sexta-feira, 29 de julho de 2016

Filhos bem alimentados, mães felizes.


Os olhos brilham sincronizados com um largo sorriso; um suspiro aliviado expressa a satisfação do dever cumprido e um ar de felicidade toma conta daquele rosto de mãe cujo filho comeu toda a refeição  que lhe fora oferecida.

Essa preocupação com a ingestão de alimentos saudáveis, entretanto, tem início bem antes dele vir ao mundo. Durante a gravidez, geralmente a mãe busca enriquecer sua dieta incluindo mais frutas, legumes, verduras para que o bebê seja favorecido.

Depois do nascimento, o período da amamentação ocorre sem maiores preocupações  porque o leite materno é completo e possui uma temperatura ideal. O choro da criança é o indicador da  fome e assim  a mãe fica à disposição da prole.

Passado essa fase mais tranquila, dá-se início ao segundo momento cujo desafio maior é transformar a teoria aprendida nos livros, revistas, vídeos, etc. em práticas cotidianas, pois há uma grande risco de nos depararmos com um serzinho cheio de vontades opostas às nossas. A partir daí, tem início um drama que dura e perdura por tempo indeterminado.

Quando pequenos, somos nós que damos as cartas, mesmo assim eles não querem entrar no nosso jogo; quando crescem e se tornam adultos, passam de objetos a sujeitos e nós, mães, meros termos acessórios. Não desistimos deles, mesmo assim. Nosso olhar atento observa, opina, discute.

Assim surgem os relatos saborosos,  cujos detalhes o tempo não apaga...

Quando nasceram, meus pequenos não tinham um peso digno de despreocupação, pudera!  Um pesou 2,500 kg (Danilo) e a outra 2,300kg (Patrícia), ambos com 46 cm de comprimento. Os quilinhos a mais que ganhei nas duas gestações  eram somente meus. Perguntaram-me, na  ocasião, se eu era fumante ou se eles nasceram prematuros devido à fragilidade que apresentavam. Duas hipóteses negativas e absurdas que desencadearam em mim uma inquietação muito maior com relação aos alimentos que deveria oferecer a eles para suprir uma (possível) desnutrição.

Danilo sempre foi enjoadinho para comer. Foi amamentado até os seis meses, mas sempre aquele drama: mamava pouco e não tinha horário certo. Como reforço, depois de alguns meses, apelei para a mamadeira, porém o sucesso não veio junto. Ele só tomava a metade e eu tinha que jogar fora o restante do leite todos os dias. Resolvi, então, colocar meia mamadeira, evitando assim o desperdício. Ele observava a quantidade de leite e vendo que estava pela metade, a recusava, talvez acreditando que já havia tomado a outra parte. Que ossinho duro de roer!!! A sopinha de legumes também não era de seu agrado. 

Lá em casa havia pratinhos térmicos com peixinhos que  se mexiam, colher de aviãozinho... só estratégias para convencê-lo a comer um pouquinho que fosse. Todavia, só faziam efeito nos primeiros dias. Frutas: só raramente; sucos: um ou dois goles forçados. Enfim, tudo que era natural e saudável ele não dava a mínima. Mas havia algo que gostou quando conheceu e até hoje lidera suas preferências gastronômicas: churrasco! Quer fazê-lo feliz? Dê-lhe carne, muita carne!! Continua não sendo fã das verduras; quanto aos legumes, apenas o brócolis ninja é aceito como acompanhante em uma refeição. O papel de mãe insistente e de oferecer cardápio variado eu fiz durante a infância e  adolescência  do Danilo e, ainda na  fase adulta, de vez em quando eu pratico para não perder o hábito! (risos)

A pequena chegou bem miúda e, para meu desespero, seu apetite era proporcional ao seu peso e tamanho. Eu já tinha experiência com o Danilo e me empenhei no sentido de inverter aquele quadro. Levei-a ao pediatra  em busca de melhores orientações para que ela ganhasse mais peso. Ele recusou-se a passar alguma vitamina porque afirmava ser desnecessário e ainda disse que não havia motivos para preocupações, pois a criança era saudável.  Apenas sugeriu um cereal infantil (Mucilon) no leite depois que ela completasse cinco meses. Apresentei a ela também o cardápio das sopinhas, dos sucos, frutas, da mesma forma que fiz com o Danilo. Essa apreensão atiçou minha criatividade culinária porque eu estava determinada a fazer a Patrícia ganhar uns quilinhos. Não posso afirmar que obtive a vitória de início, pois ela passou a infância e adolescência com aquele corpinho de Barbie. Por outro lado, anos depois, tornou-se fã das verduras cruas ou cozidas, dos alimentos naturais, das comidas caseiras leves ou pesadas, das carnes cozidas ou assadas, sopas, sucos naturais, leite, massas, doces ou salgados. Enfim, ela se aliou a esses  alimentos por conta própria quando reconheceu  o sabor e a importância deles na sua alimentação. E isso foi essencial, pois mora sozinha e adora inventar pratos.

