quarta-feira, 13 de julho de 2016

Ser padrinho...

Na minha infância (preciso passar por lá para não perder o costume), fui informada de que tinha como padrinhos dois dos irmãos da minha mãe que já eram, obviamente, meus tios. E, por esse motivo, com o tempo, fomos nos esquecendo desse enlace. Nem um nem outro cumpriu com o significado, digamos social,  da palavra ou posto, não sei como nomear.

Entretanto, não sofri. Meu padrinho era o famoso da família. Sabe aquele que todo mundo ama? Eu tinha o orgulho de me intitular sua afilhada, mas não passou disso. Ouvi algumas vezes, por parte dele, que ficou me devendo essa, meio arrependido por não ter me dado a  atenção devida. Sempre o consolei com um abraço e uma piscada de olho.

Na época do meu primogênito, fiz questão de não reproduzir o vínculo familiar. A madrinha do Renan era minha amiga de trabalho. Fizemos tratamento para engravidar juntas. Dividimos todas as nossas angústias. Ela esteve ao meu lado quando eu perdi as gestações anteriores, não se  cansava de me estimular. Havia dado provas e mais provas de que seria eterna na vida do meu filho e, até hoje, não tenho do que me queixar.

A madrinha da Maitê conheci no primeiro dia da graduação. Andréa. Em pouco tempo se tornou  melhor amiga e irmã. Sabe aquela amizade que você resolve levar para a vida? Que nem todos os dias seriam suficientes para que contássemos as novidades e pudéssemos falar sobre os assuntos do mundo, sem limitação de temas? Então, é essa! É uma pena morarmos tão distante, e,assim sendo, não nos encontramos com a frequência devida.

Hoje, a internet também nos faz um tanto preguiçosos e acabamos nos vendo e falando mais por imagens e postagens." E viva o mundo virtual!" “E viva Kuda!” Peço desculpas, mas o segundo "viva", somente ela entenderá. (risos)

E os padrinhos? Estão pensando que eu me esqueci deles ou que tudo é perfeito? “Nãnãnã” A madrinha do Renan se separou e o padrinho resolveu se distanciar. Sendo assim, aos dois anos de idade, o Renan ficou sem padrinho. Fiquei inconformada com a situação, tentei restabelecer contato... Eu me senti até arrependida pela escolha, mas tudo valeu a pena pela Márcia, minha querida Kuku. Esta fez papel duplo por muito tempo, sem deixar a peteca cair.

Anos mais tarde, Márcia se casou de novo e o seu novo marido abraçou o Renan como um verdadeiro padrinho. Uma graça a forma com que os dois se aproximaram e criaram vínculo. Infelizmente, pela vontade do Criador,  o meu querido compadre, Eliomarques, ou Marcos, nos deixou há pouquíssimo tempo e um vazio  enorme se abriu em nossos corações.

Ciente de que a questão de ser padrinho estava além de parentesco, escolhi para acompanhar a Andréa, já que na época também havia se separado, o meu sobrinho Waltinho. Este soube e sabe ser um padrinho. Apesar de morarmos “beeeem” pertinho, não nos vemos com muita frequência. Entretanto, em todos os encontros, ele faz questão de saber sobre a Maitê e se mostra sempre preocupado com o desenvolvimento dela. Ele também não deixa de me abrir os olhos e acreditem que já até levei umas "bronquinhas" pelo que, na opinião dele, eu falho. (risos)


Vou começar a finalizar este texto, com o coração apertado, mas emanando boas energias para a minha madrinha que partiu há pouco  Para o meu padrinho, continuo piscando olhinho e dizendo que não me deve nada.

À Kukuzinha, madrinha do Renan, o meu eterno agradecimento. Para ela, um trecho da canção “Se todos fossem iguais a você, que maravilha viver.” Ao primeiro padrinho do Renan, deixo uma banana, não há explicação plausível. Ao segundo, que se encontra ao lado de Deus, agradeço imensamente  por ter preenchido de forma tão brilhante esse papel e  lacuna na vida do meu filho.

Para a doce Déa, digo que é e sempre será o melhor que consegue. Sei que um dia, seremos vizinhas para que possamos nos ver mais. Trata-se de mais um dos nossos projetos de vida ou não? (risos) Por aqui também registro que não estou me queixando, pois nossos raros encontros são mágicos! Amo você!! “E viva Kuda!” Ao Waltinho, penso que não poderia mesmo ter escolhido melhor. Você é perfeito no que faz e em suas colocações. Maitê terá muito a aprender contigo. Amo você !!!!

Justificando o título, venho dizer que aprendi que ser padrinho é ser companheiro. É estar presente como a Márcia, se preocupar como a Andréa, ser carinhoso como o Marcos e, por fim, ser objetivo  e seguro como o Waltinho. Ser padrinho só não pode ser: abandonar.

