sábado, 14 de maio de 2016

Importei da minha infância


I
Importei da minha infância
Esse meu jeito menina
O  bom senso de humor
Que até hoje predomina
Apesar de ser avó
De dois netos, vejam só
Brinco com minha rotina

II
Importei da minha infância
Meu jeito de fazer graça
Gostava de imitação
Vestida como palhaça
Divertia o pessoal
Na maior cara de pau
Merecia  até uma taça.

III
Importei da minha infância
A oratória dos meus pais
Que doía mais que vara
Com resultados iguais
Pois palavras tem um peso
Agem de modo coeso
Educando muito mais.

IV
Importei da minha infância
Esse lado humanitário
Gostar de ajudar o próximo
Em trabalho voluntário
Pois a sensibilidade
É uma grande qualidade
Não depende de salário.

V
Importei da minha infância
O amor pelos animais
O zelo pelos bichinhos
Para mim nunca é demais
Sempre tive a companhia
Deles no meu dia a dia
Desfazer disso?  Jamais!

VI
Importei da minha infância
As qualidades que tenho
Valorizar as pessoas
Reconhecer seu empenho
Enxergar o lado bom
Descobrir que há um dom
A ser tratado com engenho.

VII
Importei da minha infância
A religiosidade
O respeito ao Ser Supremo
Fé,  amor e  caridade,
Ser simples nas atitudes
Valiosa nas virtudes
Conduzir sempre  a verdade.

VIII
Importei da minha infância
Os  valores  necessários
Para esboçar o meu palco
E traçar o meus cenários
Escrever o meu enredo
Sem mistério nem segredo
Nas linhas dos meus diários.

IX
Importei da minha infância
A educação que tive
Tão humilde e grandiosa
Que nesses versos revive
Com flashes de umas lembranças
De quando eu era criança
E até hoje sobrevive.

X
Importei da minha infância
A explicação do agora
Como entender o presente
Se o passado ignora?
O  tipo de mãe e avó
Cujas crias são xodó
E exibo mundo afora.

(Zizi Cassemiro, mãe do Danilo e da Patrícia, avó do Gabriel e do Johnny)

7 comentários:

  1. Que coisa linda Zizi!! Perfeita a sua poética!!!... Adorei!!! Parabéns!!
    Já vi que a minha é muito ruim kkkkkkkk...vergonha, mas vou melhorar (risos)

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    1. Obrigada pelas palavras tão carinhosas!
      Vc é uma parceira também na arte de brincar com as palavras em versos. Já tivemos o privilégio de apreciar sua criação que, por sinal, ficou excelente! Quando quiser trazer mais textos poéticos para compor nossas páginas, não hesite, é bem -vindo. Eu sou apaixonada por poemas, de qualquer tipo( clássico, popular, moderno....não tenho,preferência)
      Eu organizei esses versos obedecendo a uma sequência de versos, métrica e rimas porque naquele momento eu achei melhor fazer assim( tipo cordel), mas eu tenho vários textos com versos brancos e livres. Tudo depende do momento da criação. Assim como também gosto de traçar linhas em prosa...
      O mais importante mesmo é falar do tema, e ser mãe é ter assuntos infinitos, não é mesmo?

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  2. Que coisa linda, meu Deus! Eu ameeeeeeeeeeeeeeeeeeei o seu texto! E como acho um barato quem consegue jorrar assim em versos, em estrofes, em rimas... Eu infelizmente não tenho esse dom! Quem me dera...

    Quanta coisa boa a gente percebe que importou da infância, né? Muitas riquezas... pra não dizer todas elas... e que delicia a gente ir passando adiante, de geração a geração, como a brincadeira de passar anel... de mão em mão... Arrasou!

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    1. Obrigada, Dequinha, que bom que gostou! E sempre fofa nos comentários, sempre nos estimulando de um jeito ou de outro.
      Quando fui escrever sobre o tema, percebi que não estava saindo nada em texto em prosa, porque eu pensava em algo e não achava interessante. Foi daí que me veio a mente escrever em versos, pois assim eu brincava mais com as palavras ao mesmo tempo em que ia contando minhas histórias. Eu acabo me divertindo também porque é um tipo de construção que me deixa feliz. Gosto de lidar com rimas, métrica e verso, mas não é sempre que sai algo. Nesse domingo deu certo. Fazia tempo que eu não criava uns versos.
      Você, por exemplo, escreve prosa poética, que não é tão diferente, exceto pelos versos e rimas, seu conteúdo é altamente sensível e subjetivo além de encantador.
      Escrever e fazer bolos são duas coisas que me satisfazem muito. A primeira eu tenho que ter inspiração, a segunda, os ingredientes. Confesso que a segunda é muito mais fácil que a primeira, mas amo ambas. Daí aproveito os temas para construir textos ora em prosa, ora em versos, porque falar sobre filhos vai direto ao coração de uma mãe coruja como eu. Ajuda a extravasar emoções...

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    2. Não espero mais nada, em termos de blog e de postagens, nem me estresso mais, mas não escondo a felicidade imensa que sinto ao ver quando tem postagem em um determinado dia! Surpresa super gostosa!

      No meu caso se não sair nada em prosa, em verso mesmo que não sai nada! Me sinto fazendo aquelas trovas infantis... muito limitadas... kkkkkkkkkkkkkkkkkk

      Meu trauma acho que veio de uma aula na faculdade, em que a gente tinha que criar sonetos... Olha que desgraça... sonetos!!! Vixe Maria!!!! Acho que até bolo eu consigo fazer, uma vez na vida e outra na morte, e olha que eu detesto cozinha e não levo o menor jeito... mas escrever em verso... que dificuldade! Missão praticamente impossível!

      O seu bolo ainda não tive o prazer de comer, mas como me deleito com seus textos, tão bem escritos e emocionantes, sejam eles em verso ou em prosa. Pode ficar toda prosa. Merece. Beijocas.

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  3. Que lindooo ! Amei sua poesia ! Perfeita ! Relatou de maneira doce sua infância.

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    1. Obrigada pelas palavras doces. Minha infância é muito viva na minha formação. E foi isso que eu quis mostrar brincando com as palavras e rimas.

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