É o que eles dizem quando fogem de mim ao me verem munida de uma câmera fotográfica, porque eu não dou sossego mesmo! Até o pequeno Gabriel já andou sem paciência porque a corujona aqui enxerga beleza em tudo o que os filhotes fazem e não quer perder nada. Teimosamente, por trás de uma máquina, ali estou eu no registro até de cenas banais em que eles nem supõem que estão sendo observados.
Na verdade, o que esses rebentos não compreendem é o meu fascínio por essas lentes que, além de captar imagens de momentos únicos, permite-me vivenciá-los todas as vezes desejadas. É dessa forma que traço minhas “viagens” sem sair do lugar: cada pasta ou álbum é um porto e/ou aeroporto que me permite embarcar nessa turnê de lembranças e experiências únicas.
Graças à tecnologia, hoje podemos contar com máquinas digitais que facilitam e muito tais aventuras. Mesmo assim, não tirarei o mérito das máquinas analógicas, minhas companheiras e parceiras que coloriram com seus “cliques” tantos álbuns dos meus ex-pequeninos.
E se eu dependesse apenas da memória para lembrar-me de quando eram bebês ou adolescentes? Logicamente não iria dar tanto vexame, visto que boa parte dos acontecimentos ainda desfila diante dos meus olhos internos, mexe com minhas emoções e não permite que eu esqueça que a vida é magia .
Há, entretanto, fendas não registradas por essas obedientes e antenadas lentes: o silêncio, o vazio, a procura, o cheiro, a saudade e outros implementos dolorosos gerados pela saída de cada um deles. Um desses “vôos” permaneceu cinco anos fora do ninho; agora, para minha alegria, retornou e trouxe na sua bagagem um conhecimento fruto de seus esforços e um caldeirão de planos futuros; o outro fez o contrário: permaneceu no aconchego materno enquanto se nutria de estudos e trabalho e, um belo dia, decidiu que estava preparado para cuidar do próprio ninho e foi.
A receita para lidar com a ordem natural dos fatos é tentar manter em equilíbrio a razão e a emoção, pois nossos filhos são um bem que geramos e criamos para o mundo, não sendo, portanto, propriedade nossa.
Enquanto acompanhamos o desenvolver desse itinerário, não custa nada uma pose aqui, um “clic” aqui, outro acolá... e assim vamos tecendo, com lindas figurinhas, a nossa história cheia de sorrisos, abraços, olhares expressivos, surpresas, sustos, furos, expressões faciais diversas, biquinhos, beijocas e até chifrinhos (com os dedos), pois há sempre um pestinha por perto...
Zizi Cassemiro, a incansável mão que, sem cerimônia, aperta o "clic" para o Danilo, Patrícia, Gabriel...
Nossa, Zizi!
ResponderExcluirMuito lindo seu texto. Assim como você, também sou apaixonada por fotografia. Virou, mexeu estou lá tirando uma foto do meu filhote. Chego a ficar horas olhando fotos antigas, olhando e relembrando. Bom demais, não é?
Beijos
Ai como eu queria ser assim, mas é depois de um tempão que eu me lembro de registrar e aí, já era!! rsrs
ResponderExcluirA foto ficou linda! E é legal saber que você já fez e faz pelos filhos e o faz igualmente para o neto. Sensacional!
Somos parecidas também nisso então, Zizi, pois eu, apesar de ter melhorado bastante, tirava foto de tudo o que Miguel fazia! Era até chata, reconheço, hoje, mas não me arrependo... é coisa de mãe de primeira viagem que quer, por precaução, registrar tudo através dos clicks com medo de a memória do coração falhar! Mas sei que não falha! Tenho notado isso! Por isso talvez eu tenha dado uma diminuída nas fotos... mas sei tb que Miguel é ainda bem pequeno... e, mais tarde, pode ser que eu me arrependa de não estar munida de máquinas fotográficas e afins o tempo todo. Talvez retome isso, até porque agora o celular tb ajuda! São facilitações... mas nem por isso coloco a memória do coração para descansar... são complementares e não excludentes, né? E uso as fotos como "pontos de restauração"... vendo-as as memórias mais profundas são ativadas... automaticamente!
ResponderExcluirUm beijo e adorei ver o seu peixinho mergulhando! Fiquei emocionada, pra variar, com seu texto...
Zizi, somos irmãs !!!!!!!! kkkkkkkkk
ResponderExcluirAqui também "cada mergulho é um flash"! Já fui adjetivada de chata e duvidaram até da minha sanidade.rsrs Eu não ligo, o importante é registrar os momentos e pronto. rs
Seu relato é simplesmente delicioso.
Um grande beijo