terça-feira, 27 de setembro de 2011

Enfim, a liberdade!


Depois de oito dias na incubadora, Henrique finalmente foi para o quarto. Foi a primeira vez que peguei meu pitoquito no colo. Fiquei muuuuuito feliz porque achei que ele só ficaria mais uma noite naquela maternidade e que pela manhã, o pediatra me daria a tão esperada alta. Mas como ele nasceu com 1.900 kg e, durante sua "estadia" no CTI baixou para 1.700 kg, o médico achou melhor ele adquirir mais peso antes de poder ir embora pra valer.

Os dias foram passando e eu lá, naquele quarto sozinha com ele, sem dormir, muito cansada, entupindo o coitadinho de leite (ainda com seringa) pra que ele engordasse logo...rsrsrs

E foi no 13º dia que finalmente meu filhote ganhou a liberdade! Nem acreditei quando o doutor chegou pra ver se ele tinha alcançado os 2 kg e ele tinha! Coisa mais linda! Fisicamente falando, ele ainda não apresentava nenhum sinal da paralisia cerebral que sofrera e isso só fomos perceber mesmo quando ele estava com dez meses. Lembro que liguei pro meu marido, que estava trabalhando, mas correu pra nos buscar na mesma hora.

Foi inexplicável passar pela catraca que separava a maternidade do corredor da saída. Essa sensação ficará guardada em mim pra sempre...

E junto com aquele serzinho todo dependente da gente, fomos na farmácia comprar tudo que fora receitado pelo pediatra e em seguida, para a casa de meus pais. Estava insegura em levá-lo direto para a nossa casa e o combinado era que iríamos ficar uma semana lá, mas não consegui. Queria muito o meu cantinho e meu marido não suportava mais dormir sozinho....acabei ficando três dias só.

Eu enxergo a saída da maternidade como a primeira das muitas vitórias do Henrique.

(Simone Maróstica, mãe do vitorioso Henrique)

4 comentários:

  1. Foi literalmente liberdade mesmo, né, Simone, porque ele estava lá presinho, na engorda, sem conhecer sua casinha, limitado por paredes e espetadelas hospitalares...
    Que gosto bão esse, nossa, a gente que não passou por isso só imagina!...
    Muitas vitórias para vocês e seu Cavaleiro Andante!!!

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  2. Nem preciso dizer que este foi mais um texto seu que me levou às lágrimas. É tudo muito intenso, de muita luta, e como tenho orgulho de vc e do Henrique, amiga! Dois guerreiros mesmo! Nooosa! Eu fico imaginando como desejaram esse momento! Eu entrei na maternidade na sexta de manhã e tive alta no domingo de manhãzinha e já não via a hora de vir pra minha casa com Miguel! Imagino vc!

    Chorei especialmente imaginando a catraca e tenha certeza de que jamais vou desassociá-la de vc depois desta! Naquele dia passaram por uma de tantas catracas. Uma vitória de cada vez, mas saiba que eu profetizo de que TODAS elas virão, mais até do que vc imagina, viu!

    Com amor,

    Andreia Dequinha e Miguel

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  3. Estar num hospital é se sentir uma refém dos médicos, isso é horrível!!A palavra "alta" é a mais desejada, com certeza! Só depois que saímos de lá, podemos exibir nossas "qualidades maternas". Seu pequenino também sentiu isso na pele pois dependia de ganhar peso para poder ganhar a tão desejada "carta de alforria". momentos marcantes, não? Masss....que bom que é passado! Henrique, esse Grande pequeno guerreiro, já venceu tantas batalhas e continuará na liderança pois a medalha ou troféu a ele pertence;))

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  4. Simone querida, que bom que tudo isso já faz parte do passado, a sua dor foi tão intensa, mas como é bom saber que vocês já superaram tudo isso, pois são guerreiros! Fico muito feliz por vocês dois!
    Muito emocionante o seu texto!!

    "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã" Salmos 30:5

    Bjos

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