segunda-feira, 18 de julho de 2011

Travessura em rio cheio...

A Sâmia nunca me deu trabalho, sempre foi boazinha. Pelo menos até os quatro, quase cinco anos de idade. Eu explico. Minha cidade é ladeada por dois rios, o Fanado e o Bom Sucesso. O rio Fanado é um rio de médio porte, mas em época de chuvas, quando “inverna”, como diz o povo daqui, transborda. Era novembro de 1989, chovia muito e rio encantava e assombrava toda a cidade. Era muita água trazida pela enchente e a criançada toda queria ver aquele “mundaréu” d’água. Ela pediu para ir e eu disse que não e sosseguei. Os amiguinhos dela desceram a ladeira que “descamba” para o Fanado. Entrei em casa e me descuidei dela. Minutos depois, perguntei se alguém a havia visto, quando um moleque me disse: “Descambou para o Fanado”. E lá fui eu, debaixo de outra chuva que se anunciava. Lá do alto, avistei aquele pedacinho de gente, já com a pontinha do pé dentro d’água. Foi o maior perrengue da minha vida. Eu gritei o nome dela tão alto que acho que, da “barra à cabeceira” do rio, todo mundo ouviu. Ela colocou as mãozinhas na cintura e ficou lá me esperando, com uma carinha de anjo. Quanto mais eu descia, mais ladeira havia. Arranquei uma vara de cipó no caminho, desfolhei-a e subi ladeira acima, dando-lhe umas e outras “varadas” nas pernas. A danadinha nem chorou e ainda me disse que o rio estava lindo. Fiquei com a consciência pesada dias e dias, mas valeu a surra, depois disso, nunca mais precisei buscá-la na rua, muito menos às margens de um rio cheio.
(Irene Sena - mãe da Sâmia)

9 comentários:

  1. Ainda bem que a Sâmia só tem cara de levada, né? Imagino como se sentiu ao dar umas palmadas nela... mas a gente fica mesmo descontrolada, de tanto medo de algo ruim acontecer, né? Ser mãe é mesmo algo super paradoxal! Mas divino! Não abro mão disso por nada do mundo! Beijos.

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  2. Irene, por que será que as crianças tem uma verdadeira atração pela água? Parecem uns peixinhos que não podem ver nada molhado que querem estar lá dentro! Coitadas dessas mães, quase morrem do coração com as artes desses artistas:))

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  3. kkkkkkkkk Amiga, uma surrinha não mata ninguém. kkkkkk E na hora do susto a gente perde a cabeça mesmo. Uma vez eu estava com Pedro e brincava, ele saía correndo e depois voltava. Só que chegou uma hora e ele resolveu correr e não voltar, indo em direção à rua. Eu berrava e nada. O guarda do supermercado viu e o pegou. Minha cara era tão feia que o guarda falou, acho que vc vai apanhar. kkkkkkkk E lógico que levou umas palmadas. bjkss

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  4. Irene
    Consegui imaginar o sufoco que você passou! O pior é a carinha de tanta inocência que eles fazem diante de tamanho perigo...chega a doer na gente.

    Beijos

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  5. Minha nossa, Irene, que sufoco!! Imagino seu desespero vendo ela de longe, doida pra chegar e pegar a pequena...perregue dos grandes! rs

    Beijão

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  6. Irene, com certeza foi desesperador, nem quero pensar amiga, mas graças a Deus que foi só um susto! Que lindo é o amor de mãe!!

    Bjos

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  7. Lembro direitinho dessa surra. :-)

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  8. Ireeeeeene do céu
    Com certeza eu teria tido um "troço" no coração ao ver as gêmeas com os pés à beira do rio.É por isso e tantas que sempre falo que Deus só permite quando Ele sabe que aguentamos.
    Esse foi um perreeeengue enorme heim amiga
    bj

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  9. Nossa, que susto você levou! Eu pude imaginar cada minuto!

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