Um dia realmente ESPECIAL

Não, não, eu não sou tão abusada a ponto de falar sobre AUTISMO, um assunto que (ainda) não conheço, a fundo, mas vou falar sobre AMOR, pois este eu conheço e razoavelmente bem! 

Não serei hipócrita a ponto de falar que gostaria de ter um filho autista, pois acredito que, em sã consciência, ninguém gostaria, porque sei que tudo fica ainda mais punk, mais cansativo e requer um preparo emocional que, no fundo, eu acho que nem teria, porém, se fosse da vontade de Deus, que nos capacita, diariamente, eu abraçaria com prazer essa causa e seria parceira do meu filho, como tento ser do Miguel. Acho que boa vontade é capaz de fazer verdadeiros milagres, grandes revoluções, internas e externas. E não conheço (que bom) nenhuma mãe que não use e abuse desse ingrediente em se tratando de filho especialíssimo (porque especial todo filho é, pelo menos pra gente!). 

Embora não as conheça (ainda) pessoalmente, vou citar duas amigas virtuais de aaaaaaaaanos, com quem aprendi o pouco que sei sobre isso e um detalhe muito importante: aprendi através da ótica do amor delas, de sua dedicação, empenho, dúvidas, dor, cansaço... e isso nenhum cursinho, livro ou tese ensinaria tão bem e de forma tão verdadeira e ímpar! 

Sim, Simone Maróstica e Mônica Jogas, ou melhor, Sica Índia e Moniquita, é de vocês que eu estou falando! Grandes guerreiras, sensíveis, amigas, solidárias e dedicadas, respectivamente, ao Henrique (meu sobrinho cantor e que um dia ainda quero ver que apelido incomum eu vou ganhar!) e à Maitê (uma princesa linda que eu ainda quero muito que me leve pra passear). Eu tenho taaaaaaanto orgulho de vocês que só em escrever este simples texto estou chorando, emocionada! 

Não sei nem se é bem autismo o que eles têm (porque eu acabo generalizando, de certa forma, todos os especiais, que coisa feia, eu sei!) assim como não sei se eu daria conta da rotina que vocês têm, da força emocional e espiritual que eu sinto em vocês, mesmo aqui de longe, fisicamente falando. Ainda não tive o prazer de conhecer a vozinha da Maitê, mas do Henrique eu posso falar e repetidamente... Toda vez que o ouço cantando (afinadíssimo!) e/ou o ouço mandando recados pra mim pelo WhatsApp, eu choro, independente do que ele fale. Às vezes basta falar um "Oi, tia Dequinha" e eu já desmonto. Não sei explicar o que sinto. Só sei que é uma coisa de Deus mesmo... uma emoção tamanha de estar "mais perto" de uma alma tão evoluída, tão grandiosa, tão ESPECIAL. 

E como vejo que eles não poderiam ter guardiãs e parceiras mais especiais do que vocês! Escolhidas a dedo! De verdade! E hoje eu não poderia deixar de tentar homenageá-las, de alguma forma. 

Amo vocês! E espero um dia poder dar um abraço real, bem real, em vocês quatro! Não abro mão! 

Aproveito, ainda, para deixar aqui registrada a minha imensa sensação de PAZ e de EMOÇÃO quando vejo o pequeno Heitor, sobrinho da minha amiga Flávia Damas, sorrir... Eu vejo Deus nele, sem exagero! Muito especial também! 

E um beijo especial, claro, a  todos os especiais (autistas ou não) espalhados por aí, todos lindos, sensíveis, queridos! 

(Andreia Dequinha - amiga de duas mamães especiais com seus filhos mais especiais ainda!)