terça-feira, 3 de maio de 2016

Só o amor cresce!


Às vezes deixo de dormir por algumas horas só para ficar vendo o Miguel dormir. Nestas horas reparo que os pés dele, que antes batiam na metade de sua mini-cama, agora batem no finalzinho dela, me lembrando, inclusive, de que já está mais do que na hora de comprar uma outra. (risos) Meu magrelinho branquelo está dando uma boa esticada, mesmo sendo um dos mais baixinhos da sala dele! No meu coração, então, ele é grande, enorme, só dá ele, praticamente! Espaçoso que nem ele só!

Porém, mesmo observando o seu crescer, externa e internamente, muitas vezes ainda o vejo como um bebê, aquele que parecia um tijolinho, um cotoco de gente, logo assim que de mim saiu, quando o peguei no colo pela primeira vez e tive, por alguns instantes, vontade de enfiá-lo de volta à barriga, por ser aparentemente tão frágil e ali dentro estava tão... protegido!

Algo dentro de mim me diz que ainda terei essa mesma impressão quando ele tiver 10, 15, 20, 30, 40, 50 anos... e até mesmo quando olhar para o filho dele e vê-lo também presente nele! Nestas horas que eu entendo perfeitamente algumas ações da minha mãe (e que, diga-se de passagem, me deixavam irritada quando eu ainda não havia descoberto o que é ser mãe), que me trata até hoje como criança, aos meus quarenta anos, e não porque me acha uma irresponsável ou porque não confia em mim, nem nada do tipo, mas porque pra mãe o filho realmente não cresce...

Paradoxalmente, porém, cresce o AMOR... Aquela sensação de que você é uma leoa capaz de brigar com o mundo todo só para defender a cria vai se intensificando... ano após ano... e você se vê capaz não só de arrumar brigas homéricas, com esse mundo todo, mas com o outro, e mais outro, e outro, infinitamente. Porque por filho... ahhhh, a gente, sem exagero algum, é capaz de matar, é capaz de morrer... inclusive de morrer de amor... e morre todos os dias... de puro amor... e dele vive... renasce... se expande... se transforma em mil... em mil e uma... todas atentas para lamber a cria, aliás, as várias crias em que eles se tornam... em suas mais variadas fases... e a gente ali sempre por perto, observando, atentas, o crescer e o não-crescer... Magicamente assim, e sem nenhuma contradição, por mais incrível que isso possa parecer!
(Andreia Dequinha - mãe do pequeno gigante chamado Miguel)

10 comentários:

  1. Lindo preta, realmente para nossos pais sempre seremos um bb, frágil...E nós repetimos isso para nossas crias.
    Nosso arcanjo Miguel cresce a olhos visto, e como Vc bem disse cresce em amor. Lindo bjs Bethy

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    1. Porque, no fundo, toda mãe é extremamente parecida, por mais diferente que cada uma pareça! Repare só! Curioso isso!

      Vamos ver até que altura o Mig vai crescer... vai chegar... porque pro meu amor não tem fita métrica que consiga medir, dimensionar! Nunca! Beijos pra vc e pro LG.

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  2. Só muda o endereço...mãe é tudo igual mesmo, quando se trata de amar e defender suas crias. Não há explicação pra esse sentimento não. Eu que o diga...Mesmo com os meus já adultos,estou sempre tentando defendê-los de alguma forma,se necessário for, apesar de reconhecer que houve erro em algumas situações ; sendo que só eu me sinto no direito de repreendê-los (rsrs). Pra ser bem sincera,até o pai lhes chamando atenção me deixa incomodada,embora reconhecendo que ele está com a razão. Não tem jeito, mãe é mãe...e cada filho é como se fosse um órgão de nosso corpo fora de nós. Vê-los crescer, criando asas para alçar voos, remete-nos à sensação do ninho vazio.Talvez seja este um dos motivos de estarmos sempre querendo protegê-los.Já me questionei muito sobre este meu protecionismo materno, mas acabei me conformando com ele...Se até Jesus (Todo Poderoso) teve Nossa Senhora ao lado dEle,até o momento derradeiro,então meus filhos também podem ter minha proteção,enquanto for possível.Seu amor por Miguel é e será infinitamente imensurável... creio eu que muito antes de você pensar em tê-lo;e o dele por você também não deve ser diferente. Um amor que já estava escrito nas estrelas. E ele ficará muito feliz, o dia em que puder abrir essas páginas e constatar que tem mãe amorosa e escritora de textos tao lindos quanto este. Ele se orgulhará muito de você!!!

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    1. Também sou muito assim! Posso detonar o Miguel, até exagerar, mas só EU, mais ninguém! Muito menos o pai! Só alivio, um pouquinho, pra minha mãe porque ela lida com ele diariamente, como eu! E só!

      Terei de me preparar (e muito) para lidar com o tal do "ninho vazio" quando Miguel virar adolescente e começar a sair... pior ainda quando for maior e sair de casa, morar sozinho, casar... Vixe Maria! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

      Sem dúvida eu já amava o Miguel antes mesmo de ele não só nascer, mas antes de eu pensar em ter filho! Tomara que ele também muito me ame, nem que seja um terço do que eu o amo! Já estarei feliz demais! E tomara que ele queira ler todos esses meus escritos um dia, e que curta, comente, saiba do quão amado ele é! Muito, muito, muito! Sempre, até mesmo quando eu não mais existir!

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  3. Que texto encantador, amiga! Puro e legítimo amor, só isso já basta para definir o que uma mãe sente pelo filho e o que é capaz de fazer por ele. Eu posso afirmar com convicção, já tenho alguns anos a mais e sei como é. Aliás a idade nem importa, nem a nossa nem a deles.... O que importa é a forma como sentimos e como agimos, esse amor louco que não tem definição e é infinito. Só mesmo coisa de Deus!
    Essas contemplações são mesmo típicas de mãe coruja: ficar observando o lindinho dormir e admirar o quanto ele cresceu. Meu Deus, esse amor só perde para o amor divino mesmo!
    Quando vc escreve sobre o Miguel transparece em cada letra a imensidão do sentimento que conduz essa sua missão. É muito gostoso e emocionante ler seus textos, principalmente os que falam do Miguel, porque vc mostra toda a sua meiguice e sensibilidade na dedicação desse amor! Parabéns pela linda construção!

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    1. Realmente é coisa de Deus, purinha! Mágica pura, misericórdia então... nem se fala!
      Obrigada, minha querida amiga, por vc conseguir perceber não só minhas linhas, mas entrelinhas... captar o não-dito que é para poucos... Vc e Zenilda, em especial, fazem isso com tamanha perfeição e cada comentário de vocês são verdadeiros textos, ricos em detalhes e em carinho, amizade, ternura. Eu uso e abuso... e adoro! Valeu!

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  4. Que texto lindo, Dequinha! Realmente, para a gente , o filho não cresce. Ele vai até crescer em idade e tamanho mas pra gente vai sempre parecer aquela criatura que precisa tanto da nossa proteção.

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    1. E acho que isso é até bom, né? Muuuuuuuuuuuuuuuuuuito bom!
      Beijos, querida. Valeu pelo carinho.

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  5. Que lindo!! Ao longo da nossa vida, Deus nos concede muitas bênçãos. Para muitas pessoas, Deus dá o privilégio e a responsabilidade de criar filhos. E eles realmente não crescem para o coração de uma mãe. Serão eternas crianças! seu texto é uma mistura de sensibilidade e doçura!! Adoreiiiii!!! Bjos

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    1. Obrigada pelo carinho de sempre, amiga, e estou doida pra ler o seu! Beijos e até mais!

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