sábado, 20 de agosto de 2016

Com os avós, a cumplicidade é geral!!


Tenho doces lembranças dos meus avós maternos: Januária e Hermenegildo, (falecidos em 2007). Eles tiveram vinte e um filhos, dos quais apenas onze sobreviveram, e desses nasceram cinquenta e seis netos, oitenta e um bisnetos e cinco tataranetos. Não conviveram com todos os netos, mas os que cresceram junto a eles experimentaram o amor verdadeiro, pois tiveram mimos o suficiente para lembrar com doçura desses avós tão maravilhosos! 

O meu avô paterno era irmão do meu avô materno (meus pais são primos). Morei com ele dois anos. Não conheci a minha avó paterna, mas convivi com a segunda esposa do meu avô, que, na verdade, tem a mesma doçura de uma verdadeira avó e sempre nos deu muito carinho. Lembro que, quando eu tinha dor de dente, ela me balançava na rede até eu dormir. É a única que está viva, com muitos problemas de saúde, mas aos noventa anos não é mesmo nada fácil!

Os meus filhos sempre conviveram com os avós paternos, desde que nasceram, pois moramos na mesma cidade! Quando ainda eram bem pequenos, morávamos na mesma chácara, onde moram os meus sogros, por isso a convivência era bem mais íntima. O avô Severino sempre foi muito brincalhão e costumava dizer que os meninos pareciam macaquinhos, pois gostavam de subir nas árvores, então ele perguntava pelo rabo. (risos)

A minha sogra muitas vezes cuidou deles para mim, quando eu precisei resolver algumas coisas na cidade. Sempre tiveram uma convivência muito saudável e cheia de carinho.

Sei que gostam dos meus filhos e, mesmo morando na mesma cidade, eles quase não se veem, pois os meus sogros raramente vêm aqui em casa e os meus filhos trabalham e estudam. Os encontros acontecem, na maioria das vezes, nos eventos comemorativos da família.  Quando dá, eles vão visitá-los e são sempre muito bem recebidos. O avô elogia muito o bom comportamento deles, diz que são muito educados...

Quanto aos avós maternos, esses moram a mais de 3500 km de distância... Mesmo vivendo tão distantes dos meus filhos, estão sempre presentes em suas vidas. Meus pais nunca esqueceram o aniversário deles e sempre ligam para desejar um feliz aniversário, já que não estão por perto para abraçá-los. Quando estamos com eles, a cada fim de ano, minha mãe aproveita a oportunidade para mimá-los o quanto pode, e faz sobremesas deliciosas, pastéis, sanduíches, cachorro-quente. Eles fazem a festa!

Quando ainda eram bem pequenos, minha mãe fez uns pastéis e, sabendo que eles gostavam muito, aproveitou que eu não estava na cozinha e deu um pastel para cada um, e mandou que eles comessem escondidos de mim, já que eu não permitia que comessem antes da hora, então foram comer atrás do banheiro. A isso se aplica o seguinte: "Há coisas que só são admitidas porque se trata de avós e netos". Se durante umas poucas semanas aprontaram dessa maneira, imagine se morassem perto! A cumplicidade seria geral e eu estaria perdidinha! (risos)

E as peraltices na casa dos avós continuaram. Quando tinham entre cinco e sete anos, aconteceu um fato engraçado! Meu pai tinha um pequeno comércio no sitio onde mora, era um mini mercado, e lá ele vendia o básico, mas tinha um item que chamou a atenção dos meninos: "chicletes", mas não eram os chicletes que eles queriam, na verdade queriam as figurinhas que vinham neles e foram pegando chicletes e mais chicletes, tiravam a figurinha e jogavam o chiclete fora. Acho que alguém percebeu antes de mim (não sei se meu pai ou minha mãe), mas não me disseram nada porque sabiam que eu não iria poupá-los. (risos)

Percebi que havia muitos chicletes espalhados pelo quintal, fora do quintal, jogados por todos os lados, e observei que o pote de chicletes estava lá no alto (alguém o guardou sem fazer alarmes, tudo com a intenção de poupar os netos), mas eu fiquei bem quietinha e chamei os dois, disfarçadamente, sem que meus pais percebessem, e levei-os para dentro do banheiro, conversei, e expliquei que eles não deveriam ter feito aquilo, que era muito feio, então confessaram que queriam as figurinhas. Ao final da conversa, apliquei o merecido castigo, mas tudo muito bem disfarçado, para não criar atritos.

