O que diferencia é a intensidade
da birra, da criança e da olhada dos pais – ou não. Não me lembro de um
“momento vexame” desses que nos fazem querer cair em um buraco ou parar o tempo
para os outros só para dar aquele grito de "chega", capaz de estremecer tudo ao
redor, mas me lembro de um fato, complicado, por sinal, ocorrido quando a Bia
tinha uns seis ou sete anos.
Sempre trabalhei muito e ela
ficava com uma babá. Um dia, saí para trabalhar e ela teve uma crise, parecia
enlouquecida, jogou o chinelo no espelho
que ficava no corredor. Devo confessar que ela levou umas chineladas quando eu
cheguei e vi o espelho quebrado. Imagina, se ela se machuca ou aos outros?!?
Já o Fillipe, seu problema é sua
mania de responder. Houve uma vez em que ele queria algo, não me recordo bem, e
eu disse não. Ele ficou me respondendo na frente das pessoas e eu me controlando para não lhe dar uns tabefes
ali mesmo, na frente de todo mundo. Fui pra casa bufando e, assim que chegamos,
o tempo fechou. Nunca mais ele me respondeu na frente de ninguém.
Criar filho é muito difícil.
Olhamos ao redor e sempre achamos que as crianças dos outros é que são
mal-educadas, chatas e respondonas. Quando acontece conosco é que a ficha cai.
A verdade é que filhos não vêm com manual e de vez em quando nos surpreendem,
nem sempre de forma agradável. Faz parte mesmo!!!
(Carmem Lucia - mãe da Bia e do Fillipe)