sábado, 21 de maio de 2016

(Re)Aprender a dar banho?


Grandes expectativas compõem o momento do primeiro banho do bebê, especialmente para aquelas marinheiras de primeira viagem cheias de receios e de incertezas, mas que deram, sem hesitar, seu sim à maternidade e assumiram esse compromisso com coragem e determinação.

A boa notícia é que não estamos sozinhas nessa missão: presenças e palpites de parentes ou amigos circulam por todos os ângulos.  Todos solidários formam uma corrente de otimismo para incitar esses primeiros desafios maternais.

Memórias da infância vêm à tona e provocam nostalgias sem uma contribuição prática para aquela ocasião: os banhos nas bonecas  eram tão simples e tranquilos! Deveriam servir como ensaios para essa singular e real experiência. Entretanto, alimentou apenas o imaginário; o verossímil ficou à deriva...

Tenho nas mãos um serzinho frágil e enrugado cujos olhos me fitam, não de modo indagador, mas  com um olhar inocente e ao mesmo tempo curioso para saborear uma aventura hídrica.

Inquietações iniciais buzinam dentro da minha cabeça: E se eu o derrubar?; E se a água entrar nos ouvidos?; E se o bebê engolir aquela água durante o banho?; Qual sabonete ou shampoo ideal?; O que fazer se os olhinhos do bebê arderem?; Saberei  banhar direito todas as partes?; E se eu machucar o umbigo que ainda não caiu?; A temperatura da água está adequada?; O volume da água está apropriado?; Quanto tempo deve durar o banho?; Posso banhá-lo mais de uma vez por dia? Etc... etc.

Perguntas e respostas se fundem. Não há tempo para elas naquele momento. Palavras atrasam atitudes, reflexões adiam decisões. Para que esperar mais por algo tão evidente?

Cautelosamente, sentei-o na banheira apoiando-o na mão esquerda enquanto a direita trabalhava simultaneamente com o sabonete e água pelo corpo e nos cabelos do bebê. Foi necessário mudá-lo de posição para o acesso às costas e término da tarefa.

 Trabalho concluído em poucos minutos com sucesso. Medo superado a cada banho. Só mesmo a experiência diária capacita uma mãe à perfeição.

                                           (Zizi Cassemiro, mãe do Danilo e da Patrícia; avó do Gabriel e do Johnny)

5 comentários:

  1. Realmente são grandes as expectativas em torno deste momento tão especial e que bom... como você disse, não estamos sozinhas nessa missão... Mas aos poucos a experiência vai superando os medos e tudo fica lindo!!
    Adorei o seu texto! Sempre cheio de ternura, carinho e muita emoção! ...

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    1. Obrigada, Maria José. Sempre com palavras de estímulo e cheias de carinho vc sempre presente.obgggg
      Sempre que compartilhamos nossas experiências, percebemos que as situações que vivemos são muito parecidas e isso nos identifica e nos emociona. Não é nada fácil aprender tudo na raça, depois ficamos craques e vamos aplicar nossa vivência nos netos kkkkkk

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  2. Que delícia de texto, amiga! Que barato lembrar-se dos banhos dados nas bonecas e que, em tese, estariam nos preparando para os primeiros banhos dados na cria! Quem dera se bebês ficassem imóveis que nem elas, né? Mas também que chato não haver nenhum desafio nessa tarefa tão repetitiva e mecânica... (risos)

    E realmente só a prática nos levará à perfeição... ou ao menos perto dela, no quesito diminuir o medo... porque sempre teremos medo... cada dia é um novo dia... cada banho acaba sendo tão diferente e único... O jeito é encarar... Ninguém nasce sabendo e todo mundo foi, um dia, "marinheiro de primeira viagem", até ousar começar...

    Delícia o seu (re)aprender a dar banhos nos netinhos... deve ser tudo muito diferente em termos de emoção, né? Tomara que um dia eu possa vivenciar isso tb... Beijos!

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    1. Dequinha, obrigada pelas doces palavras e pela boa disposição em estar sempre presente nos comentários dos nossos textos...
      Tudo parece tão fácil quando estamos brincando de faz de conta... E depois nos deparamos com a realidade...e agora? Um ser em nossas mãos totalmente dependente e nós, sem experiência alguma, temos que dar conta. É um aprendizado para sempre, mas que dá um trabalhão até chegarmos à perfeição, pois nossa experiência é algo que ninguém pode tirar. Quando queremos ajudar, utilizando nossa experiência, nem sempre somos compreendidas como merecemos e daí percebemos que cada um tem que passar pelo "purgatório" tb.
      Mas estamos aí na segunda fase da maternidade, ou seja, na condição de avó, para nos alegrarmos com a presença dos netos. É a nossa compensação! Vale a pena!

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  3. Pois é... ensaiamos,ensaiamos...mas quando nos vemos na real situação, tudo se complica, porque somos movidas por sentimentos que envolvem inseguran aliada à responsabilidade. Eu que o diga... só consegui banhar os meus, depois que o umbiguinho já havia caído e o local estava totalmente cicatrizado. As interrogativas de seu texto retratam as dificuldades do universo materno,as quais só mudam de endereço... porque mãe é mãe, mas não é de ferro. Parabéns pela explanação e pelo relato verdadeiro.

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