sábado, 13 de fevereiro de 2016

A falta que me faz...

Vou começar o texto de hoje com uma simples pergunta: “ Como você era antes de ter filhos?” Pois bem, essa singela pergunta traz algumas memórias. Recordações de como era a nossa vida antes de gerarmos outra vida. Eu, particularmente, quando me recordo dessa época, confesso que, em certos aspectos, eu não me reconheço mais.

Sempre me diziam que quando nasce uma criança também nasce uma mãe, e essa afirmativa nunca foi tão significativa para mim até o dia em que eu me tornei mãe. A partir daquela data eu pude compreender o que, de fato, aquela frase representava. Desde então, minha vida mudou da água para o vinho, tanto o meu dia a dia quanto eu mesma. Uma vez que quando nos tornamos mães despertamos um lado antes desconhecido. Eu, por exemplo, obtive qualidades que antes eu nunca pensei que fosse ter. E digo uma coisa para você - eu nunca fui tão completa. 


Hoje a minha vida nem se compara com a vida que eu tinha antes. É claro que o dia passa a ser mais corrido, com mais tarefas para se realizar. Tem horas que achamos que ter um clone até seria uma boa ideia para dar conta de tantas coisas a serem feitas. E talvez sejam nessas horas que bate uma certa falta de quando nós tínhamos o tempo só para nós. Que as preocupações não eram tão grandes, afinal, nós não éramos responsáveis por mais ninguém além de nós mesmas. Que um banho poderia demorar o tempo que fosse necessário. Afinal, só quem é mãe sabe quão precioso é poder se banhar com calma, sem ter que sair correndo no meio do banho, toda ensaboada, só porque o nosso filho está chorando. Coisas de mãe... 

Atualmente eu não me pego olhando para trás, pelo contrário, procuro aproveitar ao máximo a oportunidade que eu tenho hoje, apesar de certos momentos, em que o estresse fala mais alto, eu desejar mais do que tudo um pouco de silêncio. Aquele silêncio só nosso, em que não vão ter interrupções ou choros, aquele momento em que podemos organizar os nossos pensamentos e ficar, realmente, um pouco, só em silêncio. Acredito que essa seja a minha maior “saudade”, porque, de resto, a maternidade só veio para me acrescentar. Hoje eu vejo que sou muito melhor do que antes eu um dia fui, que o meu dia a dia nunca foi tão animado, que os meus compromissos nunca foram tão definidos, e que as minhas horas livres nunca foram tão bem aproveitadas. Agora eu sei como alguém pode, sinceramente, mudar a sua vida. Modificar para melhor para o nosso melhor. 

Sendo assim, se me perguntarem hoje do que eu mais sinto falta, a minha resposta com certeza será: “ Um dia eu sentirei falta do barulho do desenho na televisão, das cantigas de roda, dos pequenos ensinamentos, dos brinquedos jogados pela casa, das pequenas/grandes conquistas, das primeiras palavras, das fraldas, dos sonos velados das mamadeiras.. Sentirei falta do meu bebê. Por mais que ele nunca deixe de ser o meu filho um dia ele não vai depender mais tanto de mim, não será mais a minha criança e serão desses detalhes que eu mais sentirei falta”. E acredito que você também!



Um beijo no coração!

(Alline Lyra - mãe do pequeno Matheus)

4 comentários:

  1. Lindíssimo texto e quem é mãe identifica-se com cada palavra sua descrita.
    Realmente emocionante! Parabéns!

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  2. Eu conheci a autora quando ela ainda nem pensava em ser mãe, e era toda na dela, minha "Conchinha" amada, e eu já via nela muita luz! Hoje, depois que ela se tornou mãe, essa luz triplicou e mal cabe nela. Por isso que ela jorrou tanta aqui no seu primeiro texto (de muitos)! Lindo! Emocionante! Seja bem-vinda ao time! <3

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  3. Emocionei -me com seu texto ; eu me vi em cada parte dele, principalmente no último parágrafo. Parabens pela sensibilidade e por conseguir transmitir em palavras uma sensação singular que é ser mae

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  4. Maravilhoso! Esse final acabou comigo rsrs
    O futuro do Henrique é muito incerto e eu nao sei se ele terá toda essa independência, mas com certeza também sentirei muita saudade dessas coisinhas . Lindo demais!

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