sexta-feira, 19 de agosto de 2016

As avós, essas mães com mel...


O tempo transforma experiências em sabedoria. Sempre me encantei com o conhecimento das pessoas mais velhas. Adoro aprender com elas! Como falam com propriedade dos assuntos! E o mais fascinante: tudo flui com uma simplicidade que desmascara o enigmático e a temida complexidade dos fatos cotidianos divulgados por aqueles que ainda não chegaram a esse nível de aperfeiçoamento humano.

Na adolescência, ficava imaginando como eu seria num futuro como mãe e mais tarde como avó. Estaria preparada? Pura bobagem! Não existe um momento específico para tal preparo. Somos aquilo que praticamos todos os dias, somos o que pensamos, o que desejamos, o que falamos, o que fazemos e, sobretudo, o que aprendemos com nossos mestres: os pais. Uma soma de itens variados que traz um resultado “x” e faz de nós únicos.

Reconheço que as maiores e melhores emoções são vividas nos momentos que não foram planejados passo a passo... Simplesmente as coisas acontecem, vinculadas, muitas vezes, ao elemento surpresa, como: dormi mãe e acordei avó! E agora? Como evitar a expressão interrogativa e o olhar preocupado por estar diante de um novo quadro, novíssimo, desconhecido até então por mim?

Mas o coração está no controle: não custa nada uma recepçãozinha com um tapete vermelho estendido para acolher a nova vida que já está a caminho e recebê-lo de braços abertos com uma sequência infinita de abraços, beijos, afagos... Afinal, vale muito a pena essa nova chegada!!

Minha mente retoma a figura da minha avó Maria: uma senhora tão dócil, tão meiga que conhecia a palavra AMOR em toda a sua dimensão e o distribuía, cuidadosamente, entre os netos sem economizar carinho, atenção,  acalanto nos momentos em que os recebiam em sua casa.  

Trazendo um passado mais recente, esbarro em outra figura feminina a qual eu me espelho todos os dias porque ela representa o meu modelo ideal e perfeito de mulher-mãe-avó. Ela me ensinou tudo o que sei ou faço em nome dos meus netos. Minha mãe nos presenteava sempre com um sorriso doce recheado de carinho, com sabor infinito de satisfação por estar rodeada de netos.  Ela, sim, era o nosso maior e melhor presente e nem desconfiava! Aquele colo abrigava todos os netos que, depois dos cafunés, corriam para a cozinha porque sabiam que haveria bolinhos de chuva no lanche da tarde seguidos de outras iguarias. Nunca soube dizer não aos pedidos dos pequenos. Acompanhou o crescimento deles para vibrar junto nas vitórias e orientá-los quando precisassem. Sua maior felicidade: vê-los, abraçá-los, agradá-los e, depois,  ficar ao lado contemplando aquelas figurinhas que lhe passavam o pente nos cabelos e questionavam os novos fios brancos que surgiam a cada dia...

Do lado paterno, meus filhos foram igualmente privilegiados e com um diferencial a mais: eram os únicos netos e não precisavam dividir a atenção com os demais primos. Evitar que ficassem mimados? Missão impossível! Deve-se aproveitar, da melhor maneira, a companhia dos avós enquanto os têm.  Esse contato é essencial e não tem preço!

Com esses exemplos que tive, tão ricos em amor, carinho, dedicação, paciência, gentileza... etc., foi impossível assumir uma postura diferente diante dos pequenos frutos que coloriram e perfumaram a minha casa desde 2004.
Gabrielzinho trouxe luz
E mudou todo o cenário
Preparou novo contexto
E não ficou solitário:
Um milagre aconteceu
O Johnny  logo nasceu
Lindo, forte, necessário.

São infinitas as mudanças que ocorreram em minha vida depois que me tornei avó. Fortaleci-me, renasci, encontrei novos motivos para sorrir e voltar a me sentir feliz,  percebi que Deus permite uma compensação para as perdas e a força provém dos filhos e netos: esses adoráveis agentes do milagre da vida.

O que é ser avó, afinal? É ser duplamente mãe coberta com mel, regada com paciência, pintada com as  cores harmoniosas da emoção; é ter o coração elástico que não se importa em ser ampliado e povoado por essas bênçãos que carregam um pedacinho de nós.

          (Zizi Cassemiro, mãe coruja do Danilo e da Patrícia, avó-corujíssima do Gabriel e do Johnny)

4 comentários:

  1. Como sempre, arrasando e nos tornando bem íntimos de você e de suas deliciosas e ricas histórias, amiga! Adoooooooooooooooro! Parece até que conheci sua vó Maria...

