domingo, 8 de maio de 2016

Pra sempre bebês

Até pensei em escrever – inclusive comecei – sobre o fato de os filhos serem sempre nossos bebês. E, hoje, dia das mães, que para mim deveria ser todo dia, me lembrei de um poema de Carlos Drummond sobre as mães que, em uma festinha de criança, eu deveria ter uns nove anos, uma colega leu para as mães. E a mensagem ficou registrada em meu coração, até hoje. Acho que ele encerra bem a homenagem e o fato de que nossos filhos serão para sempre “pequeninos feito grãos de milho”.

Feliz Dia das Mães!!!!!


Para Sempre

Por que Deus permite
Que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite
É tempo sem hora
Luz que não apaga
Quando sopra o vento
E chuva desaba
Veludo escondido
Na pele enrugada
Água pura, ar puro
Puro pensamento
Morrer acontece
Com o que é breve e passa
Sem deixar vestígio
Mãe, na sua graça
É eternidade
Por que Deus se lembra
- Mistério profundo -
De tirá-la um dia?
Fosse eu rei do mundo
Baixava uma lei:
Mãe não morre nunca
Mãe ficará sempre
Junto de seu filho
E ele, velho embora
Será pequenino
Feito grão de milho
(Carlos Drummond de Andrade)
(Carmem Lúcia - mãe da Bia e do Fillipe)

2 comentários:

  1. Drummond sempre arrasa, né? Gosto muito desse poema dele também e é curioso como há textos e palavras que invadem o nosso coração e nunca mais aceitam sair dele... Adoro! Um abraço e feliz dia das mães pra vc, Carmão, e pra sua mãe tb, claro!

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  2. Esse poema fala muito muito a mim porque tive a triste experiência de perder minha mãe em 2009. Logo que o fato aconteceu, um dia, por acaso, conheci o poema e me apaixonei.
    Excelente escolha! Drummond sempre é exato no coração da fente.

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