segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Quinteto fantástico


A relação do Miguel com a minha mãe lembra muito a minha com a Vovó Nenê, minha avó paterna, com quem morei desde que eu nasci até os meus dez anos, quando o Papai do Céu a chamou para com Ele morar. Dei vários sustos nela, como reparo que Miguel faz com a Vovó Cléa (sendo que eu era infinitamente pior, diga-se de passagem!), a ela que eu pedia a maioria dos lanches, ela que me fazia companhia quando não tinha com quem brincar, ela que me defendia das surras quando eu aprontava, ela era meu anjo da guarda e parceira de todas as horas, capaz de dar a própria vida por mim! Qualquer semelhança (não) é mera coincidência! (risos) 

Miguel também mora com a minha mãe desde que nasceu e está caminhando para sete anos ao lado dela, numa convivência intensa e diária (salvo um mês que ela ficou internada e outro que ficou na casa da minha irmã). Tomara que ela consiga ficar mais tempo ao lado dele e que ele não precise se despedir dela aos dez, como eu, que sofri horrores, e fiquei, durante anos, sentindo a presença dela em algumas datas (tinha até febre!).

Com minha outra vó, Vovó Miranda, eu tinha pouco contato e só a via quando minha mãe resolvia visitá-la, mas era uma festa, pois era sempre carinhosa comigo, me dava dinheiro para comprar sacolé na vizinha, e como eu brincava com meus primos, lá no quintal! Era muito bom e divertido quando a gente ia lá! Sinto que o Miguel, com a mãe do pai, Vovó Lucinha, também é meio assim, mesmo se vendo beeeeem pouco, até porque ela não mora aqui. Sorte dele que ainda tem uma outra vó, a Vovó Marisa, por quem ele é apaixonado desde pequenininho, por ela ser suuuuuuuper divertida, alegre, animada, topa tudo e quando se junta com ele parece criança também, com direito a correr, pular e a dançar até o chão, chão, chão! Um barato! Pena que também têm se visto pouco de uns tempos pra cá! 

Vejo em Miguel, em termos de avô, lacunas bem parecidas com as que trago em mim. Infelizmente não conheci nenhum avô, nem por parte de mãe nem de pai, pois eles já tinham partido. Sinto falta. E é estranho ter saudade de quem a gente sequer conheceu! Não deu tempo nem de o meu pai saber que finalmente o menininho que ele tanto queria viria pra alegrar ainda mais a nossa família! Ele partiu um pouco antes de eu descobrir que estava grávida, que pena! Mesmo assim, pego o Miguel falando do Vovô Antônio como se o tivesse conhecido, beija as fotos, e diz que conversa com ele... que o conheceu sim... no céu... antes de ele nascer... Ele fala com tanta certeza e clareza que, confesso, às vezes me emociono e choro, meio que querendo  acreditar que isso pode ter, de fato, acontecido, por ser tão limitada a nossa compreensão com o mundo espiritual! Mamãe também chora, copiosamente, quando ele insiste em falar isso, desde os três anos, geralmente logo assim que acorda e do nada vai ressuscitar o assunto, as fotos, as saudades do que nem (con)viveu!

Com o pai do pai, Miguel tinha muito contato (principalmente na época em que o pai morava aqui conosco) e era apaixonado por ele, tanto que todo dia pegava o telefone e queria ligar pro "Vovô Ieiei", com quem amava jogar futebol e capoeira, mas depois infelizmente foi esfriando, devido ao pouquíssimo contato. Mesmo assim, sempre acrescenta todo mundo em suas orações e pensa imediatamente no Vovô Lelei e na Vovó Marisa quando chove (sabe que a casinha deles costuma alagar!). 

Convivendo muito, pouco ou nada, o importante são os laços feitos no coração, e sei que, no delezinho, tem um espaço especial para esse quinteto fantástico! O resto é resto! 

(Andreia Dequinha - que espera um dia poder ser vovó da(s) cria(s) do Miguel)

7 comentários:

  1. Acho tão importante esse contato com os avós. Eles tem muito o que nos ensinar e com a sabedoria que nós só alcançaremos quando estivermos fazendo também esse papel. Quem puder tem avós por perto sabe do que estou falando. Avós são pais mais maduros que adquiriram a sabedoria através da experiência, por isso o valor deles é duplo, avós são pais duas vezes. Embora o contato das crianças com os avós seja rápido, porque infelizmente, eles se vão logo, é inesquecível. Quem nunca teve jamais poderá usufruir de uma experiência inesquecível que dificilmente terá substituto. Existem sim, pessoas que "adotam" crianças como avós e os tratam como se fossem netos, o que é muito válido porque o amor é sempre bem-vindo!!
    Que bom para o Miguel poder conviver com alguns dos avós e sentir o grande amor que eles possuem. Com certeza esses valores ficarão para sempre.
    Parabéns pelo lindo relato!!

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    1. Tais relações são mesmo muito gratificantes e super bem-vindas! Tento estimular o contato do meu filho com todos os parentes, mas isso tb é rua de mão dupla... Carinho não se pede, não se cobra... tem que vir de forma natural. Minha mãe é uma avó tão maravilhosa quanto minha vó Nenê, em especial, foi para mim! Claro que às vezes comete excessos, falha em algumas coisas, mas isso só acontece porque ela faz. Quem pouco participa pode não ter nenhum erro em si pra contar história, até porque o maior erro é não querer aproveitar ao máximo os netos...

      Obrigada pelo carinhoso recadinho, que deixou feliz o meu coração, mesmo com a decepção (imensa) dos recadinhos deixados pela maluca daí de baixo, que veio aqui pagar mico e sequer parou para ler os textos daqui do nosso blog.

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  2. Por favor, peço que acrescente a autoria e o link ao meu texto.
    http://www.maedefamilia.pt/2015/11/contrato-de-maternidade.html
    Contrato de maternidade, que vc postou a 16 de abril.

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    1. Olá! Na verdade postei tal texto no dia 14 de abril, acabei de localizá-lo, e postei como "autor desconhecido" porque foi assim que ele chegou até mim. Terei muito prazer em ir lá acrescentar a sua autoria e também o link para o texto, que achei bem legal, e que combina muito com os tantos textos aqui postados, igualmente bons. Quando puder, convido você a lê-los também! Um abraço!

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    2. Ahhhh, e acabei de ler, agora, o seu recadinho muito do malcriado e do grosseiro, no dia da postagem. Respondido lá. Leia. Passar bem! Ninguém aqui precisa plagiar texto de NINGUÉM, pois escrevemos tão bem quanto (ou até melhor, me perdoe a franqueza!).

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  3. Que lindos são esses laços afetivos! Os avós serão sempre aqueles que na maioria protegem e até acobertam algumas peraltices dos netos!
    Sorte do Miguel que tem esse privilégio, pois é uma relação muito intensa e linda de se ver!... Os meus meninos tem os avós paternos e maternos, graças a Deus por isso!
    Achei lindo o Miguel lembrar dos avós na hora da oração, que fofo!!
    Adorei o tema! ... Adorei o seu texto!! Como sempre, cheio de doçuras!!

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    1. Ele sempre ora pelos avós... e fico pensando em como seria linda a relação entre ele e meu pai! E mamãe compensa todas as ausências dos outros...
      Um abraço e que bom que gostou do meu texto!
      E você? Vai escrever sobre a vontade de ser vó? Ou não sente essa vontade ainda? Confesse... rs rs rs

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