quinta-feira, 7 de julho de 2011

Profissão: mãe de Miguel



"Avião sem asa, fogueira sem brasa, sou eu assim sem você..."

Quando ouvia muitas mulheres falarem, no final da licença-maternidade, que, se não precisassem tanto da grana, abandonariam seus empregos e suas profissões, eu confesso que achava isso um puuuuta exagero... ATÉ TER MIGUEL!!! Difícil me desgrudar dele, ainda que por algumas horinhas. Me sentia culpada por privá-lo da minha companhia... ainda mais se ligasse para casa e o escutasse chorando! Nooossa, era o fim! Dava vontade de inventar o tal do teletransporte só para chegar em casa em fração de segundos! E olha que sei que ele estava em ótimas mãos: as da minha mãe, da sua amada "vovó Quéia" (que, aliás, hoje completa mais um ano de vida! Parabéns para ela!).

Voltei a trabalhar numa das escolas quando Miguel estava com nove meses, o que significava me ausentar por apenas duas noites, mas duas loooooongas noites. Foi então que descobri que, além do forte elo entre mãe e filho, existe uma cumplicidade ainda maior: do seu filho com o seu... PEITO! Bastava pensar em Miguel que meu peito jorrava, como um chafariz louco, que gritava de saudade! Se ouvisse sua vozinha ao telefone então... Vixe Maria!!! Era mais forte e instantâneo ainda!!! E eu então ficava me sentindo mais do que culpada: uma verdadeira vaca leiteira malvada e culpada! (risos)

Três meses depois, retornei à outra escola, e aí eu me privava da companhia do meu filho durante quatro noites!!! Muitas vezes ia chorando no ônibus... com vontade de pedir para o motorista parar e eu poder voltar para casa...

E confesso que até hoje ainda não me acostumei com essas (necessárias) ausências! Ainda saio muitas vezes com o coração partido de casa... Vira e mexe ele chora, diz que quer ir junto, diz que quer papá com a mamãe, fala que quer ver "Patati Patatá" com a mamãe, pede peitinho, diz pra eu não ir... e muitas vezes realmente acabo ficando... principalmente se ele estiver enjoadinho, doentinho. Não saio de perto de jeito nenhum, não tem jeito! Pode estar medicado, mamãe pode dizer que me liga se precisar, o pai diz que está atento ao celular e que acode numa emergência... mas NADA nem NINGUÉM me convence! E me desmancho toda com o olhar de gratidão lançado por ele, enquanto, claro, está grudado no peitinho, sugando, sugando, sugando... e se acalmando, se sentindo protegido, como se ali estivesse um remédio salvador ou uma heroína com todos os poderes imagináveis e inimagináveis! E confesso que assim me sinto, com toda a minha fortaleza, com toda a minha fragilidade! E não há aula mais formidável e prazerosa que eu dê, com todo o retorno e acolhimento dos alunos (e vale lembrar que muitas vezes a realidade é beeeem diferente disso!) que empate com isso, muito menos que supere!

Costumo brincar que a gente se vê mãe em três momentos distintos, cada qual ao seu modo: o primeiro é quando descobre que está grávida, o segundo quando o bebê nasce e a gente olha para a carinha dele, e o terceiro... é quando a gente volta a trabalhar e percebe de quantos momentos acaba tendo de abrir mão, simplesmente porque o ser professora ou advogada ou dentista (qualquer profissão que seja, por mais que a gente valorize ou até mesmo ame -- e eu valorizo e amo a minha!) se torna secundário e você descobre que, na verdade, junto com seu filho nasceu uma outra profissão, que felizmente não lhe dá direito a férias: ser mãe!

(Andreia Dequinha - mamãe cada dia mais coruja do Miguel)

17 comentários:

  1. Dequinha, ser mãe é um dom, uma missão que muitas vezes é comparada a Deus, visto que estamos de plantão 24 horas por dia e com Prazer!! Seus textos sempre são plenos de emoção e encantamento, mas quando o assunto é MIGUEL há um brilho extra, uma marca,uma renovação chamada Vida. Você sempre existiu, entretanto nunca esteve tão VIVA quanto agora depois que tornou-se Mãe. Qualquer outra função ou profissão é secundária, com certeza, porque nenhuma delas se compara à realização pessoal de compartilhar com Deus o dom de trazer à vida um Ser.

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  2. Na Índia, onde estive por duas vezes, em 2010 e em 2009, eles dizem que a mãe deve ser venerada por seus filhos. A mãe é mestra, protetora, guardiã. Gera e nutre. Ama incondicionalmente, porque não ama em seu filhos suas qualidades, mas o ama pelo simples fato de ele ser seu filho. Seu texto exprime de um modo perfeito esse sentimento de maternidade. Miguelito é uma criança afortunada por ter a mãe que tem.

