes até de que ele ainda é uma criança, e tantas vezes dura em excesso comigo mesma, também sei muito bem como, quando e de quem cobrar! 

(Andreia Dequinha - mãe do Miguelito, que escapa sempre das broncas escolares!)

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

O levado na escola...

Antes eu achava, na minha santa ignorância, que as crianças iam para a creche só para brincar... Uuuuiii, caí do cavalo, pois na escolinha do LG tem tarefas, atividades, lazer, oito matérias... Mas heim?!? Como é que é?!?

Pois bem, certo dia vou eu buscar a cria toda feliz e eis que a professora me chama e diz que meu filho é LEVADO. Onde? Só por que a criança gosta de subir na mesa, no armário de colchonetes, de correr pelo corredor, abrir e fechar portas... Só por isso?!? (risos)

Achei divertido e fiquei preocupada, pensando em como chamar a atenção da criaturinha, afinal, ele não entende, sem falar de que tudo é novo, para nós dois. Bom, conversei. Só acho que não adiantou muito, já que novas reclamações surgirame, desta vez, a professora ainda disse que ele só fica quieto quando está comendo ou dormindo. Ai, Jesuuuuuuus! 

Pronto! Ferrou! Danou-se tudo! Pensei eu: tenho um ser elétrico e não uma estátua, embora eu já desconfiasse disso, fazia tempo! (risos)

Bom, vou eu conversar, de novo, e agora acho que está dando certo, pois ele está melhor, mesmo ainda gostando de subir no armário de colchonete, mas já senta, prestando atenção, fica quieto nas atividades... Aos poucos sinto que ele está mudando, se adaptando, porém, não sei por que tenho a impressão de que ainda levarei muitas chamadas da escola!!

(Elizabeth Oliveira - mãe do levadinho  LG)

sábado, 5 de novembro de 2016

Dói mais em mim...


O desejo de ser mãe está  vinculado às cenas doces como:  brincar com o filho, alimentá-lo, passear, correr, ensinar-lhe os primeiros passos e as primeiras palavras, acompanhá-lo à escola, lidar com as traquinagens, ajudá-lo a descobrir o mundo e tantos outros momentos únicos que permanecem em nossa memória,  pois cada uma dessas fases é singular e marcante. 

Entretanto, os enredos das narrativas maternas são compostos de capítulos diversificados e, entre eles, as lágrimas ou a angústia tiveram seu papel garantido, sobretudo naqueles momentos difíceis em que temos que transformar “tripas em coração”. É nesta hora que desejamos trocar de lugar com eles para evitar que sofram (ahh, se isso fosse possível!!). Os exames são necessários, as picadas doem, mas garantem a saúde da criança; isso é óbvio e inquestionável.

Mesmo certa de tudo isso, como é difícil para uma mãe acompanhar as primeiras vacinas, as injeções, a ida ao dentista, os exames de sangue, os soros, as internações,  as possíveis cirurgias... O mundo desaba para ela. Mesmo aquelas, aparentemente fortes e corajosas,  escondem (necessariamente) um desespero misturado com insegurança, porque sabem que não tem com quem contar nessas horas e não há como fugir.

Como mãe, também experimentei tais fases as quais renderam episódios ora hilários, ora dramáticos. Conheci a maternidade na década de 80. Nessa época não se faziam os famosos testes do pezinho. As crianças nasciam, ficavam no berçário e eram levadas aos quartos das mamães para serem alimentadas, depois retornavam ao cantinho coletivo de bebês.  Só havia algum procedimento doloroso se surgissem problemas de saúde que precisavam ser tratados.

A efetiva jornada materna inicia-se em casa. O medo já começa no primeiro banho. O receio de derrubar ou machucar aquela coisinha tão frágil, meu Deus!! A madrinha do Danilo fez questão de dar o primeiro banho nele; depois, ficou por minha conta segurar, banhar e limpar aquele serzinho de 2,500 kg. Como fazia parte do pacote tais funções,  enfrentei os desafios. Na segunda vez como mãe, mais segura pela experiência que já tinha, encarei, mais confiante, a Miúda de 2,300 kg. Descobri, então, que Deus não olha só as crianças, mas as mães, para que estas possam, com garantia,  dar sequência ao ilustre ofício a elas determinado.

