quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Para o Lucas, com amor...


Carta ao meu filho Lucas
Filho querido,
Antes de mais nada, quero pedir-lhe perdão... pelas minhas falhas de mãe de primeira viagem, pelas minhas inseguranças, pela minha fragilidade, pelos meus medos de não dar conta de ser a mãe que você precisaria. Por tudo isso e muito mais, meu filho, sei que falhei contigo. Super proteção deixa marcas pela vida a fora. Hoje quando o vejo indeciso, egocêntrico, esperando soluções mágicas para todos os problemas que aparecem na sua vida, uma dor imensa invade meu coração e sei que a culpa não é sua. Todos ao seu redor tinham uma necessidade imensa de te proteger, a tal ponto que, seu avô quase caiu em cima de ti no primeiro tombo que levaste, e para aumentar o choro do vovô, você ainda dizia apontando o machucado na testa: “Foi vovô que fez...”
Sei também meu filho que foi pelos problemas de saúde que teve, que ficamos assim. Praticamente esquecemos que tínhamos outro bebê em casa ( o Fê foi se criando sozinho e exigiu seu espaço quando compreendeu tudo). Aquele ano em que você ficou impossibilitado de andar, eu também estava naquela cadeira de rodas. Como eu queria tirar de você todas as dores e dificuldades pelas quais  passou.
Toda vez que ouço aquela história da borboleta ainda se debatendo no casulo, quando um homem resolve ajudá-la cortando o casulo e ela segue se arrastando pela vida porque não estava pronta, tenho receio de que eu tenha feito a mesma coisa. O que me fortalece é pensar que como seres feitos  por Deus, temos sempre a chance de aprender, de sermos melhores.
Talvez passe pela sua cabeça que estou sendo muito dura contigo nessa fase de adolescência, mas não é isso, meu filho. Estou esperando você sair do casulo. Estarei sempre aqui.
Lucas,  quero que saiba que o amo eternamente. Que adoro quando deitamos de conchinha e me pede para massagear suas costas, quando ficamos conversando na minha cama e você me fala de sua vida, de seus sentimentos. Olho pra ti e vejo um homenzinho lindo, apaixonante  e meu coração fica todo derretido. Nas minhas orações peço a Deus e a Mãezinha do Céu para que cuidem de ti, que coloque pessoas do bem ao seu redor e que não permitam que nenhum mal chegue até você.
Eu te amo, filho!
(Mariuza Freire)

6 comentários:

  1. Que lindo amiga!!! Seus filhos são maravilhosos!
    Amo vocês! Bjssssssssss. Taninha.

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  2. Mariuza, você não escreveu uma carta: vc rasgou o coração e mostrou de que ele é feito: do puro amor de mãe que prioriza o filho em qualquer situação, até mesmo quando erra, quando se engana, quando se esquece de algo, quando não consegue conter aquele tombo tão pertinho dela, quando as coisas não saem do jeito planejado...
    Penso nas lágrimas que você deve ter derrubado ao escrever esse texto, pois aqui, quem lê, não consegue fugir delas. Emociona!!

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  3. Mariuza, que lindo!! Seu texto emocionou!!
    Realmente, Uma delícia!

    "O SENHOR te abençoe e te guarde." Num 6.24

    Bjos

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  4. Mariuza, pedir perdão é algo louvável, ainda mais para filho, visto que muitas mães acham que ao fazê-lo é automaticamente dizer que errou e o filho acertou! Grande tolice, não?

    Já erramos e vamos errar muitas vezes, por isso fazer parte da nossa essência, mas para cada erro há esse pedido de perdão... e o enxergar que até quando erramos queremos acertar! Mãe tem disso! Somos absolvidas! rs rs rs

    Achei seu texto muito verdadeiro, profundo... um soco no estômago, como diria Clarice (Lispector). Linda demais a historia da borboleta... as mutações... o tempo certo de Deus e nós ali querendo acelerar, queimar etapas, nos esquecendo, momentaneamente, do quão necessária cada uma é, né? Mas Deus sabe de tudo... e tudo o que permite que acontece tem um porquê. Um dia descobrimos. Tudo. No tempo Dele. Que ainda tenha, ao lado dos seus filhos, muitas descobertas. Beijos, amiga. Parabéns pelo texto lindo!

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  5. Tania querida...

    Você conhece bem de perto essa família e posso dizer que faz parte dela. Obrigada amiga!

    Bjo


    Zizi

    Realmente, rasguei o coração. Quando vi já tinha feito...mas foi também uma espécie de cura para mim.
    Obrigada pelos comentários sempre tão sábios e carinhosos.
    Bjos

    Maria

    Amém! Que Ele guarde também você e todos os seus.

    Bjos

    Dequinha

    Com certeza teremos muitas descobertas ainda como mães, não é? Expor esse "soco no estômago" foi um processo de cura também. Quando o Lucas fez 2 anos de terapia e eu o acompanhei o tempo todo, também foi um processo de reconhecimento dos meus erros e a possibilidade de corrigi-los. Na primeira consulta ele desenhou o pai todo feliz e a mãe com uma cara de "monstro", imagine se eu não chorei uma semana...rsrsrsrsrs

    Beijo querida

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  6. Mariuza,
    No livro Cazuza, a mãe dele diz que a vontade dela é de colocá-lo no ventre,e não deixá-lo sair.
    Como passamos a ser "feras" quando se trata de nossas crias não é?? rsrs
    E você bem se mostra essa guerreira que faz tudo por seus meninos! É isso aí! É a felicidade de ser mãe!

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