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  3. oi querida, vi seu comentário no meu blog...adorei sua visita...ai resolvi vir aqui e tbm achei o máximo a ideia...muito aprendizado lendo tudo isso....se eu puder participar tô dentro....me escreve no meu email do serviçi...ana_karine_silva_leopoldo@carrefour.com
    beijo beijo
    ah! só to conseguindo colocar recado como anonimo...http://karineleopoldo.blogspot.com

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  4. Amiga, realmente é muito difícil a volta ao trabalho. Eu tinha que deixar com uma babá, pior aindaaaaaaaa. Muitas vezes fiquei escondida para ver se ela cuidava bem dele. kkkkkk Um verdadeiro tormento. No começo contava mentira, mamãe vai ali e já volta, mas depois vi que isto era péssimo, chamei o pequenino e contei que mamãe trabalhava, mas que voltaria. Como dóiiiiiiiii. hehehe bjss
    Parabéns para sua mãe maravilhosa, pois ela é show de bola. bjss

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  5. Dequinha não sei se você se converteu depois ou antes do Miguel, só sei que Deus a presenteou com o melhor presente que uma mulher pode ganhar. Ao mesmo tempo, Miguel recebeu o melhor presente que um ser pode ganhar: uma mãe amorosa e amiga e uma maãevó especial.
    Dª Clea, parabéns à senhora neste dia especial!
    É um dia especial para uma vovó muito especial também, ou é uma vovó especial porque o dia é especial? Hehehe
    Seja feliz, Dª Clea, com muita saúde, junto das filhas e dos netos.Vó-coruja!Bjs, Bethíssima

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  6. Andréia, seu texto é doce, é uma viagem! Assim como eu comentei no texto da Carmem, ser mãe é isso! Uma coisa linda! magnifica!!

    Parabéns para a "vovó Quéia" Muitos anos de vida com saúde! "Graça e paz vos sejam multiplicadas" II Ped 1:2

    Bjos

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  7. Há uma lista de conquistas que carregamos dentre as quais destaco filhos e profissão. Nesses dois casos temos que dividir o bolo com aqueles que nos ajudaram a chegar lá. Sozinhas somos pouco e pequenas demais. Benditos aqueles seres iluminados que, de plantão, nos auxiliam pelo simples prazer de amar e de estar próximos aos nossos filhos para queu possamos batalhar melhor e mais confiantes. Dona cléa, obrigada por existir e fazer a diferença na vida da Dequinha e Miguel, e PARABÉNS pelo seu dia!!

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  8. Eu não sou mãe e por isso não sei qual a sensação de se estar longe do filho, mas eu posso imaginar que deva ser mesmo doloroso, principalmente quando ele ainda é tão pequeno. Eu vi a dificuldade da minha irmã e vejo a ang[ustia da outra que ainda não teve filho mas já pensa em como será. Um abraço, amiga!

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  9. Minha querida!
    É tão intenso o seu texto que chego a sentir a sua angústia de ter que ficar longe do seu bebê!
    Depois eles nos ensinam a cortar o cordão umbilical...dói mais na gente do que neles, é claro!rsrsrs

    Beijos

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  10. Índiaaaa, seu texto é incrível! É mesmo muito difícil não participar das muitas coisinhas que nosso filhinho faz/diz por conta do trabalho. Meu sonho sempre foi parar de trabalhar e cuidar do Henrique, mas por todos os problemas que enfrentamos, de jeito nenhum posso pensar nisso.

    Adorei te ler, amiga, como sempre! E amei demais o final de seu texto....mãe é uma profissão que, felizmente, não há férias.

    Beijo grande!

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  11. Dequiiiinha, fiquei te "vendo" com os peitos pingando, porque os meus também vazavam durante as aulas! Hehehe, e nem a "segurança" de um celular substitui a presença de uma mãe leoa, né?! A gente quer mesmo é ficar aliii, do ladinho da cria!

    Uma gracinha esse post seu, e que fase gostosa essa em que vocês estão, em que o Miguelito te vê como uma Superpoderosa!! O olhar de satisfação, de admiração, de amor de um filho é o maior presente!!