Mesmo assim, algumas falhas,  não pude evitar: Danilo caiu da cama quando bebê e esse foi um dos primeiros sustos. Depois, outro maior: nos primeiros meses, ele chorava muito devido às dores de barriga e eu passava o ferro quente em uma fralda e a colocava sobre sua barriguinha para amenizar as dores. Em uma dessas ocasiões, o ferro quente escorregou e caiu na perninha dele, fez uma cicatriz de queimadura. Tanto o tombo quanto a queimadura me fizeram sentir uma ÍNÚTIL e INCOMPETENTE, a pior mãe do mundo!!

A Patrícia sofreu menos nesse sentido porque já tinha uma mãe mais esperta e experiente. A única e grande preocupação na fase infantil foi seu pouco peso. Era muito magrinha, demorava em ganhar algumas gramas, e isso me preocupava demais.  Recorria a médicos desesperada e eles não davam nenhuma importância ao fato, pois, segundo eles, a menina era saudável e aquele era seu metabolismo.  

Meus filhos, quando crianças e adolescentes nunca ficaram internados,  nem tiveram nenhum osso do corpo quebrado. O vilão da história foi a Benzetacil que, infelizmente, era um dos antibióticos mais receitados naquela época. Sempre que alguém aparecia com qualquer tipo de infecção ou febre, “Benzetacil  nele”! A garganta das minhas crianças inflamava com facilidade e, sabendo qual remédio seria indicado pelo médico, eles entravam em pânico,  pois conheciam o sabor doloroso e inigualável daquela  picada cruel e insensível.

O Danilo, na hora da medicação,  fugia, driblava as atendentes, escapava dali, escorregava daqui. Precisava de uma “galera” para pegá-lo e segurá-lo. Eu passava a maior vergonha porque ele, além do papelão que fazia, ainda xingava as atendentes, gritava que elas estavam loucas, que queriam matá-lo, etc... A primeira vez que a Patrícia assistiu a cena de desespero do Danilo, ela ficou tão assustada com aquilo que ajoelhou-se ao chão e com as mãos postas, pediu “pelo amor de Deus, não matem meu irmãozinho!”.

A Patrícia, depois que foi apresentada à famosa injeção em uma crise de amidalite, também ficou em alerta. Todavia, não utilizou as estratégias escandalosas do irmão. Na sala do médico, quando ouviu  que iria tomar aquela injeção dolorida, começou a chorar e pediu ao médico que trocasse o remédio porque ela  iria sofrer muito. Falou com tanto jeitinho que comoveu o doutor. A pedido dele,  foi incluído no conteúdo da injeção uma dose de Xilocaína para anestesiar o local. Quando sentiu a diferença, ela adorou e,  desse dia em diante, toda vez que ia ao médico,  fazia a mesma solicitação e seu pedido era atendido.

Os momentos das injeções, vacinas, exames de sangue eram uma mistura desigual de humor e drama. Eu tinha que acompanhá-los e controlá-los, mas por dentro eu estava apavorada porque as agulhas (até hoje) me aterrorizam e eu não podia deixar que percebessem essa minha fraqueza. Eu simplesmente segurava-os firmemente e virava o rosto, fechando os olhos, pensando “vai acabar logo, vai acabar logo”.  Sou daquelas que morre de medo, mas encaro se precisar, só para não delegar minhas funções a outrem.

Hoje, a infância e a adolescência deles retomam a pauta por meio dos relatos ou nas fotografias e rendem muitas risadas com gostinho de saudades. Eles cresceram e superaram o medo das agulhas. Quanto a mim... Não aprendi ainda a lidar com machucados, fraturas, cirurgias ou quaisquer procedimentos similares. Dói mais em mim...

                                        (Zizi Cassemiro -  Mãe do Danilo e da Patrícia; avó do Gabriel e do Johnny)

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Enfrentando os testes com tranquilidade!


Os meninos sempre foram muito tranquilos com relação à rotina de vacinação. Todas as vezes que precisavam ir, a família inteira ia junto. Talvez por isso tenha sido tão tranquilo para eles.

Em todos os momentos da vida deles, o pai sempre esteve junto. Quando ficavam doentes, era  o pai que levantava no meio da noite ou no meio da madrugada para medir a temperatura, e dar o remédio, caso precisasse. 