    Que continue nos encantando com esse jeito de escrever, de se expressar, de nos envolver, de nos enfiar (sem achar abuso) em suas histórias... em seus relatos... Como aprendo! Como "viajo"! Beijos!

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    1. Obrigada, Dequinha...fiquei até sem jeito, meio encabulada com seu comentário, mas muito feliz porque gostou.
      Embora o texto esteja cheio de metáforas, eu acho isso mesmo em ser avó..AMO!! a gente não tem limites... Os pequeninos nos encantam demais...

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  2. Que lindo Zizi! ... É verdade, você sempre arrasa com os seus doces e encantadores relatos! E esse tema então, você transbordou, porque além de tudo conhece o sentimento de ser avó... o que não é o meu caso rs rs
    Eu sempre observo que na maioria das vezes, os avós têm mais liberdade com os netos, filhos das filhas, muito mais do que com os da nora, isso porque conheço noras, que nem levam os filhos na casa dos avós paternos, mas somente os avós maternos têm acesso aos netos, e não são poucos os casos.
    Eu nunca concordei muito com as avós que ficam cuidando dos netos sem necessidade, muitas vezes, a filha está de boa e a avó fica balançando o neto no colo, em pé, e a filha sentada, de boa, no celular ou conversando com amigos, observo muito isso nos encontros da igreja, retiros e tal, a avó nem aproveita o encontro, só cuidando do neto rs rs... acho a relação meio melosa, mas vamos ver o que vai acontecer comigo como avó né!?! Só que vai demorar... serei uma avó bem velhinha kkk
    Adorei o seu texto! Lindo! Lindo!! ... Obrigada mais uma vez por compartilhar com a gente, esses doces e mágicos momentos!! Bjos

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    1. Obrigada por ter gostado da minha história. Minha avó foi muito boa, minha mãe maravilhosa e como avó super-maravilhosa, minha sogra, embora brava era uma avó excepcional. Então tive só professoras maravilhosas que me ensinaram como tratar netos...Eu sou o resultado delas, do seu amor incondicional. POr isso sou tão
      apaixonada pelos netos.
      Concordo com vc que há muitas pessoas que só permitem que os netos visitem as avós maternas. Ainda bem que nem todas se encaixam nisso. Eu, quando os meus filhos eram pequenos, morei 11 anos no mesmo quintal dos avós paternos e devo tanta coisa a eles que JAMAIS eu teria coragem de ignorar tanto amor e carinho que meu sogro e minha sogra dedicaram a meus filhos. Eles eram os únicos netos, então mimaram à vontade os netinhos kkkkkk. Do lado da minha mãe, como eu relatei, eles receberam tb muito carinho porque meus pais eram muito amorosos..Então eles não tem do que
      reclamar.
      É uma pena que haja pessoas que não gostam da sogra. Eu gostava muito da minha. Até hoje quando vou à casa dela (que hoje mora minha cunhada, pois meu sogro faleceu há 10 meses...) eu tenho a impressão de que é a D. Geraldina que vai abrir a porta para eu entrar. Ela faleceu em 2000 e eu sempre me lembro e falo muito sobre ela.
      Eu tenho nora e um futuro genro. Eu os trato muito bem e sou corujíssima com os meus netinhos. Até hoje eu pude vê-los e visitá-los, aliás, o Gabriel mora comigo desde 1 ano e meio. Antes disso, ele morava no meu quintal e eu já babava kkkk.
      quanto as pessoas que deixam os netos aos cuidados das avós, eu penso que as culpadas são as avós que permitem ou fazem questão de ficar o tempo todo com os netos e há filhos que não dizem nada para não magoá-las, como também há outros que se aproveitam para descansar. Bem, eu acho que tem que haver um bom senso entre ambos.
      Eu, por exemplo, AMO DEMAIS que o Gabriel more comigo e se algum dia ele quiser ir para a casa ou do pai , ou da mãe, eu não vou impedir, mas meu coração ficará muito sentido eu tenho certeza, porque quando ele sai um pouco de casa, nem que seja por um dia eu já fico ansiosa pela volta dele.
      Mas cada caso é um caso. Os avós adoram mesmo cuidar dos netinhos e mimá-los...vc vai ver quando for avó....é algo mágico.
      Seus meninos são gatos, deve ter tantas gatinhas querendo fisgá-los!! Um dia vc me contará como se sentiu em ser avó....

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