Tentei me lembrar de micos que tenham acontecido comigo como mãe e não consegui. Nem estou querendo me gabar ou me achar a mãe mais exemplar do mundo. Acredito que isto ocorre porque eu não sou uma pessoa muita espontânea. Penso muito antes de falar ou fazer algo. Isto pode ser bom, mas também pode trazer bastante sofrimento (porque nem sempre é possível prever tudo o que vai acontecer e temos que aprender a lidar com imprevistos...)
Enfim, com a ajuda da minha família, lembrei-me de umas histórias em que eu estava envolvida. Não fui a figura central, mas estando presente e acontecendo com pessoas que amo, me senti pagando mico também.
No final de 2009 foi anunciado que o Parque da Mônica fecharia definitivamente no ano seguinte. A Mari tinha 2 anos e achamos que ela teria que ir lá para conhecer, ainda que não se lembrasse um dia. As fotos registrariam tudo e guardariam a lembrança daquele passeio.
Estávamos super empolgados. Todos somos fãs desta turminha e estar em um parque temático deles, seria mais do que um sonho.
Logo que entramos, o primeiro miquinho aconteceu! Mari estava maravilhada pela linda decoração... Luzes, desenhos, brinquedos! Havia pessoas caracterizadas como os personagens, que interagiam com os visitantes. O primeiro com quem encontramos foi o Cascão. Ele veio todo feliz, pulando e conversando... A voz era igualzinha à do desenho da TV. Mas foi só ele se aproximar para a Mari pular no meu colo e chorar compulsivamente... O personagem ficou visivelmente envergonhado, já que o choro chamou a atenção de todos ao redor... Ele saiu disfarçando, balançando os ombros, como quem quisesse dizer “Fazer o quê? ” Eu quis cavar um buraco no chão e sair com a Mari rapidinho.
Dali para frente, era só ela achar que havia um personagem passeando pelo parque, que ela pulava em meu colo. Nem a Mônica, o personagem mais esperado, escapou do medo dela. Quem entrou na casinha e tirou foto foi o pai. Eu fiquei com a bebê agarrada em meu pescoço, lá fora.
Para completar os micos, meu marido quis interagir com os personagens e gravar a conversa, tipo foto “selfie”. Mas, como ele tem um problema sério em memorizar nomes e vive trocando-os, vocês já podem imaginar o que ocorreu. Chegou todo feliz ao personagem Jeremias e disse:
- Que legal!!! Estamos aqui com o Pelezinho!
- Eu sou o Jeremias!!! Você não lê gibi? – respondeu o personagem.
E meu marido:
- Não... Faz tempo que não leio.
- É. Deu para perceber... – disse o personagem, de forma sarcástica.
Neste momento eu já estava lá no estacionamento me escondendo... (risos). Brincadeira! Eu não saí correndo! Mas confesso que me distanciei um pouquinho, fazendo a linha “Nem sei quem é esse moço ali pagando mico...”.
Enfim, estes são momentos de que nos lembramos e rimos muito atualmente, ainda que na hora em que ocorreram não foram tão divertidos assim. Mas a vida é assim, não?
(Nina Marinho, mãe da Mari, de 8 anos e da Analu, de 2 anos)