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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Guardada no coração...




Calma! Não é essa a foto mais engraçada. Essa é para ilustrar a história de quem vou contar, meus filhos Lucas e Felipe. Apesar de ter fotografado muito a infância dos meus filhos, os momentos mais marcantes ficaram guardados no coração. Nem sempre a câmera estava a mão, outras vezes optamos por não ter imagens, como na época em que o Lucas estava na cadeira de rodas.


Entre as várias imagens que ficou guardada comigo, uma delas precisaria ser filmada. Estávamos com a casa cheia de visitas e o Lucas veio do quarto com uma calcinha minha na cabeça, como se fosse um boné e falando ao telefone seriamente como se tivesse dando bronca em alguém. Testa franzida, sentou em um banquinho e continuou a "bronca", o elástico da calcinha puxava os olhos para cima e ele fazia um esforço enorme para olhar. Estava ainda aprendendo a andar e veio tropeçando nessa situação. Foi muito divertido!


Com o Felipe, a imagem mais divertida que tenho na lembrança é dele roubando comida do irmão. Então na maioria das fotos ele está com comida "dupla", dois pirulitos, dois pedaços de bolo, dois bombons, etc. Ele ainda nem andava, ficava no disquinho e quando o irmão chegava da escolinha cansado, a Vovó preparava um lanchinho e enquanto assistia desenho ia lanchando. O Felipe ficava na "espreita", quando o Lucas distraía um pouquinho, ele pegava a comida e saía louco correndo. Foram várias quedas e trombadas na parede, porque ele corria olhando para trás. Então o Lucas desistia da comida porque tinha nojo porque o irmão babava na comida dele.


(Mariuza Freire)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Sem Noel...


Algumas vezes me é muito difícil falar sobre os temas da semana. Esse, por exemplo, não tenho nada tão belo para dizer. Sou de uma família que nunca ousou "sonhar" como Papai Noel, Coelhinho da Páscoa e outros tantos seres imaginários, talvez para que a decepção não fosse tão grande, já que este não viria mesmo. Os pouquíssimos presentes eram bem explicados que vinham do suor sagrado do trabalho na lavoura e que seria na época em que realmente houvesse uma sobra, pois o essencial era ter a alimentação básica. Eu achava tão natural essa forma de viver que nunca questionei e nunca tive nenhum trauma por conta disso.

Os meus filhos, é claro, bem mais privilegiados, tiveram seus presentes em todas essas datas. Porém a explicação continuou a mesma: o presente vem do pai e da mãe. Assim que puderam compreender, expliquei sobre de onde vinha os presentes e todas as ilusões que a mídia nos coloca para consumirmos cada vez mais.

Nunca reclamaram disso, pelo contrário, achavam-se "homenzinhos" por saberem dessa informação.

(Mariuza Freire)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

É tão bom ser criança...

É Bom Ser Criança

Toquinho

É bom ser criança,
Ter de todos atenção.
Da mamãe carinho,
Do papai a proteção.
É tão bom se divertir
E não ter que trabalhar.
Só comer, crescer, dormir, brincar.
É bom ser criança,
Isso às vezes nos convém.
Nós temos direitos
Que gente grande não tem.
Só brincar, brincar, brincar,
Sem pensar no boletim.
Bem que isso podia nunca mais ter fim.
É bom ser criança
E não ter que se preocupar
Com a conta no banco
Nem com filhos pra criar.
É tão bom não ter que ter
Prestações pra se pagar.
Só comer, crescer, dormir, brincar.
É bom ser criança,
Ter amigos de montão.
Fazer cross saltando,
Tirando as rodas do chão.
Soltar pipas lá no céu,
Deslizar sobre patins.
Bem que isso podia nunca mais ter fim.



Uma homenagem a todas as crianças das mamães blogueiras e principalmente àquela criança que vive sempre em nós.

(Mariuza Freire, mãe ( desmemoriada) do Lucas e do Felipe)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Para o Lucas, com amor...