Meu maior prazer é vê-los em minha casa, assentados conosco à mesa para um almoço ou jantar. Não economizo nos mimos, como: pratos favoritos, bolos ou doces, além de beijinhos e abraços, lógico! Entretanto, fico atenta aos exageros porque sei que existem consequências danosas oriundas de uma alimentação inadequada, afinal “Somos aquilo que comemos”, não é o que dizem?

                                       (Zizi Cassemiro  – mãe do Danilo e da Patrícia; avó do Gabriel e do Johnny)

6 comentários:

  1. Os meus nasceram gorduchinhos, Mateus 4.200 e Elias 3.900, mas isso não corresponde ao que eles são hoje, dois magrelões rs rs
    Realmente é grande a luta de uma mãe para que seu filho se alimente bem, ainda mais quando é um ossinho duro igual ao Danilo né!?! Acho que esse negócio de não gostar das verduras e legumes é meio que universal! É aí que eu penso e sempre repito: A infância, adolescência e juventude se alimenta muito mal!!!
    Meu filho tem um amigo que só come arroz e bife, mais nada!!! Pode isso!?!
    Mas enfim, a preocupação de toda mãe com a alimentação dos filhos é um tema muito frequente no nosso cotidiano.
    Mais uma vez você nos presenteou com um lindo texto, cheio de carinho, ternura e muito mais... feito no capricho, lindamente bem escrito, de dá orgulho!! Obrigada por compartilhar com a gente esses momentos marcantes da vida!! Adorei!!!

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  2. Obrigada, Maria José pela sempre atenção e carinho, vc é uma fofa!
    Os meus filhos hoje não são mais magrinhos, estão mais cheinhos. Danilo nunca gostou de ser magro e fez de tudo para ganhar peso. Ficou um gatão. A Paty já foi mais magra, mas ganhou uns quilinhos nos ultimos meses...
    Sendo eu descendente de nordestinos, com certeza a preocupação com a comida era minha prioridade. Nordestino gosta de ver prato farto, mesa cheia, pessoas saciadas... Quando vejo criança ou adulto recusando comida, já fico preocupada. Tem que comer SIM! Kkkkkkk

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  3. No Nordeste é assim: Se você chega lá muito magro(a) ou está doente ou passando algum perrengue, pra eles tá feio (a), mas se tiver gordinho (a) aí sim você está bonito (a) kkkkkkkkkkkk ... Onde a gente chega, primeira coisa é encher a mesa kkkkk
    E você é descendente de nordestino, de qual estado?
    Eu sou natural do Rio Grande do Norte.

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    1. Meus pais são do Ceará. Eu morei quatro anos llá quando era criança, mas nasci em São Paulo. A família da minha mãe é do Rio Grande do Norte. Aliás, uma vez no Facebook, vi uma pessoa com sobrenomes iguais aos da minha mãe e fui perguntar a ela se por acaso éramos parentes (Maria Brígida dos Santos, minha mãe era Raimunda Brígida dos Santos).

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  4. Maria Brígida dos santos é irmã do meu pai, a mãe dela é Antonia Brigida dos Santos

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  5. Você tocou num ponto bem interessante, amiga, que é o de nos preocuparmos com a alimentação dos filhotes antes mesmo de eles nascerem! Grande verdade! Eu tentei abrir mão de todas as besteiras que eu adoro comer, durante a gravidez, e até mesmo na época da amamentação exclusiva eu também me controlava, por perceber que alguns alimentos davam gases e cólicas no Miguel.

    Caramba! Jura que seus filhotes nasceram com pouco peso?!? E eu que já achava o Miguel com pouco peso... rs rs rs

    A sua luta com seus filhos lembra muito a minha com o Miguel, sendo que até uns dois anos ele comia até bem e aceitava coisas naturais, mas depois... só Jesus... Anda péssimo pra comer, conforme relatei no meu texto sobre esse tema, e pior é que tem gente idiota que não conhece a nossa rotina nem o nosso esforço e ainda quer dar peruada, achando o menino magro demais e tal. Um saco!

    Tomara que Miguel logo saia desta fase, pois até dar abridor de apetite, a contragosto da pediatra, eu dou e nem isso resolve (só nos primeiros dias!). Um parto... mas sorte que a gente sobrevive... a trancos e barrancos, sobrevive. Beijos.

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