Quanto àquelas famosas furadinhas, nunca tiveram problemas com elas, encaravam normalmente, tanto é que o Elias prefere mil vezes fazer o exame de sangue a fazer o exame de fezes, porque é bem menos trabalhoso, mas ele não quis que eu contasse os detalhes do que aconteceu uma vez na hora de colher o material. (risos)

O Elias precisou ficar internado algumas vezes, mas o pior de todos esses momentos aconteceu quando ele tinha quatro anos. Sofreu muito, foi traumatizante, porque foram muitos dias internado, (por isso nunca esqueci a Copa do Mundo no Japão, mês de Junho, ano 2002). Assisti aos jogos sem querer, pois passava a noite inteirinha levando o Elias ao banheiro de vinte em vinte minutos. E o médico  tratando de uma infecção intestinal, quando, na verdade, ele tinha uma infecção urinária com bactéria agressiva. Quando percebi que não melhorava, resolvi tirá-lo do hospital por conta própria e levá-lo para outra cidade. A pediatra logo detectou o problema, foram mais quatro dias internado, mas dessa vez  deu tudo certo!

Quanto ao Mateus, não me perdoo por ter permitido que dessem nele uma injeção de Bezentacil, sendo que nem eu mesma tenho coragem de tomar, porque dizem que dói demais! Resultado: Ele ficou todo empolado, todo vermelhinho e tive que correr às pressas para o hospital para tomar o anti alérgico. Me senti a pior de todas as mães!

Como sabemos, mãe também erra!! E erra feio!  Mas a vida é assim mesmo, com todas as dificuldades que enfrentamos, o que realmente importa é que tudo o que fizermos é sempre uma tentativa de fazer o melhor possível para eles. Hoje estão crescidos e eu espero que continuem sempre corajosos, que tenham sempre a tranquilidade do pai deles para enfrentar os problemas e conflitos da vida.

                                                                     (Maria José, mãe dos corajosos meninos, Mateus e Elias)

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Sempre tive que tirar de letra, então...


Talvez por eu não ter muito com quem contar nas horas mais punks, sempre encarei tudo com a cara e com a coragem. Foi assim desde a gravidez, em que eu precisei ir muitas vezes sozinha às consultas e também à maioria das ultras. Também precisava apertar o barrigão na roleta do ônibus para ir trabalhar, até os sete meses e meio, pois nunca achei necessário, de fato, pedir para o motorista abrir a porta traseira para eu entrar. Nos dias em que eu estava mais inchada, o pai do Miguel ia me levar de carro, quando o horário dele permitia. 

Nunca quis delegar funções às pessoas no que diz respeito ao meu filho. Encarei todos os banhos, até o primeiríssimo, que deixa quase toda mulher nervosa, e, claro, como não poderia deixar de ser, levei-o para fazer o tal Teste de Pezinho. Segurei, vi a agulha entrar, o sangue pular, segurei com o algodão, mas não pense que achei o momento adorável. Não foi nem um pouco, mas foi necessário e importante. Eu suava e também chorava por dentro, muito mais do que meu filho chorou, garanto. Não satisfeita, ainda repeti a dose meses depois, segurando a priminha do Miguel, a Lara, para fazer, pois a mãe dela não teve coragem. 

Também levei meu filhote para fazer o teste do olhinho e da orelhinha, numa boa! E, com exceção de uma única vacina, lá também estava eu em todas, mesmo querendo chorar com ele em todas elas. Sempre fico com os olhos cheios d´água quando isso acontece, mas certamente pago menos mico do que minha mãe e o pai dele, que foram levar na única vez em que eu não pude, por estar doente, e voltaram os três chorando (perguntei até se também aproveitaram para tomar vacina! risos).

No primeiro exame de sangue (e em todos os outros) eu estava lá, pois o pai nunca teve coragem de ir sozinho. E, mesmo não gostando, ainda ajudo a segurar elezinho, e sempre nos olhamos, cúmplices, como se fosse um forma de um diminuir a dor e o nervosismo do outro. E acho que funciona! É assim também que ele faz comigo quando estou doente, com dor. 

Estive também ao lado dele quando precisou levar pontos no queixo, após cair brincando com o pai. O justo seria este entrar com ele, segurá-lo, ficar aflito, mas, como sempre, sobrou para mim. Lá fui eu. Só que desta vez quase que eu paguei mico, pois, apesar de eu ter conseguido prender o choro, fiquei pálida, branca, gelada, e, por um triz, eu não desmaiei (precisei me sentar em uma cadeira depois das costuradas que o médico deu nelezinho, respirar fundo, beber um copo d´água e ainda ser abanada!). 

Todos esses são os sacrifícios que uma mãe tem que encarar em prol da cria, para estar junto dela nos bons e maus momentos, nestes em que mais ninguém gostaria de estar. Faço das minhas tripas coração para que ele saiba que, apesar dos pesares, poderá SEMPRE contar comigo... para TUDO e mais um pouco...!!! O amor torna tudo, sem dúvida, superável!!! 

(Andreia Dequinha - mãe do também corajoso Miguelito)