sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Tantas fraldas!!


Minha preocupação com fraldas ocupa um espaço um pouco remoto na linha do tempo. A tecnologia, na década de 80, não era, ainda, uma aliada das mamães; não tínhamos o descartável como nosso elemento básico do cotidiano (embora já existisse). Seu uso, entretanto, se limitava às viagens ou passeios longos e, além do mais, o preço não atraía. As fraldas, em qualquer época, assumem prioridade dentro de uma casa, um item indispensável e mais numeroso do enxoval do bebê, sejam elas descartáveis ou de tecido.

Nas duas vezes em que engravidei, a tática foi a mesma para organizar as coisinhas dos lindinhos: fraldas de tecido compradas por quilo em uma loja; depois de cortadas no tamanho ideal, suas barras eram feitas, uma a uma na máquina de costura doméstica. Após estarem prontas, eram lavadas, dobradas, passadas e aguardavam, ansiosamente, o momento do uso. Não me lembro de quantas, mas sei que muitas habitaram aquelas gavetas até serem dispensadas. Deu um trabalhão concluir todo esse processo, todavia, uma mãe é conduzida por uma força que não a deixa sucumbir, afinal ela disse SIM à maternidade!

Todos os dias, durantes alguns anos, muitas fraldas para lavar e passar. Aqueles varais esticados nas dependências do quintal, lotadinhos de paninhos brancos, sacudiam de um lado para o outro com a força do vento, como se quisessem  fugir dos cruéis grampos que os mantinham atados ao fio.

Não posso me esquecer de mencionar a fiel aliada da fralda de pano: a calça plástica que era usada por cima e  impedia, parcialmente, que a roupa ou o berço molhasse.  

Um ano se passou e Danilo nas fraldas, dia e noite. Até então, não tinha cogitado a ideia de libertá-lo daqueles “panos”. No entanto, logo descobri que mais um bebê estava a caminho e isso significaria um aumento em dose dupla das tarefas, sobretudo das fraldas que eu iria lavar diariamente.

Eu tinha que ser rápida e eficiente para alterar aquela situação: comecei a tirar a fralda dele aos poucos. Primeiro, em algumas horas durante o dia. À noite eu a recolocava e ficava de olho; esperava um tempinho, levantava e o levava, meio adormecido,  duas ou três vezes  ao banheiro para que ele se habituasse a usá-lo o mais breve possível. Essa cena se repetiu vezes e  vezes...

Quando a Patrícia nasceu, ele estava com 1 ano e 10 meses  e eu não tinha conseguido desfraldá-lo ainda. Senti na pele o sabor do trabalho duplicado por alguns meses. Como nada é eterno, chegou o momento em que ele, finalmente,  emancipou-se,  deu um “basta” para as  fraldas e passou a utilizar o “troninho infantil ” ganhado  como prêmio pela conquista.  

A  Patrícia  seguiu, mais ou menos, os passos do irmão com relação ao tempo do desfraldamento (em média 2 anos). Com duas crianças, não era nada fácil sair e carregar a bagagem completa, principalmente os intermináveis “paninhos de bunda”. E detalhe: não podiam ser lavadas com qualquer sabão em pó, muito menos enxaguados com determinados amaciantes de roupa, pois o risco de provocar uma alergia na pele dos bebês era imenso. Infelizmente, só descobríamos após o uso. Entre acertos e erros, experiências se ganham...

Mas tais conhecimentos nem sempre são válidos para outra pessoa, porque cada ser é dotado de peculiaridades que os diferenciam. Descobri isso quando fui avó pela primeira vez.  Gabriel não precisou embarcar na mesma canoa do pai, nem da tia. Ele usou e “abusou das fraldas descartáveis”. Parece exagerada tal expressão, entretanto, condiz com a realidade, pois ele dobrou o tempo de uso das fraldas, superando o pai e a tia juntos.  E não poderia ser qualquer fralda. A maioria dava alergia nele. A única que podia usar era a Pampers. 

Embora fizéssemos mil peripécias, campanhas e “tchau” para o número 1 e o 2, ele se mantinha impassível e (absurdamente!) exigia que colocássemos a fralda bem na hora de evacuar. Se não colocasse, ele se negava e não tinha acordo. Chegamos ao ponto de deixá-lo dois dias sem fralda, na tentativa de forçá-lo a largar, mas foi em vão. Só serviu para penalizá-lo. Desisti, então, dessa exigência falida e resolvi esperar pelo tempo dele, mesmo que demorasse! Que viesse quando chegasse o momento certo!  Desde que meu neto estivesse bem, que se danem  as convenções!! 