Carta ao meu filho Lucas
Filho querido,
Antes de mais nada, quero pedir-lhe perdão... pelas minhas falhas de mãe de primeira viagem, pelas minhas inseguranças, pela minha fragilidade, pelos meus medos de não dar conta de ser a mãe que você precisaria. Por tudo isso e muito mais, meu filho, sei que falhei contigo. Super proteção deixa marcas pela vida a fora. Hoje quando o vejo indeciso, egocêntrico, esperando soluções mágicas para todos os problemas que aparecem na sua vida, uma dor imensa invade meu coração e sei que a culpa não é sua. Todos ao seu redor tinham uma necessidade imensa de te proteger, a tal ponto que, seu avô quase caiu em cima de ti no primeiro tombo que levaste, e para aumentar o choro do vovô, você ainda dizia apontando o machucado na testa: “Foi vovô que fez...”
Sei também meu filho que foi pelos problemas de saúde que teve, que ficamos assim. Praticamente esquecemos que tínhamos outro bebê em casa ( o Fê foi se criando sozinho e exigiu seu espaço quando compreendeu tudo). Aquele ano em que você ficou impossibilitado de andar, eu também estava naquela cadeira de rodas. Como eu queria tirar de você todas as dores e dificuldades pelas quais  passou.
Toda vez que ouço aquela história da borboleta ainda se debatendo no casulo, quando um homem resolve ajudá-la cortando o casulo e ela segue se arrastando pela vida porque não estava pronta, tenho receio de que eu tenha feito a mesma coisa. O que me fortalece é pensar que como seres feitos  por Deus, temos sempre a chance de aprender, de sermos melhores.
Talvez passe pela sua cabeça que estou sendo muito dura contigo nessa fase de adolescência, mas não é isso, meu filho. Estou esperando você sair do casulo. Estarei sempre aqui.
Lucas,  quero que saiba que o amo eternamente. Que adoro quando deitamos de conchinha e me pede para massagear suas costas, quando ficamos conversando na minha cama e você me fala de sua vida, de seus sentimentos. Olho pra ti e vejo um homenzinho lindo, apaixonante  e meu coração fica todo derretido. Nas minhas orações peço a Deus e a Mãezinha do Céu para que cuidem de ti, que coloque pessoas do bem ao seu redor e que não permitam que nenhum mal chegue até você.
Eu te amo, filho!
(Mariuza Freire)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Carinha de coruja



Bom mesmo é ser segundo filho. O Felipe tirou sorte grande. (risos) Já o pobrezinho do Lucas foi motivo de experiências várias de uma mãe desastrada. Entre elas, a primeira foto. Como toda mãe, eu queria a primeira imagem do meu filho...então teve foto nascendo, foto pesando, foto deitado sobre a mesinha e lá bem por último foto todo enrolado de cobertores no colo da vovó e mais uma dúzia de pessoas que o esperavam tão ansiosos como eu. O grande problema é que esse desfile todo foi na noite mais fria daquele ano, sem contar que ele nasceu com o ombro deslocado e ninguém sabia até então. Todas essas fotos foi em meio a berros e a expressão de dor que há em seu rostinho faz com que eu  as desteste. Estava todo inchado e com uma bola na cabeça, pois demorou muito para nascer. O pai dele dizia que ele nasceu de capacete. E gente!!! Tenho que confessar uma coisa...era feio de dar dó! (risos) Demorou dias para seu rostinho ficar normal. Então eu costumo contar essa história para ele e brincamos muito com isso dizendo que ele era a nossa corujinha. E ele acostumou com a brincadeira e pedia que eu cantasse "Corujinha" para ele dormir. Minha coruja de 15 anos...ainda hoje se empoleira em um canto qualquer, com o bico comprido, quando algo não vai bem. 
Só para concluir: O Felipe não teve o desfile. A primeira foto foi todo vestido, com carinha feliz e no colo do irmão (que queria jogá-lo fora, porque nasceu "marrom").

(Mariuza Freire)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Viva o Amor!


