terça-feira, 19 de julho de 2011

Foi dolorido...

Fiquei pensando muito no tema dessa semana e, na verdade, queria encontrar algum perrengue engraçado, que fugisse um pouco dessa minha história com o Henrique e tudo que envolve o probleminha dele, mesmo porque fico pensando que eu possa estar sendo repetitiva e tal... mas, gente, não consegui encontrar nada, a não ser o meu maior perrengue mesmo... rs

O meu pesadelo começou quando tive alta do hospital. Como tive parto normal, fiquei só um dia internada e eu, inocente que só, fiquei toda feliz achando que o Henrique viria comigo. Ele não podia. Estava no CTI, respirando por aparelhos,  ainda muito fraquinho e correndo riscos. Foi a coisa mais difícil que já fiz na vida. Fui embora sem levar meu filhote. A rotina era a seguinte: eu poderia vê-lo das 15h às 16h e SÓ! Eu entrava sorrindo e saía chorando todos os dias.

O que mais me angustiava era aquela espera de horas e horas pra depois eu passar uma, só uma horinha com ele. E o pior, eu NUNCA havia tocado no meu filho, só o via pelo vidro da incubadora, até que, no terceiro dia, tive uma notícia que me desesperou. A pediatra do dia me disse, na maior frieza: "Mãe, seu filho está muito quietinho, paradinho e essa noite, tentamos tirar o respirador e ele não reagiu" (tenho pra mim que foi nessa horinha que o problema do Henrique apareceu, acho que não foi no parto e sim, nesse momento, mas como vou saber, né?). Eu comecei a chorar e uma enfermeira chegou perto e disse: "Você quer passar a mão nele? Lava bem a mão com isso (um produto especial) e depois você e seu marido podem tocá-lo". Como assim ninguém tinha deixado nós fazermos isso antes? Quase morri de tanta emoção quando eu peguei naquele bracinho tão frágil e ele se espreguiçou todo, sentindo o calor e o amor dos pais. Gente, ele estava sem estímulo nenhum!! Esse dia foi muito difícil ir embora. Lembro que cheguei em casa, me encolhi no sofá e chorei, chorei, chorei...meu marido, tadinho, ali do lado tentando me consolar, mas sofrendo do mesmo jeito.

No dia seguinte, outro susto quase me fez desmaiar. Quando cheguei no hospital, o guarda não me deixou entrar porque "estavam com um problema no CTI". Pensei no pior, é claro, e liguei pra minha prima que trabalhava lá, em outra ala. Ela foi verificar e me acalmou dizendo que era outro tipo de problema, mas que, mesmo assim, não poderia vê-lo. Mais choro. Eu achava que aquilo nunca ia ter fim.

Foram 13 dias de sofrimento. Quando o Henrique foi para o quarto, eu pude ficar com ele e foram mais 5 dias, até, finalmente, ele conseguir a liberdade.

Simone, mãe do Henrique (o guerreirozinho)

10 comentários:

  1. Sempre que eu leio algum post seu, índia, a sensação que tenho é que vou desidratar, pois como choro, como me emociono! Fico imaginando a barra pelo que passa e, muitas vezes sorrindo, guerreira, com uma força invejável. Hj chorei porque meu filho foi, pela primeira vez, tirar sangue, e chorei muito porque levou tb, esta semana, o primeiro tombão, a ponto de ralar testa, joelho, boca, nariz. Me senti uma péssima mãe, mesmo sabendo que não sou. :-)

    Cada dia mais sou sua fã e admiro a sua força. Vai dar tudo certo, vc vai ver. Beijos.

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  2. Ow, amiga...então, minha preocupação com meus posts são justamente essa. Não quero que ninguém "sofra" lendo, sabe...rsrs
    E eu entendo perfeitamente quando diz que chorou pelo fato do Miguel ter ido tirar sangue! Eu já passei N vezes por isso e quando tem aplicação de botox, então...nossa, são muitos furinhos nas perninhas. Fico pra morrer. Mas acredita que o Henrique já até acostumou? Da última vez ele preferiu uma picadinha pra anestesiar do que inalar aquele cheirinho, acredita? Tá acostumado, tadinho :(

    Obrigada pelas palavras, índia. Assim sou eu que me emociono...rs

    Beijos

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  3. Simone, ganhar um presente e ter que esperar dias para segurá-lo, acariciá-lo, cuidar dele? Nossa!! Imagino a dor:(( Um PERENGUE e tanto!!. A Dequinha descreveu, não só a ela, mas a mim tb. Fico emocionada com as histórias do Henrique e vejo o quanto sou pequena diante de um guerreiro tão forte, valente e cheio de fé. Pessoas como vocês são modelos para todos aqueles que pensam que a vida não tem graça ou é difícil. Deus abençõe esta família e permita que sejam compensados todas as espernaças Nele depositadas.

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  4. Amiga, cada vez admiro mais você. Ainda bem que todas as dores passam e torço para tudo ser cada vez melhor na sua vida. bjss

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  5. Simone ( mãe guerreira) querida...
    Quando o meu Lucas nasceu, também tive que voltar para casa sem ele. Foi só um dia e uma noite. Quase enlouqueci, tive febre tão alta que via bichos andando pela parede do quarto. Posso imaginar o quanto é difícil ficar tanto tempo sem poder tocar o filho...lamber a cria...sentir o cheiro. Sua história emociona sim, mas não se preocupe em querer escrever de outra forma. Essa é a sua história e todas nós podemos crescer e aprender com vc.

    Beijos

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  6. Amiga, apesar de triste, sua história com o Henriquinho é encorajadora. Vocês dois são exemplos de vida, pois apesar de tantas lutas, conseguem manter o bom humor e celebrar cada vitória. Não nos poupe de suas história de vida. Como amigas devemos chorar e rir com quem amamos..
    Um beijão.

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  7. Amiga, apesar das imensas lutas que você passou, a vitória é o que mais conta, a Bíblia diz que "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pala manhã" Salmos 30:5 e com certeza o Henriquinho é a sua grande alegria, a sua razão de viver, o seu tudo, a sua vitória! "E o SENHOR te guiará continuamente..." Isa 58:11

    Bjos

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  8. Querida parceirinha, alguns perrengues que passamos nos marcam mais do que outros e Deus vai nos dando forças para superarmos um a um.Já lhe disse em outros momentos de que Ele só permite acontecimentos quando Tem certeza de que aguentaremos, e isso vc é prova disso.Bj

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  9. Si, deve ter sido mesmo muito difícil não poder tocar seu filho nos primeiros dias e muito menos ficar ao seu lado! Não poder levá-lo para casa foi doloroso, né?

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  10. Meninas, eu sempre me emociono com os comentários de vocês e pela força que me dão. Me sinto realmente uma mãezona lendo as palavras que vocês me escrevem. Como eu disse pra Dequinha logo acima, eu não queria ficar postando toda hora sobre isso, mas não tem como...é a minha história.
    Sabe...eu não lamento por ter acontecido isso comigo. Sei que tem coisas muito piores por aí. Eu só tenho que agradecer pelo Henrique. Ele é demais!

    Beijos Dequinha, Zizi, Cris, Mariuza, Débora, Maria, Parceirinha e Clecinha! ;)

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