                                         (Mônica Jogas - mãe do Renan e da Maitê)

7 comentários:

  1. Lindo seu texto, Mônica, com todos os sentimentos do mundo! Fico muito feliz com toda essa diversidade que o ser humano tem de conduzir as coisas da maneira que acredita, acho tão fantástico!! Adorei o seu texto! Todo cheio de verdades!!
    Os meus filhos não têm padrinhos e provavelmente vou ter dificuldades em escrever, mas vamos ver o que sai.
    Obrigada por compartilhar com a gente esses momentos tão marcantes! Tão inesquecíveis!!! Amei!

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  2. A escolha dos padrinhos é um momento tenso porque às vezes temos tantas opções e queremos sempre acertar. (Nem sempre isso é possível, mas valeu a intenção!) Trazemos a nossa própria experiência como referência para tal decisão. Por isso digo que os pais sempre fazem o que eles consideram melhor naquele momento.
    Queremos pessoas que gostem dos nossos filhos e possam acompanhá-los durante a sua trajetória. Não precisa de presente, precisa sim estar presente!!! Então, ser padrinho é um compromisso que deve ser respeitado. Nem todas as pessoas levam isso ao pé da letra e deixam marcas na criança. É uma pena.

    Gostei do seu texto, muito bem escrito, verdades com humor tornam a leitura mais prazerosa. Parabéns também pelas escolhas que deram certo quanto aos padrinhos. Há padrinhos que se revelam pelo coração, estes sim são especiais...

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  3. Gosto muito dessa sua mania de começar pelas suas histórias para depois chegar às dos seus filhos! Os textos costumam ficar mais longos, mas rapidinho a gente lê, pois a espontaneidade jorra deles! Não é todo mundo que tem esse dom! Vc tem, de sobra! Adoro!

    Que bom que escolheu bem as madrinhas dos seus filhos (uma é até minha xará, que show, pois assim tenho absoluta certeza de que é gente boa meeeeeesmo! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk) e morri de rir da forma como vc falou do padrinho lá... que deixou a desejar... e tomara que um dia, por acaso, ele possa ler o seu texto! E que morra de culpa! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Também chorei quando você falou do padrinho que já foi... o adotivo... senti que ele era mesmo especial, daqui de longe, viu! Pra vc ver como os seus textos são mágicos...!!!

    E os recadinhos do coração, no finalzinho do texto, pra fechar com chave de ouro?!? Um encanto, tão grande quanto o de ter, carinhosamente, me enviado, por Sedex, o seu livro. Que coisa chique! Quero que me mande um beijo especial quando vc estiver sendo entrevistada pelo Jô! Beijos.

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  4. Nossa Mônica vc me emocionou muito!
    Que lindo! Sou testemunha do amor da Marcia pelo Renan!

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  5. Sempre fico emocionada qdo leio seus textos! Lindos como sempre! Podem ser enormes, mas se tornam pequenos perante a vontade de ler muito mais, pois transbordam de emoções. Como sempre! Parabéns meu orgulho! Te amo! beijo

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  6. Bom... Ao ler o texto, chorei um bocado. Nunca na minha vida me vi como madrinha de alguém, mas Deus trouxe a Maitê através das suas mãos.
    Ela é um docinho! Td vez q nos encontramos, podemos nos abraçar, brincar, conviver e nos encher de tanta alegria por sermos uma pra outra.
    Não sou uma madrinha padrão. Acho q já sabia disso qdo vc me convidou, pq conversamos um bocado. Lembra? Mas qdo assumi essa alegria me vi preenchida de amor. Um amor q veio através da sua confiança, da certeza do Renan (q sempre participou das suas decisões como um bom companheiro q ele é) e da recepção q sua família maravilhosa demonstrou ao convite.
    Eu só tenho a agradecer por vc me permitir sentir esse amor q sinto cm uma mãe emprestada q sou!Sou feliz por ser madrinha dela e de poder estreitar nossa amizade (ou irmandade?).
    Claro q eu não poderia deixar de dizer uma última coisinha: Viva Kuda!!! Kkkkk
    Amo vc! Amo vcs!

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  7. Bom... Ao ler o texto, chorei um bocado. Nunca na minha vida me vi como madrinha de alguém, mas Deus trouxe a Maitê através das suas mãos.
    Ela é um docinho! Td vez q nos encontramos, podemos nos abraçar, brincar, conviver e nos encher de tanta alegria por sermos uma pra outra.
    Não sou uma madrinha padrão. Acho q já sabia disso qdo vc me convidou, pq conversamos um bocado. Lembra? Mas qdo assumi essa alegria me vi preenchida de amor. Um amor q veio através da sua confiança, da certeza do Renan (q sempre participou das suas decisões como um bom companheiro q ele é) e da recepção q sua família maravilhosa demonstrou ao convite.
    Eu só tenho a agradecer por vc me permitir sentir esse amor q sinto cm uma mãe emprestada q sou!Sou feliz por ser madrinha dela e de poder estreitar nossa amizade (ou irmandade?).
    Claro q eu não poderia deixar de dizer uma última coisinha: Viva Kuda!!! Kkkkk
    Amo vc! Amo vcs!

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