O primeiro amor do meu Lucas aconteceu no jardim de infância. Com apenas três anos, ele falava todo bobo da colega de sala: "- Mãe, ela tem cachinhos no cabelo... é a coisa mais linda do mundo!". E realmente era, parecia uma bonequinha. Pele branquinh,a quase transparente e os cachinhos soltos sempre em movimento... arrebatou o coração do meu filho. Certo dia, a professora os encontrou debaixo da mesa dela, beijando na boca. O amor durou meio ano, pois ela mudou de cidade. Depois disso, como bom canceriano (igual a mãe... rs) ele riscou todas as fotos dela (que guardo até hoje). Com certeza muitos amores lhe arrebataram o coração, mas o que chegou até a mim foi há dois anos. Um namorinho com uma colega de sala novamente, ambos com treze anos. Três meses depois, ele terminou pelo orkut, porque é muito difícil terminar uma relação (risos). Adoro quando ele está apaixonado, pois fica dócil, trabalhador e de bem com a vida. Por isso estou aqui torcendo que isso aconteça logo!

Não posso esquecer do meu Felipe. Esse o amor ainda não chegou, mas já beijou todas as que se aproximaram dele (risos). Segundo ele, não quer namorar, porque dá muito trabalho. Só vai ficar! Sempre diz que quando se apaixonar vai ser  o melhor namorado do mundo, vai cuidar da garota, presenteá-la, encher de mimos. Não duvido, pois ele é bem assim! No entanto, vive arrebentando corações. Na escola, onde eu trabalho e ele estuda, só escuto nos corredores: "- Oi sogra...",  "- Vou casar com o Felipe...". Meus colegas professores dizem que dá o maior trabalho controlar as garotas da sala, pois brigam para sentar perto dele.

Que venham os amores e que eles saibam vivê-los!

(Mariuza Freire - mãe apaixonada do Lucas, e bem desencanada, do Felipe)

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Um novo ser

 É difícil lembrar de mim antes dos meus filhos, parece até que já nasci com eles grudados em mim. Felizmente o tema dessa semana fez um processo "remember", do antes e depois de ser mãe.
Não sei se posso chamar esse processo de aprendizagem (ou o livro dos prazeres...rs) ou de construção. A maternidade fez uma metamorfose na minha vida. Deixar tudo e todos para depois, inclusive a mim mesma, para estar completa do lado do filho quando este precisa. A casa revirada, os serviços acumulados e deitar de conchinha no sofá porque o Lucas está carente ( e ainda coçar as costas dele...rs). Esquecer um monte de problemas com apenas um sorriso e um rebolado do Felipe. Acalmar a TPM ensaiando a dança do Faustão com os dois...(risos). Entre tantas outras aprendizagens, preciso ressaltar duas: Ser uma profissional melhor, que tem um olhar diferenciado sobre a criança e o adolescente.  Como aprendi a ouvir, a sentir os meus alunos a partir da minha convivência com meus filhos. E aprendi a compaixão com aqueles que me educaram. Hoje compreendo as dores, as preocupações de meus pais, a dificuldade porque passaram e sempre muito perto dos filhos. Hoje, estão por aqui, socorrendo os netos. Agradeço ao Pai do céu por isso.

(Mariuza Freire, mãe construída por Felipe e Lucas)

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Marcas de mãe


O filho que eu quero ter

É comum a gente sonhar, eu sei
Quando vem o entardecer
Pois eu também dei de sonhar
Um sonho lindo de morrer
Vejo um berço e nele eu me debruçar
Com o pranto a me correr
E assim, chorando, acalentar
O filho que eu quero ter
Dorme, meu pequenininho
Dorme que a noite já vem
Teu pai está muito sozinho
De tanto amor que ele tem
De repente o vejo se transformar
Num menino igual a mim
Que vem correndo me beijar
Quando eu chegar lá de onde vim
Um menino sempre a me perguntar
Um porquê que não tem fim
Um filho a quem só queira bem
E a quem só diga que sim (...)

