sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A maternidade que me foi oferecida

Vendo todas as postagens maravilhosas aqui no blog, me emocionei e me animei de contar um pouquinho sobre a minha "maternidade". Infelizmente eu não tive o privilégio de engravidar, por anos fui a médicos, fiz exames, fiz cirurgias, tomei remédios e nada. Chorei e ainda sofro muito por causa disso, lamentei e sempre perguntei o porquê! Mas as respostas vieram por caminhos obscuros, tortos, que eu mesma que teria que desvendá-las e entendê-las.

Deus me deu algumas tarefas aqui na terra e uma delas foi passar pela vida de cinco criaturinhas fantásticas, que vieram ao mundo para mudar a minha vida, mudar o meu conceito de maternidade. Eles  precisavam do meu amor, do meu apoio, do meu colo de mãe, dos meus ensinamentos, das minhas broncas, da minha atenção e eu precisava do amor deles, da dependência deles, da infância deles. 

A tarefa não foi fácil, pois pulei várias etapas que uma mãe biológica passaria para amadurecer, para se preparar para a tarefa da maternidade, não tive a surpresa da descoberta da gravidez, não coloquei barriga, não vi meus seios se encherem, não senti nem chutes, nem enjoos, não sei a dor e nem o prazer do parto, não senti a paz que se instala quando um bebe está mamando, mas, ainda assim, amei, sorri, brinquei, aprendi, errei, aceitei, dei mamadeiras, troquei fraldas, levei para escola, falei sobre namorados, pressenti, aconselhei e tiveram momentos em que chorei e sofri quando alguns foram seguir seus caminhos. Minha história é grande e, aos poucos, vou contando a todos sobre os meus cinco filhos de coração!


Minha vida começou a ser modificada, transformada, iluminada no ano de 2000 quando minha afilhada nasceu. Sua mãe precisava fazer um curso de enfermagem porque desejava arrumar emprego e pediu que eu ficasse com sua filha, que era um bebê, e, com isso, tive meus primeiros contatos com fraldas e mamadeiras. Aquela criança se tornou tão importante para mim que eu não mais queria fazer nada na minha vida além de cuidar dela e rezava para chegar os dias das aulas da minha comadre (fato que até hoje ela não sabe, mas vai saber porque vou mandar o texto pra ela - risos).

Ela me ensinou a ter sono leve, a distinguir choro de dor, de fome e de manha. Foi ela que desenvolveu o meu instinto materno, meu pressentimento, meu olhar além daquilo que está à nossa frente e, principalmente, ela que me ensinou a premeditar e adivinhar. Foi uma experiência incrível! Um crescimento pessoal inexplicável!!!! Aquele bebê me olhava nos olhos tão profundamente, externava uma ternura tão grande, que meu coração se enchia de amor e quando eu a devolvia aos pais se instalava um vazio imenso dentro de mim, mas sabia que brevemente estaria vivenciando todo aquele amor. Mas tinha que ser assim, então, hoje, eu agradeço muito aos meus compadres, a Bene e Edvaldo que, com humildade, confiança,  sem ciúmes, sem temor, me deram essa oportunidade de cuidar de sua filha e agradeço também a minha afilhada Maria Eduarda que sempre olhava pra mim com tanto amor a cada banho, a cada passeio, a cada colherada de comida que eu dava, a cada fralda trocada, era um sorriso atrás do outro, éramos cúmplices, tenho certeza!!! Hoje ela está com 15 anos e continua sendo " um amor que não se mede".

                                         (Eliane Pralon - mãe de cinco filhos paridos pelo coração)

8 comentários:

  1. Eu já desconfiava de que choraria lendo o seu texto! Não me enganei, nadinha! Texto escrito pelo coração, como tudo o que vem de você, e ainda mais conhecendo, de perto, a sua história! Pelo menos boa parte dela, em todos esses nossos anos de amizade!

    Ser mãe é maravilhoso, mas ser mãe que adota, que o coração adota, é mais lindo ainda! Ainda mais isso tendo ocorrido cinco vezes! Não é pra todo mundo. É pra poucas! E eu sempre soube do quão especial e iluminada vc é, amiga!

    Sou suspeita pra falar, mas AMO você, e sei que sabe disso! Volte aqui sempre que quiser... a casa é sua!!! Estou curiosa pra saber das quatro outras histórias...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Amiga, a emoção nada mais é o sentimento de amor que possuímos e ter sido convidada por você para fazer parte do seu blog, foi uma honra pra mim. Obrigada por sempre lembrar de mim com tanto amor.

      Excluir
  2. Que linda história e também tão bem relatada! Parabéns!! Vamos ficar torcendo que vc conte as outras histórias porque esse coração é imensurável! Tanto amor sem ter passado pelas fases primeiras da maternidade... Mas vc mostrou que já havia amadurecido um amor materno porque quem é grandiosa, já nasce feita! Parabéns!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Zizi, obrigada pelas palavras. Não nego que gostaria de ter passado pelas fases normais da maternidade mas também náo nego que mesmo tendo pulado essas fases pude usufruir de momentos incríveis com meus filhotes..
      Obrigada pelo carinho

      Excluir
  3. Seu texto é incrível! E olha... não diga que não teve gravidezes. As mães de coração esperam muito mais que as outras mães, pois até elas descobrirem a maternidade, isso às vezes demora anos. E essas mães esperam. Eu não sei quanto tempo durou sua espera, mas Deus a recompensou grandiosamente com seus cinco pimpolhos.
    Parabéns pelo Texto! Emocionante!

    ResponderExcluir
  4. Que história linda ! Amo a madrinha do meu filho, mas bem que queria uma igual a vc na minha vida. hehehehe

    ResponderExcluir
  5. Que história maravilhosa, Eliane! Quanta doação e entrega! Muitas vezes as coisas acontecem muito diferente do que achamos que deve acontecer, não é? E falo isso com conhecimento de causa. Mas tudo tem um porquê que aos poucos vamos descobrindo e tendo a certeza de que era pra ser assim. Beijos pra você e para seus cinco filhos do coração.

    ResponderExcluir
  6. Lindo texto!! Muito incrível!! Cheio de sentimentos, de encantos, tanto amor! fases encantadoras! Parabéns pela coragem!! Tudo lindo! Bjos

    ResponderExcluir

O que lhe veio à mente depois de ler este texto?!? Queremos muito saber!!! Comente!!! Obrigada!!!