quinta-feira, 21 de julho de 2011

ELE transforma perrengue em bênção!


Apesar de eu estar passando por um perrengue, por Miguel não querer comer praticamente nada e por estar perdendo peso a cada mês a ponto de ter ido parar na curva considerada problemática, além de estar com um dos ovinhos saindo do lugar para passear, o que muito me preocupa, eu considero o MAIOR perrengue quando eu tinha acabado de me separar do pai dele. Até então só tinha passado por alguns momentos naturais de provação, comuns a toda mãe, como ter de segurar meu filhote na hora do "teste do pezinho" ou na hora de fazer outros exames e dar vacinas, pois tinha que me segurar para não chorar, de tanto que aquilo me doía, porém, depois, acabava me consolando dizendo que doeria bem mais se ele ficasse doente e tal.

Com a separação, me senti meio sem chão e fiquei me indagando se saberia tomar conta de Miguel sem a ajuda do pai.  Perguntava-me também o que fazer com tantos planos, todos aparentemente desfeitos, destroçados. Olhava para o meu filho e tentava, por ele, não chorar, não sofrer tanto, com medo de, dentre outras coisas, meu leite secar. Tentava depositar no meu filho, além do meu imenso amor, a parte de amor que pertencia ao seu pai. Queria enxergar nele, somente nele, a minha razão de viver. Nada disso, na hora, pareceu adiantar. A depressão passou beeem perto de mim, ainda mais à noite, quando ia dormir, e a cama parecia imeeensa, devido ao vazio. Vazia eu me sentia e isso me revoltada ainda mais, pois, no fundo, não queria me sentir assim, já que meu maior tesouro estava ali, comigo, dependendo de mim. Devia, pois, me sentir totalmente preenchida. Aí veio, além de tudo, a culpa. Tive vontade de que a dor me dissolvesse, tive vontade de sumir, tive vontade de morrer. Tudo o que eu fazia parecia errado e vazio. Comecei até a me achar uma péssima mãe. Dias de cão! Foi realmente um perrengue!

Poderia, eu sei, parar de escrever este texto aqui, mas meu coração me obrigou a seguir em frente, enfatizando que foi também justamente nesta época, e graças a esse perrengue, que eu tive uma experiência singular com Deus, e me converti. Fui levada a uma igreja por uma amiga, e eu me encontrava totalmente perdida e enfraquecida, em todos os aspectos,  e saí de lá quase inteira, fortalecida, leve, em paz, renovada! Entrei uma e saí outra, graças a Deus! Fiz coisas que há dias não estava conseguindo fazer, como: dormir, orar, acreditar em mim como mãe, e...  sonhar! Depois dessa experiência, tão marcante, percebi que, por maior que seja o problema pelo qual estejamos passando -- verdadeiros perrengues, ou tempestades assustadoras -- haverá sempre um ensinamento muuuuito maior à nossa espera. A solução sempre virá e os dias de sol também, e às vezes com direito a arco-íris e tudo! Glória a Deus por isso!

(Andreia Dequinha - a mãe doidinha do arcanjo Miguel)

7 comentários:

  1. Dequinha, quando decidimos formar uma família, não passa mesmo por nossa cabeça a possibilidade de caminhar sem um deles. A ausência dói de qualquer forma,embora saibamos que foi necessário, isso não consola. Sempre um dos dois fica com a parte mais difícil; nesse caso você foi a selecionada, por ser a mãe, por ter mais condições de preparar melhor a criança, por ser a melhor pessoa e que possa amar o filho incondicionalmente, etc...etc. É um aprendizado para ambos.
    Como você mesma já percebeu, em toda situação, por mais difícil que seja, há um lado positivo, pois na busca por soluções, você amadureceu com relação a sua fé em Deus, fortaleceu-se e tornou-se uma pessoa melhor. A ligação com o filho é sempre mais forte do que qualquer relacionamento amoroso: o amor de mãe NUNCA acaba, NUNCA é substituído, NUNCA é regido por segundos interesses ou intenções...o que não se pode esperar de amores que se vão, voltam, tornam a ir....em vão (Nem se compara!) Torço para que você um dia encontre alguém que saiba aceitá-la e amá-la como você merece. Esse lado (que ainda está carente) também precisa ser preenchido. O lado mãe já encontrou-se, o outro não. Quando o filho é pequeno, precisa muito da gente (em todos os cinco sentidos), mas logo cresce, cria asinhas e vai buscar seus sonhos, não hesita em deixar-nos sozinhas. Portanto, não hesite na busca e encontro do seu amor também. A solidão tem um gosto amargo e ninguém merece saboreá-la.
    Seu texto está lindo, cheio de emoção e intensidade;)

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  2. MAs essa mãe,mulher,pessoa Dequinha faz com que nossa emoção fique a flor da pele heim!!!!
    Você mesma já fez o comentário mais importante que uma pessoa poderia deixar aqui.Vc já refletiu sobre os possíveis motivos de tudo isso ter acontecido com vc- os planos de Deus não são os nossos, e Ele sabe o momento exato das coisas.A carência existe e sempre existirá mesmo com uma pessoa ao seu lado e isso Deus tb permite para que reconheçamos que só Ele que pode preencher TODOS os vazios existentes em nossa vida.Não se iluda, pois mesmo com alguém ao seu lado suas carências não desaparecerão e quando isso estiver acontecendo poderá concluir que a verdadeira felicidade, a verdadeira paz interior não está nas pessoas, nem nos filhos, nos pais, nos amigos, marido, esposa e sim NAquele que nos ama com o único amor incondicional,que nos aceita do jeito que somos, pois o ser humano ainda não conhece o amor gratuito.
    bj

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  3. Dequinha, que linda expressão de sentimentos e que gratificante você ser a escolhida para ser essa mãe tão maravilhosa do Miguel. Deus te escolheu, te elegeu para essa missão, uma missão cheia de espinhos, mas também de flores, uma missão difícil, mas gratificante!
    Que bom que você entregou a Deus a sua vida, para poder colocar também o Miguel nas mãos maravilhosas do Senhor e dessa forma, poder dizer:
    "Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre' Salmos 73:26

    Bjos

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  4. Dequinha

    Eu sei como esse "perengue" é desgastante, pois acaba com nosso emocional e ao mesmo tempo temos que tirar não sei de onde todo o equilíbrio para não atingir os filhos. Por outro lado, veja como é preciso o tempo de Deus, que experiência linda você teve com Ele.

    Beijos

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  5. Acho que ser mãe é superar-se a cada dia. Eu tenho certeza de que sempre encontrará forças e se ela te faltar irá procurar por ela. És uma mulher de fibra! O Miguel tem uma mãe maravilhosa! Força sempre, viu?

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  6. Poxa, Dequinha, me coloquei no seu lugar agora e tentei imaginar o quanto foi difícil. Acho que não consegui...só quem passa por isso mesmo.
    Olhar para o Miguel sabendo que o pai não estaria mais tão presente como antes, devia ser muito dolorido.
    E você passou por esse perrengue tamanho GG com muita determinação!! Te admiro muito, viu?

    Beijo grande

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  7. Dequinha, você abriu as comportas dos seus sentimentos e eles me envolvem enquanto te escrevo. Tantas palavras e imagens esvoaçam pela minha cabeça, nesse momento em que tudo na sua vida parece tão desarranjado, que nem um liquidificador...
    Amiga virtual que sou, não posso te abraçar fisicamente, mas fico plasmando pra você as melhores condições possíveis de refazimento do seu equilíbrio. Beijim procê!!

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