Tenho
que admitir: a televisão é babá dos nossos filhos. Não como aquela que limpa,
alimenta, cuida, leva passear e possui laços afetivos; mas a que os mantém
por minutos ou horas cativos sob a fascinante telinha de entretenimento,
permitindo assim que a mãe realize as demais tarefas domésticas. Esse é o
primeiro contato deles com o universo da fantasia. Depois disso, impossível resistir aos encantos dos enredos coloridos, diversificados, musicados e tão cheios de
graça que atendem aos anseios imaginários desde a fase infantil, adolescente e se estende à
adulta.
Os
anos se encarregam de escrever uma lista imensa de desenhos animados e de
filmes que conquistaram a preferência dos meus ex-pequeninos. Não que eu os
tenha influenciado, ao contrário, sou meio adversa a várias produções que fazem
sucesso com a garotada. Não desenvolvi
esse gosto quando criança, pois não havia televisão em minha casa até os 12
anos. Raramente assistíamos a algum filme ou programas na TV e quando isso
ocorria, eram em visitas rápidas na casa do vizinho. No entanto, a presença
dessa “criatura que fala” não nos fez falta. As protagonistas éramos nós nas brincadeiras
criativas, nas simulações do cotidiano. Esse legado foi significativo para a
minha formação. O consumismo pregado pelos meios de comunicação chegou meio
atrasado e se alojou pelos cantos da casa do jeito que pode...
O
dono da pensão, entretanto, é um fruto das produções visuais e sonoras que a
telinha despeja diariamente. Conhece TODOS os desenhos. Já assistiu a (QUASE)
todos os filmes. Às vezes eu o testo, perguntando como é o desfecho de tal filme e
ele conta TUDO em detalhes. Não sei como cabem tantas informações televisivas
naquela cabeça! Lógico que ele fez questão de transmitir esse prazer para os
filhotes e netos, pois assim assiste, se diverte, comenta e revive as
alegrias junto às gerações que ajudou a
construir.
De
certa forma, sou grata à televisão por ocupar meus filhos com suas histórias,
afinal eu tinha que me desdobrar para dar conta das demais obrigações. Como
seria se fosse diferente com as minhas
duas bênçãos: o Irrequieto Danilo e a curiosa Patrícia?
O
Danilo gostava de alguns super-heróis. Quando pequeno, teve sua fase de “He
Man”; até precisei comprar uma espada para que ele erguesse e gritasse também
“Eu tenho a força!” O poder e o protagonismo ficcional já o encantava desde
pequeno e não foi diferente ao crescer. Haja vista sua dedicação plena pelos
objetivos traçados e as vitórias conquistadas. Todavia, seus gostos não se
limitavam à proezas super-humanas, gostava muito do “Gato Félix” e do filme “O
Elo Perdido”, segundo ele. Lembro-me que em alguns episódios do Gato Félix,
havia um tipo de esquimó baixinho que derrubava árvores e
quaisquer obstáculos em seu caminho gritando "babum". Danilo
adorava o Félix, mas tinha pavor do tal de “babum”. Esse medo do personagem
durou alguns anos e confesso que, algumas vezes, eu me prevaleci disso para
fazê-lo obedecer.
Lembro-me
também que ele sempre foi muito ligado a filmes, vídeos, programas ou
reportagens que discorriam sobre bichos. “O Mundo Animal” era assistido
constantemente. Por isso ele sabia e sabe tanto sobre os animais. Quando surgia
qualquer dúvida referente, eu já sabia a quem recorrer.
Danilo
nunca gostou de enredos dramáticos ou melosos. Na fase adolescente e adulta,
preferiu as produções sobrenaturais de suspense ou terror, como: “Anjos
Rebeldes; “A Hora do Pesadelo” (com o inesquecível e apavorante Freddy Krueger); “O Exorcista”; e outros filmes com lobisomens, vampiros, zumbis...
Desenhos? “Os Simpsons”.
A
minha princesa, embora possua o sangue azul, NUNCA gostou das princesas frágeis
e passivas como: a Bela Adormecida,
Cinderela, Rapunzel, Branca de Neve e outras. Sempre torcia para a
bruxa, que segundo ela, tinha mais personalidade e atitude. Desde pequena,
Patrícia já demonstrava seu juízo de
valor sobre as pessoas, mesmo as fictícias. O amor pelos animais e gostar de
saber sobre eles também era tributo da pequena. Assistia e curtia com o irmão
as reportagens.
Preferi
consultá-la sobre os desenhos e filmes que mais marcaram sua infância e
adolescência e eis a resposta: “Muppets Baby”; “o Fantástico Mundo de Boby”;
“Doug”; “Nossa Turma”; “Pedra dos Sonhos”;
“Timão e Pumba”; “As Aventuras de Tintim”; “Ursinhos Gummy”; “101
Dálmatas”; “Ducktails”; “Ursinhos Carinhosos”; “Punk, a Levada da Breca”;
“Cavalo de Fogo”; “Dênis, o Pimentinha”; “Manda Chuva”; “Castelo Ra Tim Bum”;
“Contos de Fada (a série)”; “A Turma do Pateta”; “programa “Glub Glub”;
programa “Mundo de Beckman”; série “Anos Incríveis”; série “Mundo da Lua”;
programa “X Tudo”; desenho “Os Anjinhos”; desenho “De Volta ao Vale Encantado”;
“Os Animais do Bosque dos Vinténs”; “Arrume Tudo e Pare com isso”;
Chiquititas”; “Tv Cruj”...