(Vinícius de Moraes)

O filho que queremos ter é perfeitinho! Cheio das nossas qualidades e nada de nossos defeitos. E quando percebemos qualquer comportamento ou característica inadequada já passamos a bola: "é coisa do pai, ou da família dele"... (risos). É claro que carregarão muitos dos nossos traços, das nossas qualidades e de nossos defeitos, alguns aprendidos na pedagogia insistente do ambiente familiar...muitas vezes observo meus filhos repetirem minhas ações nada exemplares, assim como repito as atitudes da minha mãe, mesmo tendo consciência que não deveria e lutando contra. Como dizia um analista conhecido "O problema da humanidade é ter mãe" (risos). A construção da personalidade dos nossos filhos são marcadas em grande parte pela presença materna, então fica impossível não perceber nossos erros e acertos estampados no rosto dos nossos amados filhos.
(Mariuza Freire)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

De umbigo a umbiguinho...


De umbigo a umbiguinho

Muito antes de nascer
Na barriga da mamãe já pulsava sem querer
O meu pequenino coração,
Que é sempre o primeiro a ser formado
Nesta linda confusão.
Muito antes de nascer
Na barriga da mamãe já comia pra viver
Cheese salada, bala ou bacalhau.
Vinha tudo pronto e mastigado
No cordão umbilical.
Tanto carinho, quanta atenção.
Colo quentinho, ah! Que tempo bom!
De umbigo a umbiguinho um elo sem fim
Num cordãozinho da mamãe pra mim. (...)


(Toquinho)

Linda essa canção! Demonstra exatamente como eu pensava quando grávida: tanto conforto, comida na hora certa, carinho, calorzinho... e de repente é expulso do paraíso (risos). Esse deve ser a maior rompimento para os bebês, tem até ato solene de "cortar o cordão umbilical". Já para nós, mamães, tantos outros rompimentos virão. Voltar ao trabalho após a licença maternidade, parar de amamentar, não é um corte do cordão... é um rasgo, como se o arrebentasse. Mas não para por aí... vamos seguir pela vida afora cortando tantos outros cordões.

Dois momentos, até hoje, ficaram bem marcados na minha memória: de repente a mãozinha escorregou da minha e já não era bom andar de mãos dadas na rua... eram homenzinhos e precisavam mostrar isso caminhando sem a proteção da mãe. A sensação foi como se faltasse um pedaço de mim, uma extensão do meu braço que sempre estivera ali. O outro, aconteceu somente com o meu filho mais velho. Entre a infância e a adolescência ficou arredio. Não aceitava meu carinho, minha ajuda e a comunicação entre nós ficou muito difícil. Muito dolorida essa fase!

Hoje eles gostam de andar de mãos e de braços dados, pendurados no ombro, uma beijação que não acaba mais (risos). Porém, minha comunicação com o Lucas não mudou muito. Sei que tantas outras fases virão e que fazem parte da formação da personalidade deles. E que Deus nos faça fortes para "cortar" tantos outros cordões.
(Mariuza Freire)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Experiência inesquecível: Ser Mãe

Decidir-se pela maternidade é encher a vida de momentos inesquecíveis. Isso é fato! O que me leva a escolher um momento para escrever agora, não me perguntem, não saberia explicar.

Quando o Lucas nasceu, minha mãe ficou comigo por 15 dias. Cuidava de tudo, desde a minha alimentação ao banho do bebê, tudo era ela que resolvia. Bem no dia dia em que ela iria embora, arrumou a banheira com água morninha, tirou a roupa do Lucas e... nessa hora, uma buzina no portão. Era meu tio que vinha buscá-la. Ela me abraçou, beijou o netinho e se foi. Eu fiquei ali, com aquela criança pelada, sem coragem para colocá-lo na água...(risos). Para ajudar, o danado abriu um berreiro e eu comecei a chorar mais alto que ele, encobri o choro dele...quando percebi, ele tinha parado de chorar e estava com os olhos arregalados, acho que de susto...então comecei o banho, já que ele estava todo molhado com as minhas e as lágrimas dele.
O Felipe, uma criança sortuda, com uma mãe mais experiente e uma avó morando no mesmo quintal, já nasceu praticamente independente...(risos). A cena que me vem a memória agora me emociona muito, pois é uma marca da personalidade desse meu filho tão querido. Ele é um ser solidário por natureza. Quando seu irmão teve que ficar na cadeira de rodas com as pernas imobilizadas, fez um nó na cabecinha dele ( 3 aninhos ele tinha), achou que o irmão não poderia nem comer sozinho. E como ele era muito guloso, a única coisa que o deixava extremamente nervoso, era passar vontade de comer alguma coisa...então acho que pensou o mesmo do irmão. No dia em que o Lucas chegou em casa sem poder andar, fazendo pose de que estava tudo bem, para não entristecer os avós e o irmão, o Felipe começou a buscar comida na cozinha e tudo que achava pela frente trazia e colocava na boca do irmão, como se esse não conseguisse usar os braços. Era uma colherada na boca do Lucas e outra na dele e dizia assim:  "Hummmm...que gostoso, né Uca?!!!"  Não precisa nem dizer...pura emoção de todos nós naquela hora.

