quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Os grandões se arrumam sozinhos!!


A escolha de como se vestir foi meio traumatizante para mim, pois minha mãe sempre escolheu o que deveríamos usar, comprava o tecido e ela mesma costurava as nossas roupas, e tínhamos que gostar, afinal, onde já se viu pobre com direito de escolha, né!?!

Acredito que ela fazia isso com muito prazer, escolher os modelinhos dos nossos vestidos era uma alegria para ela, éramos seis meninas e ela nos vestia à moda "Dona Margarida". (risos)

Mas, um certo dia, eu não quis vestir o que ela escolheu para eu ir à escola, mas não disse nada, porque ela era muito brava e tinha que vestir o que ela determinasse, só que eu estava disposta a não aceitar, então fiquei revirando a mala de roupas (não tínhamos guarda-roupas), revirei tudo e ela presenciando caladinha, mexi nas roupas o quanto foi possível, e, claro, deixei tudo bagunçado! Passei pela tal roupa diversas vezes, mas não pegava porque eu queria outra!

Com isso, eu só consegui deixá-la muito irritada, aí ela perdeu a paciência e o pior: ela estava de cama, tinha ganhado nenê há três dias; resumindo: eu quase matei a minha mãe de tanta raiva por causa da minha pirraça. Ela se levantou, pegou uma corda e me deu uma surra! Foi a última surra que levei na minha vida, aos dez anos de idade! Inesquecível!!

Como mãe, eu sempre escolhia a roupa dos meninos. Sempre tive bom gosto quanto a isso, comprava muitas roupas que eu considerava lindas e andava com os dois bem arrumadinhos, meus dois rapazinhos... Como era prazeroso olhar para os dois, tão bem vestidinhos!! Por volta de seis, sete anos, eles queriam escolher a própria roupa, então eu os levava à loja e eles escolhiam o que gostassem, e já conseguiam "se arrumar sozinhos".

Depois de homens feitos, não gostam de ir à loja, então eu trago a loja até eles, e escolhem, mas, muitas vezes, vejo a roupa, acho a cara deles e já compro! Sinto que temos uma sintonia muito boa quanto à escolha das roupas! Sei que vão gostar! 

O Mateus é um pouquinho mais exigente na hora da escolha e até já faz umas comprinhas pela internet, mas só de camisas do time dele. Aliás, tem uma coleção de camisas do "Santos" e gosta também de escolher os calçados. Já o Elias é mais simples, qualquer paixão o diverte, não se importa muito com isso, tudo está bom para ele. 

Não precisam mais de mim quanto a esse assunto, já se viram sozinhos, afinal, são homens barbados, mas, muitas vezes, mando o Elias trocar de camisa porque achei que não ficou bom e dou os meus palpites. (risos)

Cuido do meu exército com muito carinho, vou às compras para todos eles: marido e filhos... e acaba dando tudo certo, afinal, é uma coisa de que gosto de fazer e não deixo de dar os meus palpites, acho que, no fundo, sou igual à minha mãe e sinto que precisam de mim. (risos)

                                                                                 (Maria José - mãe dos já grandões Mateus e Elias)

Um comentário:

  1. Identifiquei-me com seu texto na parte da infância. Minha mãe fazia as nossas roupas, ela sempre possuiu máquina de costura e assim cuidava das três Marias até na escolha e nos modelos das vestimentas. Tudo era feito com muito carinho e eu, sinceramente, não sentia vontade de usar outras roupas porque eu gostava dos modelitos de mainha.
    A gente acaba imitando nossas mães de certa forma: durante um tempo eu tb escolhi as roupas dos meus filhos, não sabia costurar como minha mãe, mas sabia o endereço das lojas kkkkkkk. Só parei o comando quando eles ficaram grandinhos, ou seja, adolescentes graúdos, mesmo assim eu opinava sempre.
    Hoje, eles usam o que querem, ora eu elogio, ora eu critico, quando julgo necessário. Afinal certos hábitos nos acompanham a vida toda kkkkkkk
    Seu texto carinhoso sempre toca a gente, a forma zelosa como cuida e cuidou dos filhos. Essas mães inspiradas pelo amor fazem a diferença!

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