Além
desses mencionados, lembro-me que eles assistiam ao ‘Sítio do Pica-pau Amarelo,
“Carrossel” e adoravam “Chaves”. Nunca se interessaram por “Xuxa” nem Angélica,
muito menos Mara Maravilha (que de maravilha não tinha NADA). Na verdade, NENHUMA
dessas apresentadoras infantis famosas conquistou meus filhos. Segundo eles, o
que salvava o programa eram alguns desenhos. (Eu concordo em gênero, número e
grau que elas são dispensáveis...)
O
Gabriel, meu filho com mel, “ops”, meu neto, possui um rol de desenhos e filmes
preferidos; aliás em casa há um arsenal
de filmes dele que fui comprando aos poucos e ocupam as prateleiras da estante
da sala, além daqueles que ele assiste pelos canais assinados.
Gabriel adora desenhos
cujos protagonistas são gatos, em especial: “Gato
Felix”(não é da época dele, mas quando lhe foi apresentado, apaixonou-se);
“Garfield”; “Manda-Chuva”; “Tom e Jerry”; “Mingau” da Turma da Mônica; “O Gato de Botas”. Outros
desenhos igualmente o encantam desde pequeno: “Pocoyo”; “Doki”; ”Backyardigans”,
“Os Heróis da Cidade”; “Picapau”; “Naruto”; “Charlie e Lola“; “Tromba
Trem” “Scooby doo”;
Sítio do Pica-pau Amarelo”; Ben 10” “ “Pokémon”; “Hora de Aventura; “Os Simpsons”... Houve a fase dos dinossauros: “Em Busca Do Vale Encantado”; “King Kong”; “Jurassic Park”; “Dinossauro”,
etc. Semelhante ao pai,
ama assistir reportagens sobre os animais,
meio ambiente e mitologia grega. A Medalha de ouro, porém, vai
para todos os episódios do “Chaves”,
sua paixão até hoje.
Não posso deixar de mencionar que o
mais novo membro da família, outro herdeiro do Danilo, o netíssimo JOHNNY, desde os primeiros meses provou que a televisão também é sua aliada e companheira
nos momentos em que precisa se distrair e ficar mais tranquilo. Por enquanto,
as músicas e as imagens na telinha que prendem
sua atenção são: os episódios da “Galinha Pintadinha” e do “Patati
Patatá”. Pelos vistos, seguirá os passos do avô, do pai e do irmão...
Por
tabela, eu acabo aderindo a algumas dessas preferências pelo simples prazer da
companhia dos meus filhos, netos e marido, afinal, assistir é preciso, a
aprendizagem é contínua, ficar perto deles é imensurável...
(Zizi Cassemiro - mãe do Danilo e da Patrícia, avozíssima do
Gabriel e do Johnny)
Que bela sacada a sua quando diz que a TV é a babá de nossos filhos! Passa mais tempo com eles do que a gente, né? Por isso que eu acho importante a gente tentar sempre ficar de olho, para ver o que vai influenciá-los (positivamente, porque o que não presta a gente corta!).
ResponderExcluirQue delícia me identificar tanto com os desenhos citados pela sua filhota... Muitos deles fizeram também parte da minha vida, da minha história! Um "filme" também passou aqui na minha mente, que delícia! E me lembro também, embora vagamente, do Gato Félix do seu filho!
Ahhhh, eu gostava de Xuxa... e também da Mara... A Angélica eu sempre achei meio chatinha, mas é impossível falar que não ouvi, muitas vezes, por exemplo, "Vou de táxi". Minha amiga Renata, Naná, por ser loirinha, sempre era a Xuxa... e eu, morena, acabava sendo a Mara Maravilha! Lembro-me de que a gente tinha um montão de envelopes com cartinhas falsas dentro deles e jogava pra cima e tudo, pra fazer os sorteios. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Que delícia poder acompanhar dois filhos e mais dois netinhos... e sei que você ainda vai acompanhar muitas outras gerações... Haja história pra contar! Adoro!
Muito obrigada, Dequinha. É um compromisso prazeroso relembrar fatos antigos e recontá-los do jeito que dá. Muitos filmes e desenhos acompanharam o crescimento dos meus filhos e digo ainda que ajudaram a instruí-los. Por isso acho muito válido ter essa tecnologia em casa. O que não dispensa pais e filhos brincarem juntos, saírem juntos, aprenderem juntos. Mas há momentos em que precisamos voltar para as nossas obrigações e eles têm que estar ocupados tb, nessa hora essa babá nos salva kkkkk.
ExcluirQue delicia de texto! Algumas coisas em comum com as preferências dos meus filhos como "Naruto", "Pokemon", "Os Simpsons” ... O que também nunca se identificaram foi: "Xuxa", "Mara Maravilha", "Angélica", e também nunca gostaram de "Carrossel" e Chiquititas"... São apaixonados mesmo por Filmes, alguns desenhos e futebol kkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirÉ uma doçura falar das preferências deles, e que bacana é a gente descobrir isso quando é preciso falar sobre o assunto, aí é que a gente descobre o que até então nem havíamos percebido né!?! Pelo menos foi o que aconteceu comigo, adorei escrever sobre o assunto e pelo jeito todas gostaram, pois percebi isso no carinho com que nos passaram essas informações, seu texto mais uma vez, impecável!!... Lindo! ...Doce!... Amei!!
Muito obrigada pelo doce comentário.
ResponderExcluirVc tem razão: o assunto nos empolgou de uma forma... Eu nem fazia ideia de como seria o meu texto, quando dei por mim já tinha escrito diversos parágrafos e o texto ficou longo demais! Há pessoas que se negam a ler textos longos ( o meu filho é um deles), mas não pretendo ficar limitada à preguiça leitora de ninguém...enquanto eu tiver o que dizer, escreverei.
Vejo tb que os desenhos e filmes foram mais importantes para eles do que para nós que tivemos nossa infância marcada por brincadeiras desprovida de tecnologia, ou seja brincamos de verdade....