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  12. ZIZI, que bom que as pessoas sensíveis como vc vêem o amor sem tamanho que sinto por Miguel, que tem sido, desde que nasceu, meu assunto preferido. Não podia ser diferente! É tanto amor que cabe numa mãe que até doi! Na alma! E se eu soubesse que ser mãe seria tão maravilhoso e transformador assim eu já teria sido mais cedo, embora acredite que tudo acontece no nomento certo. Beijos, amiga, e obrigada tb por parabenizar a minha mãe!

    TIO ERALDO, muito bom termos um comentário masculino aqui no blog, especialmente por ser seu, sobre meu lado mãe... sobre meu bem mais precioso... Que façamos, ao menos aqui, a nossa Índia! Beijos imensos.

    KARINE, seu blog é muito legal e amei as fotos do seu filhote! Vai ser ótimo ter vc aqui no nosso time tb! Beijocas. E quando começa? rs rs rs

    CRIS HAPPY, obrigada pelo carinho para comigo e para todos da minha família. Bom mesmo eu poder contar com a minha mãe, que é mais do que de confiança, pois sofreria muito se precisasse deixar com babá, se bem que tem cada uma que tb é um anjo da guarda, quando se tem sorte de encontrar. Natural vc querer vigiar escondido, afinal, foi um tesouro sem preço que vc confiou a ela! Mas correu tudo bem, né? Graças a Deus! Beijos.

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  13. BETHÍSSIMA, obrigada por ter vindo aqui tb, amiga, pois sempre foi muito carinhosa com todos da minha família, especialmente com o moço da gráfica... sempre me lembro...!!!! :-)

    Eu sempre soube a quem eu servia, mas depois de Miguel minha relação com Deus se estreitou ainda mais... e hj entendo algo que sempre senti desde que meu filho estava em meu ventre: uma proteção ainda maior. Precisava! E preciso! Muito! Há uma guerra espiritual sem tamanho sendo travada aqui e mais ainda no outro plano... mas sei quem vence: os que a Deus seguem! Beijos!

    MARIA, fico feliz que tenha viajado e gostado do meu texto! Beijos imensos!

    CLECINHA, é uma luta, amiga, ter de se ausentar de filho, porque se pudesse a gente ficaria grudado o tempo todo, que nem carrapato! rs rs rs
    Mas a vida não pára para que sejamos mãe, então... adaptações e abdicações são necessárias... e, acredite, a gente sobrevive, e aprende a lidar com elas, que valorizam ainda mais os momentos que passamos com nossos filhotes. Um dia vc saberá o que é isso! Enquanto isso vai treinando seu lado maternal como tia! rs rs rs

    MARIUZA, é verdade... a gente pensa que eles que são dependentes e o curioso é a gente constatar que a gente que depende deles, né? Um beijo enorme e foi legal vc falar em cordão umbilical... sabe que eu chorei quando o umbigo de Miguel caiu?!? Não sei explicar ao certo o porquê, mas... me deu uma sensação de angústia, de perda...!!! Com vc tb foi assim??? :-)

    SIMONE ÍNDIA, eu acho que tb pararia de trabalhar se pudesse, mas sinto que sentiria falta. Acho que, apesar das dores, conciliar profissão com filho é importante! Acho que só poderíamos ir no dia em que quiséssemos! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Beijos.

    ELSE, esta fase é muito gostosa mesmo, por isso tento curtir bastante cada momento. Ontem mesmo eu estava super arriada, de gripe, e Miguel meio febril, por conta dos dentes nascendo, mas tínhamos um aniversário para ir... Como ele, dodoi tb, se animou, resolvi arrumar ânimo e ir mesmo assim! São os sacrifícios que fazemos por eles... coisa de superpoderosa mesmo! rs rs rs

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  14. A maternidade agitou sua vida, ornamentou sua rotina e a fez uma pessoa mais crescida e responsável, tenho certeza! Continuo lendo você e agradecendo a Deus pela oportunidade de conhecê-la, ok? Felicidades- Sandra Prado

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  15. Dequinha,
    Lindo seu relato!Fiquei angustiada ao lê-lo e pensando na sua angústia diária. Força, amiga!
    Bjs

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  16. Sandra, a maternidade certamente me mudou... e muito, e tem me mudado, ao ver cada coisa que meu filho aprende diariamente! Obrigada por me ler e então somos duas a agradecer a Deus pela amizade que surgiu, trazida pela virtualidade e pelo amor à nossa profissão! Volte sempre que quiser, pois a casa é sua! Um beijo!

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  17. Dani, obrigada pelo carinho e aos poucos eu vou aprendendo a lidar com essas necessárias ausências... e aprendi a buscar bem mais força, acredite, depois que li o SEU relato, amiga guerreira, mãe e bombeira! Beijos pra vc e pro pintudo! rs rs rs

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