Alguém à caminho desencadeia uma
série de alterações na nossa rotina . Não importa se é ele ou ela , é
um novo ser que está em processo de formação e que, em pouco tempo, ocupará um
cantinho no berço, na cama, na mesa, nas dependências da casa e no quintal; repousará nos braços; preencherá, com seus sussurros,
risos ou choros, os vazios que intermeiam as paredes; será o centro das atenções;
o tema em (quase)todas as conversas, o assunto
predileto; o multiplicador de alegrias; o principal ingrediente de um amor tão intenso
e infinito que já se manifesta antes de sua chegada a esse mundo. Nem faz ideia
de como essa vida é esperada!
Um olhar retroativo pela linha do
tempo (1984 e 1986) buscam episódios para compor mais um relato significativo:
Uns meses apenas me restavam para que fosse providenciado
o enxoval e os demais itens utilizados no dia-a-dia de um recém-nascido. Levei em
conta as experiências alheias para formar a minha. Dessa forma, segui as orientações
das mestras: minha mãe e minha sogra e as dicas das minhas irmãs, mamães duas
vezes antes da chegada do meu primeiro rebento.
Nos anos 80 não era costume
solicitar o ultrassom para saber qual o sexo do bebê. A surpresa ocorria no
momento do parto. Até lá, as apostas, adivinhações, simpatias reinavam entre os
amigos e a família.
Durante a fase da gravidez, o arco-íris das roupinhas ia
se compondo pelos tons mais gerais: branco, bege, amarelo e verde. O azul e/ou o rosa ficaram para
depois do nascimento por questões de preferência. As dezenas de fraldas branquinhas,
compradas por quilo, tiveram suas barras feitas à máquina de costura e depois lavadas,
passadas, dobradas e guardadas com muito carinho. Por sugestão de quem entendia
mais que eu, providenciei uns cueiros para envolver o futuro bebê e mantê-lo
mais aquecido. Isso não substituiria, lógico, os cobertores macios e quentinhos
nem as mantas com detalhes rendados.
Embora nossa renda mensal não
permitisse um enxoval mais sofisticado, adquirimos o necessário com a
vantagem ainda de poder contar com o
apoio da família e de amigos generosos que contribuíram com presentes variados,
entre eles o berço e o carrinho cujos preços sempre assustam. Outro detalhe diferenciado
e motivador: naquela época as mamães ganhavam, no último mês de gravidez, um
valor correspondente a meio salário mínimo para ajudar nas despesas. Aproveitei
a cortesia e, junto às minhas economias, investi em: fraldas de tecido, calças
plásticas, roupinhas diversas, toalhas,
meias, babadores, luvinhas, faixas (para o umbigo), lençóis para o berço,
fronhas, cobertor, mosquiteiro, manta, mamadeiras, chuquinhas, chupetas,
banheira, alguns produtos de higiene e o
básico de primeiros socorros...
Não fiz chá de bebê, mas os
presentes chegaram logo após o nascimento de cada um dos meus filhos. Muitas visitas
trouxeram, além do carinho e felicitações pela vinda do novo ser, brindes variados. Um deles inesquecível: dois macacãozinhos:
um azul e um rosa, pois os tios do Marcos pensavam que eu havia dado luz a um
casal de gêmeos. Usei no príncipe (Danilo) a linda roupinha azul e guardei a
rosa por quase dois anos até que, finalmente, a princesa (Patrícia) veio compor
a nossa corte.
O primeiro filho leva, em partes,
algumas vantagens: inaugura tudo: móveis, roupas e todos os acessórios de bebê; o segundo reutiliza alguns
desses utensílios quando convém, porém não abre mão de mostrar sua particularidade
em novas roupas e novos adicionais que melhor o caracterizem, sobretudo as meninas
que costumam ser mais contempladas com apetrechos peculiares oferecidos no
comércio.
Referentes ao enxoval, mudanças ocorreram de lá para cá : as
fraldas de pano passaram à descartáveis (que prático!) inventaram paninhos de
cheiros (que fofo!), os cueiros e as faixas de umbigo sumiram( e não deixaram
endereço, que bom!) não se enrolam mais bebês como pacotinhos (pra quê?) e os
pais não têm ajuda do governo para comprar o enxoval (isso sim faz falta!).
Entretanto, isso não interfere no clima intenso de expectativas e alegrias de
quando estamos à espera da chegada do nosso maior milagre: o da VIDA!!
(Zizi Cassemiro – mãe do Danilo e da Patrícia; Avó do Gabriel e do
Johnny)
Realmente, o primeiro filho inaugura tudo, foi exatamente assim com os meus, alguns itens foram passados de um para o outro, ainda melhor, porque os meus são meninos. Mas é como você mesma disse; nada interfere no clima intenso de expectativas e alegrias de quando estamos à espera da chegada do nosso maior milagre: o da VIDA!! Aguardar a chegada deles não tem preço! É lindo! É divino!! Amei cada pedacinho do seu texto, cada vez mais cheio de carinho, cheio de doçura!! Transbordando de AMOR!!!
ResponderExcluirEles são o melhor de nós, não é mesmo?
ExcluirQue engraçado gêmeos. Somos justamente o oposto embora parecidos na fisionomia. Quem sabe Deus achou melhor ir por partes. Rs.
ResponderExcluiresse texto completa o texto do brinquinho kkkk. E eu amo brincos até hoje. ...posso sair sem bolsa, mas sem brinco jamais!!
Meus fofos que tanto amooo!!
Excluir