(Mariuza Freire)

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Carinha feliz!

Confesso, de antemão, que tenho uma certa aversão por festinhas todas arrumadinhas, enfeitadas e a criança toda de roupinha nova, e a mãe neurótica de medo de se sujar, de cair e machucar, etc, etc e tal...(risos). Mesmo assim,  caí nesse engodo na primeira festinha do Lucas e percebi que de tanta preocupação com tudo,  resta tão pouco para a criança se divertir e  eu me senti acabada no final do dia.

A partir de então, passei a pensar o que seria agradável para o aniversariante. Então as festas aqui  se tornaram acampamentos em casa....rsrs. Os amigos já vinham para dormir e sem preocupação de tirar o pijama no outro dia, a folia já começava cedo e assim seguia o dia, alguns comes e bebes e muita brincadeira.

Até hoje, pergunto pra eles o que seria a comemoração ideal em cada ano. Desde um futebol com os colegas e cachorro quente no final ( como foi o aniversário do Fê ano passado) até passar o dia com os amigos no shopping ( como foi o do Lucas nesse ano), o que eles decidirem e couber no orçamento tá valendo. O importante é a carinha feliz no final do dia....ainda que a mãe esteja acabada. (risos)

(Mariuza Freire)

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Superação!



Férias, janeiro de 2001. Observava meu filho brincando no quintal quando percebi que mancava de uma perninha, de um jeito muito estranho. Não me liguei muito na hora, preparando malas para uma viagem que faria com eles. Já no meu destino, casa da minha irmã no norte do Paraná, percebi outra vez a mesma situação e meu coração de mãe sentiu que não era uma coisinha à-toa. O Lucas estava com 4 para 5 anos e não reclamava de nenhuma dor. Assim mesmo, procurei um médico que fez alguns exames e viu que era um probleminha no quadril. Voltei imediatamente a Curitiba e procurei um Ortopedista recomendado. Descobri que meu filho estava com uma doença chamada Leg Perthes, que é caracterizado por uma necrose da cabeça femural. Enfim, meu filho não poderia voltar a andar enquanto não voltasse a jorrar sangue na articulação do fêmur! Uma doença de causa indefinida, sem prazo definido e nem muitas pesquisas.

Perdi o chão quando soube. Como falar aquilo para meu filho? Como tranquilizá-lo, se teria que usar um aparelho para imobilizar as pernas e ficar em uma cadeira de rodas por tempo indefinido? A presença Divina veio através de um médico que primeiro fez todo um trabalho comigo. Colocou-me em contato com outras mães que narraram a mesma experiência com seus filhos, e somente me deixou falar com o Lucas, quando a aceitação já havia acontecido dentro de mim.

Foi um momento muito difícil nas nossas vidas! Ele ficou 10 meses sem andar, mas preferiu continuar na escola e procuramos não mudar muito a rotina de vida dele. Quando voltou a andar parecia um bezerrinho quando vai se levantar a primeira vez, não tinha forças nas pernas (apesar da natação nesse período). O dia que o médico o liberou do aparelho, foi o pai e a avó que o levaram. Quando cheguei em casa do trabalho, ele estava escondido atrás da geladeira fazendo a maior força para se firmar em pé para me surpreender. Nunca esquecerei essa imagem...e até hoje não consigo conter as lágrimas ao lembrar.

