domingo, 2 de outubro de 2011

Lar doce lar!


Benditos caderninhos de anotações que me socorrem nas postagens aqui no blog!!! Se não fossem eles, turbinas de neuroniuns esquecidus, o que seriam das nossas memórias familiares?!... Depois de muito tempo, as coisas começam a se misturar que nem um liquidificador de ideias e lembranças,  aí já viu, né?

Está escrito assim no dia 5 de setembro de 97: “Chegamos da maternidade às 11h. Para subir a escada o Kikiu [meu irmão] ia me puxando e o Mô me empurrando, porque meu corpo inchado e dolorido dançava e desobedecia meus comandos, eu parecia um joão-teimoso. A Bebel [cunhada] e a Mariana [sobrinha] tinham vindo cedinho e enfeitado a sala com balões cor-de-rosa e uma faixa “Seja bem-vinda, Talita!”. Assim que aquele batalhão (nós) entrou, elas cantaram Parabéns pra você  e eu fiquei chorando emocionada e depois rindo muito, porque não tinha outra música mais apropriada! A Talita aprontou uma choradeira, queria mamar toda hora, eu chorava junto, as roupinhas dela estavam enormes, as pernas  sumiam no meio das calças, ela disparou a fazer um cocô verde com cara de geléia, um pandemônio, até que o Mô botou a fita com as músicas dela [um cassete que a gente tocava pra ela desde a barriga, com músicas clássicas]. E foi que nem um Valium!! Ela se aquietou e dormiu naquele berção que deixava ela ainda menor!(...)”  O Mô acabou de dizer aqui “Eu lembro é da sua mãe saindo com aquele pacotinho!”  He he, o pacotinho era, claro, a Talitinha,  dentro de um enorme saco de carregar bebês.

Na vez do Tariq ficamos apreensivos por ele estar com icterícia e precisar ficar mais um dia. Mas, como já contei  antes, meu obstetra maravilhoso disse lá no hospital que eu precisava ficar internada ainda, o que evitou que eu voltasse pra casa de braços vazios. Lembro  também que o Tariq teve de fazer mais um exame de sangue minutos antes da gente sair de lá, e foi tão ruim ver meu neném ser espetado de novo, juntou com a agonia de não termos tido alta no dia certo e abri o berreiro junto com ele!! A minha mamis segurava  ele e o Mô me segurava, uma cena de novela mexicana.

Que falta fazia  máquina digital naquela época... Não anotei sobre as roupinhas que vestiam, se era um lindo dia de sol ou nublado, sinto falta desses detalhes,   revelados por fotos agora perdidas numa montoeira de guardados. Reler cada referência àqueles acontecimentos me faz ficar com um sorriso parado na cara, aquele sorriso bobo de quem está longe, imerso em valiosas reminiscências. Volto então o pensamento para aqui e agora e ponho o ponto final no meu post noturno deste domingo.
                                                                                               
  (Else Portilho)

7 comentários:

  1. fiquei imaginando a cena desta linda familia que eu amo muito...

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  2. Que este momento é ÚNICO e MÁGICO para todos que o vivem. Este texto fez lembrar do meu...

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  3. Else, um caderninho era o que eu queria muito , principalmente nessas construções dos posts aqui que requer uma viagem de mais ou menos 27 anos atrás. Bem, vasculho, vasculho e encontro sempre alguma coisinha, algum detalhe sempre vem....mas um caderninho iria facilitar muito. Prova disso está a riqueza de detalhes dos seus posts: "maravilhapura". Seus relatos são um colírio!!

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  4. Bendito caderninho! Tem detalhes que se a memória falhar, não tem problema, já estão "salvos" no caderninho!
    Ficou legal esse post!
    Beijunda,
    Erika

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  5. Bendito caderninho, hein? Se a memória falhar,não faz mal, que estão todos os detalhes registrados lá!
    Ficou muito legal e lembrei do Baguito chamando a Talitinha de pacotinho!
    Beijunda,
    Erika

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  6. Else, como sempre, sensacional!!

    "E o SENHOR te guiará continuamente..." Isaías 58:11

    Bjos

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  7. Else, tudo bem que uma máquina digital seria muito bem-vinda e poderia adicionar detalhes preciosos aos seus textos, mas vc tem algo muito mais precioso, menina, que é o tal caderninho, aliás, caderninhos, né? Tem mais de um, não? Quantos? Dos dois fihos? Até quantos anos? Fiquei curiosa... e me arrependi de não ter feito um pra Miguel. Muita coisa anotei naquele livrão azul chamado VIDA DE BEBÊ, comparando o que é normal com cada coisa de Miguel... peso, medida... depois fui desencanando! Sorte minha que agora temos este espaço aqui, pra abrigar as minhas lembranças, ainda tão vivas, por ele ter apenas dois aninhos, quando a memória já começar a ratear e o HD ficar pequeno... rs rs rs

    Um beijo enorme!

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