quarta-feira, 25 de maio de 2016

Arrependimentos maternos


Desde que me tornei mãe, não passo um único dia pensando em algo que fiz, ou que não fiz, ou que poderia ter feito melhor. Arrependimento é algo que me persegue e, entre tantos, um se refere ao meu resguardo após o parto. Acho que eu poderia ter ficado menos igual a uma doente. Não saía do quarto, não trocava de roupa... enfim, eu não vivia, apenas sobrevivia. Claro que a depressão pós-parto só ajudou esse quadro a piorar, mas eu poderia ter percebido que estava mais frágil e que, ainda assim, poderia fazer grande parte daquilo que eu fazia antes. 

Outro arrependimento se refere a não sair com a bebê. Sempre que eu precisava sair de casa para qualquer coisa, eu deixava a Laura com a minha mãe e aí cronometrava a saída para voltar sem encontrá-la chorando de fome. Eu poderia ter tomado o devido cuidado e sair sem pressa, curtindo minha cria fora do ninho, só eu e ela...

Por fim, me arrependo de ter ficado tão neurótica com relação aos horários e à rotina. Ouvi tanto falar que a criança precisava ter rotina que então fiquei numa super neurose, e isso, com certeza, influenciou negativamente no sono da bebê. Eu ficava assustada se passava dos horários do sono, por exemplo, ela sentia isso e aí que não dormia mesmo, entrava no estado vulcânico e pronto... o caos estava feito! 

Sei que tudo isso tem muito a ver com o fato de eu ser mãe de primeira viagem, mas agora, mais calma e já mais experiente, que eu percebi que poderia ter deixado os primeiros meses mais leves, mas...


 (Renata Marchioreto Muniz - mãe da pequena Laura)

6 comentários:

  1. Como a gente muda quando se torna mãe, né? Imediato até! Passamos a dar importância a uma série de coisas que, antes, passava desapercebidamente... nosso sexto sentido vira sétimo, oitavo, nono... por outro lado, como também ficamos neuróticas para outras coisas! rs rs rs Até a gente se adaptar... é punk! Mas é um desafio gostoso... diário...

    Apesar dos nossos arrependimentos, precisamos nos convencer de que tudo aconteceu exatamente do jeito que tinha que ser. E podemos mudar o que vem daqui pra frente apenas... mas, mesmo assim, inevitavelmente, outros arrependimentos virão! E que venham! Eles nos ensinam onde devemos ou podemos melhorar! Boa sorte pra gente! Um abraço e valeu por ter escrito!

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  2. Imagina. Sempre que eu vir um assunto que eu tenha conteúdo, irei escrever com cerreza.

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  3. Renata, essa Laurinha vai protagonizar muitas histórias... E o interessante é que não é só criança que aprende, a mãe também. A mãe quer fazer tudo da melhor maneira possível para que depois não venha a se arrepender, mas obedecemos às emoções misturadas às inseguranças e nem sempre as decisões são as mais adequadas. Todavia, esses erros também são importantes porque nos fazem enxergar melhor o certo (depois de um tempo). Eu posso afirmar com propriedade que os erros são tão importantes quanto os acertos. Descobrimos que estamos em constante aprendizado e que não existe perfeição. Eu vou mais longe... Nem todo arrependimento é baseado nas ações realizadas e sim daquelas que não aconteceram por insegurança, imaturidade ou teimosia.
    Nem sempre estamos no controle. Os pequeninos nos desafiam o tempo todo. Embora sejamos costuradas com as linhas do amor que somente a mãe conhece, elas são frágeis e podem se romper para depois serem remendadas, porque não desistimos da nossa cria. O tombo dos erros nos impulsiona sempre para frente. E dessa forma vamos colaborando na formação daquele pequeno ser, entre erros e acertos cheios de amor e vontade de fazer o melhor de si.
    Parabéns pela inspiração e por colorir o nosso cantinho com as tintas da Laurinha!

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  4. Que lindo texto!! Cheio de verdades!! Erros que enxergamos só depois, mas que nos ajudam com certeza a refletir nas atitudes que tomamos e mais tarde descobrir que estamos aprendendo na escola da vida, que tudo é um aprendizado!!
    Adorei o texto e continue nos surpreendendo com seus textos encantadores!!

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  5. Lindo ! NOrmal quando somos mães de primeira viagem. Eu também era neurótica com rotina rsrs Mas não se arrependa, garanto que isso vai ser muito bom para a filhota. bjksss Quanto a depressão pós parto não é mole não. Isso é algo que ninguém pode se culpar e nem se arrepender, pois é fisiológico.

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  6. O que fazemos com o primeiro, dificilmente repetimos com o segundo. Acredito que tudo o que viveu tem relação com a nova fase da vida. Que lindo reconhecer e se analisar... Parabéns pelo texto.

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