Um belo dia,  enquanto pintávamos a casa conversando animadamente, fomos surpreendidos por uma vozinha, vinda do banheiro que nos convocava para presenciar sua estreia no troninho infantil!  Que  vitória maravilhosa!! Clap clap clap! clap!!

                                      (Zizi Cassemiro -  mãe do Gabriel  e da Patrícia;  avó do Gabriel e do Johnny)

9 comentários:

  1. Tudo é tão lindo, quando se trata das preocupações de uma mãe em relação a qualquer coisa que diz respeito aos nossos pequenos!
    E a gente acaba pensando que esse assunto não traz nadinha de emoção, mas puro engano! Você nos trouxe um lindo e doce relato, um texto cheio de emoção, feito no capricho! ... E surpreendente!!! Final com direito a suspense! kkkkkkkkkk
    Amei!! Obrigada por compartilhar com a gente esses momentos tão incríveis e elegantes!!! kkkkkkkk

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  2. Pois é! Vivi as glórias das fraldas de tecido com os filhos; e anos depois, com o neto, as fraldas descartáveis que pareciam eternas! Que sufoco!!
    Obrigada, linda pelo doce comentário.

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  3. Apesar de não ter vivenciado (graças a Deus) a fase de fraldas de pano (a não ser para limpar a boquinha do Miguel) nem da calça plástica como mãe de verdade, usei bastante ambas as coisas com as minhas bonecas, quando criança! (risos) Era um barato! E seu texto me trouxe essas lembranças... que coisa curiosa...

    Hoje em dia é tudo beeeeeeem mais prático, né? Mas como dói beeeeeeem mais no bolso! Difícil bancar tanto xixi e tanto cocô dos filhotes! Vixe! Nem gosto de lembrar do tamanho do gasto, mas que bom que sobrevivi. Ufa! kkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Seus textos são sempre um barato! E parabéns por ter conseguido esperar naturalmente o tempo do seu netinho. Tomara que eu seja mais light como vó... tomara... porque como mãe... só Jesus na causa! Miguel sofre com a ansiedade (natural) dele e com a minha, de brinde. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  4. Dequinha, a (provável) tolerância vem naturalmente com o tempo, pois eu tb era bem menos tolerante que agora. não se preocupe.
    As fraldas são um drama de qualquer forma, ou em tecido ou descartáveis. O pessoal atual, embora gaste mais com isso, tem mais tempo para coisas mais agradáveis do que tirar a mancha e o mau cheiro de cocô das fraldas kkkkkkkk

    Obrigada, linda, em poder contar com o seu retorno. Sempre fofa!! BJSSSS

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    1. Ufa! Então eu ainda tenho uma chance... uma saída... uma solução... rs rs rs

      Desculpe a demora! Ando meio desanimada, de uma forma geral! Mas amo ler os seus escritos, amiga. Jamais duvide disso! Beijos!

      P.S.: Tente usar uma ou no máximo duas imagens por postagem, amiga, se não acaba o espaço de armazenamento do blog, aí lascou. rs rs rs

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    2. Dequinha, fiz uma pequena alteração...Porque eu queria mostrar tanto as fraldas de tecido quanto as descartáveis... Espero que seja melhor assim. Bjosss

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  5. Minha 1@ filha usou fraldas de pano..comprada a metrô e com bainha feita por minha mãe, foi uma época difícil. Não tinha muitas fraldas. Não tinha máquina de lavar. Ufa. S única fralda descartável era a Johnson e foi usada no hospital, mesmo porque ela teve alergia. Hoje temos o chá de fraldas. Tudo muito prático, sem calça plástica...mas nem por isto, minha cresceu com traumas...detalhe não podia torcer, tinha que expremer para não dar cólicas no bebê. Mas com menos de dois anos ela já estava desfraldada.

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    1. Vc vivenciou a mesma situação, pelos vistos... Esse negócio de não poder torcer fraldas, eu tb ouvi e tinha que seguir, afinal,quem sou eu para questionar a sabedoria da mãe e da sogra? Hoje é muito mais fácil...

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  6. Minha 1@ filha usou fraldas de pano..comprada a metrô e com bainha feita por minha mãe, foi uma época difícil. Não tinha muitas fraldas. Não tinha máquina de lavar. Ufa. S única fralda descartável era a Johnson e foi usada no hospital, mesmo porque ela teve alergia. Hoje temos o chá de fraldas. Tudo muito prático, sem calça plástica...mas nem por isto, minha cresceu com traumas...detalhe não podia torcer, tinha que expremer para não dar cólicas no bebê. Mas com menos de dois anos ela já estava desfraldada.

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