Todos os anos, viajamos para a cidade onde moram os meus pais, é durante esse período que eles e os netos têm então a oportunidade de curtirem uns aos outros, matarem a saudade e colocarem o papo em dia. O meu pai sabe que eles gostam muito de futebol, então conseguem conversar, partilhar momentos futebolísticos e se divertem falando sobre o assunto. Meu pai é vascaíno e os meninos, santistas, então eles brincam, fazem piadinhas sobre os pontos fracos do time, e assim não falta assunto, eles atualizam tudo, de uma forma bem divertida!

A valorização de afetos e a comunicação emocional deixam marcas no coração e só mostram o quanto os avós têm um papel fundamental na vida dos netos. É um amor que eterniza a vida e o coração deles, por isso que a cumplicidade não tem limites entre eles, e eu costumo dizer que os avós fazem pelos netos o que nunca fizeram pelos filhos! (risos)

Eu ainda não sou avó e, pelo jeito, vou demorar a ser, mas não tenho pressa, e espero que os meninos não pensem no assunto tão cedo! A única consequência disso é que serei uma avó bem velhinha!! (risos)

                                                                                                 (Maria José - mãe de Mateus e Elias)

8 comentários:

  1. Parabéns prima por esse lindo texto e pelas boas recordações, realmente quem conviveu próximo ao vô Miné e da vó Januária não faltou mimos, acredito q é um sentimento comum a todos q tem o privilégio de conviver com os avós. saudades gigantes...

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    1. Obrigada Débora, pelo seu doce comentário! Você é uma prova viva dos que receberam esses mimos, sabe muito bem do que estou falando né!?! Adorei que comentou! Bjos

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  2. Parabéns pelo texto maravilhoso,sei muito bem como são esses mimos,pq até hj acontecem com meus filhos que já são homens barbados ,e muito mais pelo fato de já ser avó,e praticar tbm os mesmos mimos com meu neto,mais é muito gostoso isso,texto realmente brilhante e emocionante,de parabéns mais uma vez ❤

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  3. Obrigada por comentar, mana querida, você conhece esse sentimento e sabe muito bem do que estou falando, enquanto eu, estou ainda no lugar de neta rs rs rs
    Adorei que veio aqui comentar, faça isso mais vezes!! Bjos

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  4. Maria, que linda sua história!! e que família grande!! acho isso lindíssimo!! se bem que antigamente as pessoas tinham mais filhos, mas a sua merece uma medalha!!
    Mas, veja você, mesmo em meio a tantos netos, os avós sempre fazem os gostos dos pequenos, ainda mais quando não os vê todos os dias, quando os encontram então, (quase) tudo é permitido!!
    Eu acho mesmo que a criança que conviveu , ou pelo menos conheceu os avós sentem-se mais amadas porque a criança sente o grande carinho que vem dos avós e sabe que é um amor tão grande , assim como amor de pai ou mãe. Muitas vezes é maior ainda que o amor dos pais.
    gostei de conhecer as traquinagens, os seus filhos não são muito de aprontar, mas perto dos avós tinha que acontecer kkkkkkkk
    Parabéns pelo lindo texto, tão cheio de detalhes carinhosos;))

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    1. Muito grata pelo doce comentário!! Assim me animo cada vez mais!!! Amei!!

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  5. Texto super emocionante e escrito com o coração, com toda a certeza, aliás, você é toda coração... cada dia mais e mais... Que doçura vc falando de todo mundo e de repente nem vai demorar tanto assim a ser vovó... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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    1. Muito grata pelo doce comentário!! Isso só me deixa feliz, pra cima, animada mesmo!! ... Mas ainda continuo dizendo que vou demorar a ser avó, kkkkkkkk.... Se bem que desconfio que o Elias está namorando pra casar, já namora a Daniele há mais de um ano... Vamos esperar pra ver o que acontece kkkkkkkkkkkkkk

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