segunda-feira, 7 de março de 2016

Páscoas especiais

     
De uns anos pra cá temos nos tornado, os quatro, ótimos companheiros de caminhada e, principalmente, de correria. (risos) Mas o dindim tá curto e os passeios mais divertidos que fizemos datam bem pra trás.

A ACM – Associação Cristã de Moços – do Rio tem uma sede campestre em Araras, perto de Petrópolis, e passamos a Semana Santa lá 3 anos seguidos. Na verdade, kkkkkkkkkk, pra escrever agooora, neeesse minuto, eu já nem sei mais em qual deles fizemos o que, né... Tem uns chalés, com beliches, uma área verde enooorme, com trilhas que viram um intenso  barreiral quando chove (o que sempre acontece), subidas enooormes também (haja pernas), piscina de águas naturais megasupergeladas, quadras esportivas e INSETOS, muitos, de todos os tamanhos, cores, cheiros, barulhinhos e estilos de picadas.  Dois  professores de Educação Física pra dar conta de ginásticas, brincadeiras, dinâmicas, conversas ao pé da fogueira (na verdade, uma lareira), enfim, atividades várias, paras faixas etárias várias.

Teve um ano que a Talita quebrou o pé dois dias antes de irmos, hahaha, mas a gente já havia reservado, combinado, arrumado, não ia ser um mero pé quebrado a estragar nossos planos, né... Um detalhe não tão insignificante, considerando que o local é absolutamente montanhoso, nada que muletas não resolvessem, rsrs. Ela participou até da caçada noturna, uma caça ao tesouro à luz de lanternas, percorrendo toda a sede em escuridão total.

Um enorme sino de bronze, na varanda, tocava, para anunciar que o almoço estava servido. No domingo de Páscoa o Tariq estava sentado no murinho beeem embaixo do sino. Antes que o senhor do sino chegasse, o Tariq se levantou de um pulo e literalmente tocou o sino com a cabeça – Bléééééim!!! Tadiiinho do meu menininho... Abriu um beiço na cabeça... escorria aquela sangueeeira camisa abaixo, aqueles cachinhos, tão fofos, empapados, ai ai ai, que cena dramática... O certo teria sido catar um posto de saúde pra dar uns pontinhos naquele cucuruto, mas um saco de gelo resolveu, no momento. E depois do almoço, ele participou da busca pelos ovinhos, apertando o saco de gelo no ovo que cresceu na sua cabeça.

Quem chegasse atrasado para as refeições ou perdesse algum objeto tinha de pagar uma prenda; dar voltas ao redor da giganteeesca mesa. E as noites traziam o aconchego das conversas ao pé da lareira, preces e muita reflexão.

Hahaha, era cada escorregão na trilha... A gente se segurava num galhinho finisquinho de árvore e íamos, nós e ele, catando cavaco. Eram inúmeros riachinhos labirínticos pedregosos, formávamos uma fila para ajudarmos os outros a escalar as rochas, atravessar os cursos d’água e descer do outro lado.

     
Aqueles dias longe da disciplina de horários, à parte das brigas diárias e desgastantes, foram um refrigério... Como a gente se curtia, como nos descobrimos companheiros, cúmplices, como nos unimos! 

Estamos aqui juntos papeando e lembrando nossos momentos e planejando passar essa Páscoa lá outra vez!!! Juntando moedinhas em 3, 2, 1!!!

                                                                                  (Else Portilho - mãe da Talita e do Tariq)

4 comentários:

  1. Que saudade que eu estava dos seus textos super espontâneos e bem humorados!!! Ia lendo e me acabando de rir com suas peripécias, com sua capacidade (mágica) de transformar até o que teria tudo pra ser drama e lástima em comédia e em risos! Consegui rir até, quem diria, do pé quebrado da Talita e do galo do Tariq, com direito à onomatopeia e à sonoplastia e tudo! Só você! (risos)

    Espero mesmo que consigam repetir a dose, aliás, as doses, pois assim teremos outras histórias legais para ler e vcs, claro, para contar. Adooooooooooooooooooooro! Beeeeeeeeijos!

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  2. Não há situação difícil que o bom humor não consiga contornar! O importante é tirar partido das oportunidades, aproveitar e aproveitar... Divertido, leve, delicioso....seus textos deliciosamente contam histórias que podem ter páginas e páginas que não cansam... Parabéns!

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  3. ahahahaha que saudade eu estava de seus textos, Elsinha!! Dos seus neologismos, trocadinhos, do seu humor tão bem construído! Não conta nada pra Talita e nem pro Tariq, mas a parte que mais gostei foi do pé quebrado dela e da cabeça de ovo dele rsrsrs
    E que passeio gostoso, hein! Mas esse é um dos lugares que com o Henry seria quase impossível visitar, embora eu ache o máximo! Adorei, amiga! Beijos :)

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  4. Que delícia de texto de ler ! Até as partes trágicas ficam leves. Isso aí, leveza sempre na nossa vida. bjks

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