quarta-feira, 13 de abril de 2016

A bolsa estourou. É agora!

Era madrugada quando eu comecei a sentir que estava fazendo xixi na cama. Levantei o mais rápido que eu consegui, pois uma barriga de 9 meses de gestação não nos deixa muito hábeis, fui até o banheiro, mas não estava com nenhuma vontade de urinar. “Estranho”- eu pensei. Mas até aí tudo bem, voltei para o meu quarto e tentei dormir novamente. Depois de mais ou menos uma hora veio novamente aquela água descendo e me molhando, de novo. Levantei e mais uma vez fui para o banheiro e nada da vontade de fazer xixi. Voltei para o quarto, mas desta vez eu fiz diferente: não dormi mais, fiquei me vigiando. As escapadas de xixi aumentaram.

O dia já estava raiando quando eu finalmente decidi que aquilo não era normal. Levantei, tomei um banho e fui contar para a minha mãe o que estava acontecendo. Duas horas depois eu já estava pronta para ir ao hospital encontrar meu médico, com minha avó a tiracolo, já que minha mãe não poderia ir por causa do trabalho.

Eu fui bem tranquila no trajeto até o hospital. Quando eu cheguei à Casa de Saúde de Cabo Frio descobrimos que a equipe de enfermeiras estava em greve e que não teria como fazer o meu parto lá, se fosse preciso. Liguei para o meu médico, o doutor José Luis, e ele pediu para que eu o encontrasse em seu consultório na parte da tarde. Então eu fui para a casa da avó do meu filho esperar até a hora da consulta. Quando deu duas horas nós já estávamos no consultório esperando o médico chegar. A ansiedade já tomava conta de todo mundo.

Eu entrei para a consulta junto com a minha avó, doutor José Luis foi me examinar para saber o que estava acontecendo e foi só ele pedir para eu me deitar na maca que desceu aquela água branquinha e me molhou toda. Não é brincadeira: foi muita água escorrendo pela minha perna. Daí não tivemos mais dúvidas de que minha bolsa tinha estourado, Matheus estava pronto e querendo muito nascer. O médico mandou eu ir em casa buscar minhas coisas e encontrar com ele no Santa Isabel.

A tranquilidade e paciência me acompanharam durante todo o trajeto até a chegada no quarto. A demora no atendimento, a dúvida se teria como realizar o parto no hospital, as contrações que aumentavam...  nada disso me deixava nervosa. Eu só tinha uma certeza: parto normal, JAMAIS!

Quando eu, finalmente, consegui um quarto, a espera passou a ser outra. Era a hora de esperar a maca vir me buscar para o centro cirúrgico e foi nessa hora que eu senti os minutos se arrastarem. Tentei de várias formas me distrair para não ficar contando o tempo, até que o enfermeiro chegou para me buscar. Aí eu pensei: “Chegou a hora, ele vai nascer hoje! E o melhor, não vai ser parto normal”. (Eu sempre tive medo de parto normal e desde o início da gestação eu queria ter cesárea.)

Confesso que o caminho até o centro cirúrgico foi bem novo para mim, eu ficava olhando para as luzes no teto e vendo-as passar por mim. A tranquilidade me acompanhou durante todo o trajeto e também durante todo o parto. Nem o medo da anestesia doer foi o suficiente para me deixar nervosa, pois eu sabia que daqui a algum tempo eu sairia dali com um bebê, com o MEU bebê.


A cirurgia correu bem, eu tinha uma confiança muito grande no meu médico e ele me passava muita calma. A presença da minha prima durante a cesárea também foi de uma ajuda incrível, afinal, um rosto conhecido sempre é bom nesses momentos! 


Matheus nasceu às 19:00 horas do dia 05 de novembro de 2012. Grande e forte, ele foi o único bebê que nasceu na noite daquele dia, dia este que ficará marcado para sempre na minha vida!


(Alline Santana - Mãe do Matheus)

4 comentários:

  1. Engraçado que a minha bolsa não estourou, eu não senti nenhuma contração, e só sabia que estava entrando em trabalho de parto porque desceu o tampão de sangue quando fui tomar banho! Por milagre também não fiquei nervosa e se soubesse que eu ficaria assim tão zen eu teria até tentado ter normal, pois nunca tive medo. Sempre quis. Mas... acabou acontecendo como tinha que ser!

    Miguel nasceu na Casa de Saúde, e foi punk! Ele nasceu entre feriados e faltou água lá. Nem pra lavar a mão tinha! Imagina todo mundo indo visitar, vindo da rua, sem poder lavar a mão?!? Quase surtei... e vc doida pra tomar um banho e sem poder! Claro que já rodei a baiana e a tranquilidade foi logo embora. rs rs rs

    Ainda bem que, apesar de tudo, deu tudo certo e Miguelito está aí, esperto, sapeca e lindo, tal qual o príncipe Matheus! Somos duas abençoadas!

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  2. Dias inesperado....mas desde sempre eu dizia que Matheus viria no dia 05 de novembro. Pimba!!!!rs...Nasceu o nosso menininho!!

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  3. Quantas expectativas se misturam no dia do nascimento: que o bebê venha com saúde, que corra tudo bem, que o parto seja aquele que foi combinado com o médico, que tudo acabe logo e voltemos o mais rápido possível para casa...etc. É muita emoção para um coração só! Mas depois que vemos aquela carinha "amassadinha" , nada é mais importante do que ele! Nesse momento sentimos que realmente o milagre existe e somos testemunhas com propriedade! A vida é uma bênção divina! Parabéns por encarar com coragem e determinação o momento mais importante, tal momento faz algumas pessoas perderem o equilíbrio, mas vc não! Tão bom registrar esses momentos com tantos detalhes, certamente fará parte do acervo do Matheus, que com orgulho guardará para sempre!

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  4. Lindo texto Alline... eu também tenho um Mateus, mas sem "h" rsrs... Eu não passei por nada disso, porque já fui direto para a cirurgia,.... sempre costumo dizer que não sou mãe de verdade, pois não senti a dor do parto ... não sei o que é bolsa estourar, não sei o que é enjoo... Muito linda a sua experiência!! Parabéns!!!

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