segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Esse Natal entrou para a memória!


Nunca fomos de comemorar muito o Natal, mas sempre decorávamos a casa, enfeitávamos a árvore, mamãe fazia ceia, porque papai adorava! E tinha que, claro, ter pudim! (risos) Cresci sendo incentivada a acreditar em Papai Noel e a escrever cartinha para ele. Todo ano eu ganhava alguma coisa, embora nem sempre o que eu pedia e queria tanto! Também nunca me importei com isso, visto que o importante era me sentir sempre lembrada pelo Velho Noel! 

Foi com papai, que eu também criei o hábito de mandar inúmeros cartões de Natal para os amigos e sempre com um calendário personalizado dentro de cada envelope, feito por ele, sempre do jeitinho que eu pedia. Relíquias, ainda mais nos dias de hoje... 

Meu primeiro Natal com o Miguel (ainda dentro da barriga) foi também o primeiro sem meu pai. Uma mistura intensa de sentimentos, de emoções. De lá pra cá, dentre outras coisas, não consigo armar a árvore de Natal sem pensar em papai e esta data não teve mais a mesma graça, o mesmo brilho, a mesma cor, mas sempre tento buscar tudo isso dentro de mim por conta do Miguel, que é criança e precisa! 

Não sei eleger ao certo, sinceramente, que Natal me marcou de forma mais especial, já que todos eles me presentearam com descobertas e emoções bem diferentes! No primeiro, era muito engraçado ver o desconforto do Miguel segurando a barba do Papai Noel, com nojo; no segundo, foi maravilhoso ver o encantamento dele olhando para as bolas coloridas da árvore e o brilho das luzes que piscavam e ele piscava junto! No terceiro, ele ainda participou da apresentação da escola e foi um Noel muito lindo, simpático e charmoso! No quarto, apresentei a ele o presépio e desde então o Papai Noel passou o cargo de protagonista para o menino Jesus! Do quinto em diante, já me perdi nas datas (sempre fui péssima nisso. confesso!), mas me lembro de dois momentos mais especiais do que todos os especiais, que aqui destaco:

Um foi quando o Miguel queria uma "biciqueta" e curiosamente o Papai Noel atendeu ao seu pedido. Deixou a bike embrulhadinha na varanda, junto com outros presentinhos! "Esqueceu" ainda a touca, que meu filho guardou com muito carinho, na esperança de um dia poder devolver. Choro toda vez que me lembro disso, porque a pureza e a inocência das crianças é algo comovente, mágico, invejável...

O segundo, eu me lembro de estar muito deprimida nesta época e fui presenteada por meu "Menino Noel" com um desenho muito significativo e amoroso, em que eu e ele estávamos sorrindo, radiantes, comemorando o aniversário de Jesus! Neste instante, percebi que nada no mundo tinha o direito de me roubar o sorriso e a alegria que é ter meu filho ao meu lado! 

Então, todo Natal, eu meio que morro (repleta de saudades que apertam ainda mais do que o dia dos pais) e renasço (repleta de alegria e gratidão por ter meu filho comigo por mais um ano). Às vezes choro mais do que sorrio... às vezes sorrio mais do que choro... Às vezes meu coração sangra mais por quem já se foi... às vezes ele dança mais por quem por aqui está... e sempre eu busco o entendimento de tudo, ainda que nada eu consiga, de fato, entender. Então eu sinto... e que isso um dia me baste! 

(Andreia Dequinha - a mamãe do Miguel e que ainda continua acreditando em Papai Noel)

4 comentários:

  1. Se pudéssemos "congelar" o tempo e assim manter perto de nós aqueles que amamos, seria perfeito até demais, mas sei que essa utopia só existe em nossos sonhos. Embora, de certa forma, Deus tenha encontrado um jeito e um local para abrigar para sempre as pessoas: nosso coração. Do mesmo jeito que alguém compõe o nosso mundo, nós também somos o mundo de alguém. Não podemos esquecer disso, aqueles momentos maravilhosos com os filhos ficarão nas mentes deles para sempre e servirão como referência quando os assuntos surgirem aleatoriamente. Para nós, mães corujas assumidas, não é diferente, pois nossos filhos são o nosso melhor ; e como é bom expor ao mundo esse maior troféu!!
    E quanto lia esse maravilhoso texto escrito com emoções fortíssimas misturado à saudade que perfuma cada episódio, fui imaginando cada cena descrita e me emocionando junto, porque vc, minha cara amiga, tem esse poder de envolver o leitor e de fazer-nos mergulhar e sentir junto a si.
    Imagine quantas histórias esse pequeno Grande Príncipe terá para contar nos anos que se sucedem!
    Encantada sempre... ou mais uma vez... ou novamente... Só para variar;))

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    1. Nem me fale... Seria muito bom a gente poder prolongar o convívio com algumas pessoas, mas... O jeito é apelar para as lembranças... Pior é quando se sente saudade até do que não pôde ser vivido! :-(

      Obrigada por estar sempre presente em minha vida... sentindo as mesmas dores, as mesmas alegrias, as mesmas aflições... Muito salvadoras essas conexões! E mágicas! Adoooooro! E que venham muitas outras histórias, cruzadas...

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  2. Que lindo Andreia! Senti muita verdade, muito sentimento! Nem tenho palavras para descrever a emoção que você deixou transparecer nesse relato tão mágico! Só tenho a dizer que Deus continue abençoando a sua vida e a do Miguel, que vocês possam ter uma eternidade de cumplicidade! "E o SENHOR te guiará continuamente..." Isaías 58:11

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    1. Amém, amiga, e que Ele abençoe muitíssimo as nossas vidas e as de cada um de nossas famílias, tão bondoso, generoso e misericordioso Ele é! Beijos mil e obrigada por estar sempre driblando a falta de tempo e a correria para vir aqui me ler e ainda comentar. Preciso retribuir.

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