domingo, 4 de setembro de 2011

Educar pelo exemplo



Costumo ter na cabeça que educar é podar as más tendências. Não que eu fique  a postos procurando defeitos e dando broncas...  Aham... quaaase isso,  né, fico de antenas ligadas, tento não deixar passar o que realmente importa e  procuro ignorar as coisinhas que fazem parte da fase, do amadurecimento deles. Sou fã daquele texto Mães más... E  como já foi dito pelas companheiras de blog e  toda mãe sabe, não é siiiimples assim encontrar o equilíbrio, não há receita, o que é bom pra uma família às vezes não se aplica a outra. Mas é preciso uma base boa, não é?! "Hay que endurecer pero sin perder la ternura jamas."

Sempre que assisto ou leio sobre jovens que machucam, que roubam, que matam, fico aflita,  angustiada, pensando nas suas mãezinhas.  Penso nos cuidados que elas devem ter  tido com aqueles filhos, nas preocupações, nos planos que fizeram pra eles...  Ou não...  Até, quem sabe, apesar de terem cercado seus filhotes de amor e de disciplina, eles decidiram trilhar caminhos outros... Usaram mal seu livre arbítrio, foram se aventurar  para bem longe do que se esperava deles. Me entristeço mesmo com cada notícia dessa,  imagino a dor dessa mãe, vendo no que se transformou aquele bebê que, anos antes, foi  desejado (ou não), acolhido, amado.  E se essa mãe fosse eu?...

Enquanto mãe, vivo pequenas grandes alegrias diárias, como por  exemplo ver meus filhos se dirigindo respeitosa e cordialmente  às pessoas, sem distinção de idade, classe social ou quaisquer outros rótulos ditados pela sociedade. Defendem plantas e animais, são generosos e caridosos. Ambos têm se saído muito bem no aprendizado de viver dentro das nossas condições financeiras e não nos cobram por não terem isto ou aquilo. Percebo que têm um grande senso de justiça  e ótimo caráter.  Tanto que, quando um dos coleguinhas do Tariq certa vez atirou cocô de cachorro pra dentro da sala da  vizinha de baixo,  antes mesmo de saber quem era o culpado, tive certeza absoluta de que não havia sido meu filho! Tenho plena noção do que ele é ou não capaz de fazer. 

Mas tenho também consciência  que eles falham!  Nossos atritos acontecem devido aos afazeres do dia-a-dia. Se sou chamada à escola, já chego lá sabendo, de antemão, o que me espera, pois eles me contam e não esperam que eu tome partido deles. Nós professores recebemos uma  onda de pais  que acobertam os  erros dos filhos e partem do princípio de que  são sempre injustiçados. Muitas  mães  são cúmplices, quando não, causas  de graves erros de seus filhos, que crescem achando que o mundo existe para servi-los...  Distorções assim criam  monstrinhos, crianças com quem ninguém quer brincar nos parquinhos e que infernizam os amigos dos pais quando recebem sua visita, o terror da hora do recreio,  os reizinhos que não sabem perder nas brincadeiras, os adolescentes que se comprazem com o sofrimento dos colegas...

Mas nada disso  que falamos terá efeito se não formos, nós próprios, exemplos vivos do que pregamos, não é? Entendemos a influência do meio sobre uma planta que se desenvolve, mas não colhemos  maçãs se plantamos ervas daninhas, nem teremos bons frutos se ela for regada com água contaminada.
                                                                                                         (Else Portilho)

6 comentários:

  1. Else, vi seu comentário lá no meu texto e agora estou eu aqui emocionada, com não só com o que você escreveu, mas com a forma engenhosa, profunda e franca de falar tão grandiosamente das coisas mais simples.Emocionei-me muito. Estamos quites! Quando eu fui escrever o meu texto, a palavra "exemplo" estava na minha cabeça o tempo todo, principalmente quando mencionei meus pais, mas por algum motivo ela não foi escrita. Encontrei aqui nas suas palavras uma continuaçao do que eu queria dizer e não tinha saído. Arrebentou! Bravo!! Amei(de novo) o seu texto. Deus a abençõe!!

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  2. Noossa, mas vc estava inspiradíssima(e diga-se de passagem, beem inspirada)quando escreveu isso, hein?
    E deve ser mesmo muito doloroso pras mães constatarem que seus filhos escolheram "caminhos tortuosos" na vida...
    Que Deus proteja as crianças e que elas continuem sempre no caminho do bem!
    Bjs
    Erika

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  3. É isso, amiga! Disse tudo, e, como sempre, de forma brilhante e só sua! Adooooro! Meu filhote ainda é bem pequeno, 2 aninhos, e por isso não posso ainda usar muito como termômetro, mas espero que eu não falhe nesta missão, que eu saiba dar, dentro do possível, um bom exemplo para Miguel. Torça por mim, viu! Bjos!

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  4. Else, seu texto é lindo! Você disse tudo em poucas palavras, simplificou de forma encantadora!
    Parabéns!
    Bjos

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  5. Quer saber? No words! rsrs

    Elsinha, como sempre (já disse no post anterior ou em outro, não lembro) você ARRASA!

    Beijos e espero que meu filhote e o de todas nós caminhem em direção ao sucesso.

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