(Mariuza Freire)

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Hora certa???

Pensando sobre o tema dessa semana “Mãe com que idade?”, comecei a refletir sobre esse assunto. Confesso que se tivesse lido tantas coisas  sobre planejamento familiar, hora certa e  coisa e tal... Até hoje estaria esperando essa hora. Convivo com algumas pessoas na minha idade, que  não tiveram filhos, mas também não tiveram a certeza dessa decisão, como se em algum momento o tempo  fosse parar para que elas tomassem essa decisão. Como eu ignorava tudo isso (risos) e inclusive não queria usar os métodos artificiais de prevenção, resolvi fazer o método Billings por achar mais natural. E dessa naturalidade toda veio, aos 26,  o Lucas e aos 28, o Felipe. Todos tão naturais! Lindos!
Sempre penso que meus filhos foram planejados sim, mas pelo pai do céu, que inclusive não permitiu outros porque sabia que eu não daria conta. Quando tive o Lucas, achei que ia pirar, tinha medo de tudo, nunca havia cuidado de criança (sou filha caçula). Olhava aquele “serzinho” tão frágil, parecia que ia quebrar a qualquer hora. Como o primeiro filho sofre nas nossas mãos! Carrega todos os nossos medos, inseguranças, neuroses... e carrega pela vida a fora. Que dó!
Toda essa experiência serviu para o segundo, que sortudo! Esse, nasceu independente, praticamente. Quando menos esperava ele  já descia da cama pendurado pela colcha, caía de costas se arrastava pela casa e escutávamos um gemido de esforço para poder engatinhar. Pouco tempo depois,  já roubava comida do mais velho e saía correndo como louco no disquinho, aprendeu a abrir a porta da geladeira e até no vidro de pimenta ele mamou...(risos).
Agradeço ao Pai do céu, por não me permitir escolher a hora, pois com certeza ela não teria vindo, já que casei com um homem que não tinha como planos ser pai. Apesar de ser uma mãe “louquinha” e desapegada, sei que me realizo na maternidade.
( Mariuza Freire)

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Carinha de bebê

Os bebês, em geral, nascem com cara de bebê. Mas, é claro, a família toda, sempre muito "coruja", começa o famoso interrogatório: "Com quem ele (a) se parece?" Sempre esperando que a resposta seja a que eles estão louquinhos para ouvir... (risos). Eu, particularmente, quando consegui reconhecer traços de aparência familiar nos meus filhos, eles já estavam bem grandinhos, desmamados já.

O Lucas tem traços físicos e temperamento do pai, com exceção do afeto e de gostar de ser alisado, coisa de canceriano. O Felipe tem traços físicos do meu pai, carinha  e bom humor de baiano... não sei se foi uma cópia, já que a grande figura masculina na vida dele é o avô, são "unha e carne", fazem tudo juntos, guardam segredos um do outro, vivem nos cochichos e risadas, nada passa sem uma piadinha.

Apesar dos meus garotos (sacanas) não se parecerem fisicamente comigo, não me incomodo com isso. A grande preocupação de todos os pais penso que seja a construção da identidade desses nossos tesouros. Por essa causa, tenho lutado todos os dias.
 (Mariuza Freire)

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Parto "anormal"

Costumo dizer que não existe parto normal, não tem nada de "normal". Pelo menos para mim não foi. O parto do meu primeiro filho entre muitas dores e um "fervo" total no hospital, por parte de meu amigos que tinham apostado sobre o sexo do bebê, já que eu não quis saber antecipado o sexo dos meus filhos, ainda teve um probleminha de cidade do interior. O médico era candidato a prefeito e não se afastou do cargo. Então bem no dia em que senti mal, ele estava em um vilarejo fazendo campanha. Pense na situação! E o pior ainda não contei... dentro do hospital um monte de amigos esperando para saber o sexo, falando alto, entrando e saindo do quarto em que eu esperava o médico, o louco do ex-marido tirando foto sem parar da minha dor e fora do hospital, o meu ex- sogro (agora já falecido), completamente embriagado soltava foguetes para comemorar a chegada do neto. Folclore total. Depois de muitas e muitas horas de dor...já na madrugada o Lucas nasceu com uma cara de tão bravo que dava até medo de olhar pra ele (igualzinho ele faz hoje quando está de mal de mim...rs). Depois descobrimos o porquê. Ele nascera com o ombro deslocado e tinha muita dor. Na segunda gravidez, depois do "mico" total, fui fazer o pré-natal e tive o Felipe em outra cidade (180 km de distância). Pudera, não é?! Então tive uma experiência mais tranquila. Cheguei com muita dor e uma "santa" de uma enfermeira, começou a acariciar a minha barriga e conversar com o bebê dizendo: "Você já está prontinho, não faz a mamãe sofrer, pode vir...".  Foi muito emocionante, pouco tempo depois, chegava o Felipe com uma carinha se sol para aquecer nosso coração. Apesar de não sofrer tannnnto como da primeira vez, continuo a insistir: não pode ser NORMAL. (risos)

(Mariuza Freire)

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Será que o nome gruda na gente?!?

Logo nos primeiros meses de gravidez já escolhi os nomes dos meus filhos. Assim sem muito consultar, sem buscar significados. Exceto pelo fato que gostaria que fossem nomes bíblicos. Lucas e Felipe (o segundo com uma pequena alteração, já que na bíblia é Filipe). Depois de muitos anos, com eles já crescidos, busquei a significação dos nomes e qual não foi a minha surpresa ao descobrir que tinha muito a ver com eles.

O meu Lucas é pura luz... “o nome Lucas significa luminoso radiante Não é adepto a pertencer a grupos. Gosta mesmo de uma cada coisa a seu tempo, quando sai com alguém (especialmente paqueras), não quer saber de mais ninguém por perto. É assim que sente-se totalmente à vontade, conseguindo até tirar de letra qualquer desentendimento que venha surgir. Uma coisa que o deixa muito nervoso é ter que tomar uma decisão. Julga isso muito difícil, e para fugir de tomá-las torna-se teimoso, preguiçoso ou mesmo desligado, tudo não passa de fuga”. Essa definição é idêntica ao meu primogênito.

O meu bebê,  Felipe, digo sempre que deveria se chamar Francisco em homenagem ao santo que protegia os animais, pois é capaz de ficar horas protegendo uma formiga ou uma joaninha para ninguém machucá-las. “Felipe significa: o que gosta de cavalos. Romântico e com muito amor para dar, é uma pessoa divertida, que quer  que todos gostem dele, e por isso não economiza no seu jeito gentil e simpático. Gosta de ser o centro das atenções e busca apenas o melhor da vida. Sensibiliza-se sempre ao ver uma criança”.
Será que o nome gruda na gente?!? (risos)
Mariuza Freire, mãe do Lucas (15 anos) e do Felipe (13 anos)

quinta-feira, 2 de junho de 2011

A descoberta de um tesouro

Antes de qualquer teste ou exame, carregava a certeza da gravidez. Isso aconteceu comigo nos dois momentos lindos da minha vida que foi a maternidade.

A confirmação do meu primeiro filho trouxe consigo uma profunda mudança interior. Entrei no hospital para pegar o resultado do exame e saí de lá totalmente diferente. Andar seguro, olhos umedecidos, valente como o quê!!!! Ali mesmo, fiz uma oração em pensamento pedindo a Deus que me fizesse uma fortaleza.

Não planejei nenhuma das duas gestações. Elas vieram. Não fosse por isso, o meu segundo filho não existiria. O que seria uma grande perda para todos que o conhecem. Luz radiante que ilumina nossos dias.

Um atraso do ciclo menstrual, um pouquinho de cólica numa manhã de domingo. Senti que seria mãe novamente. Fechei os olhos a dei graças pela vida! Um emoção do tamanho do mundo.
(Mariuza Freire)