terça-feira, 12 de julho de 2016

Os dindos do Miguel

Meus pais ficaram em dúvida na hora de escolher o meu padrinho e, entre Vicente e Carlinhos, este foi o que ganhou, infelizmente. Eu preferia que fosse o primeiro, porque ele sempre foi super presente e carinhoso comigo, até o dia em que faleceu (ou seja, não deixou de ser, na prática, meu padrinho, independente de título!). O outro, eu quase nem via e só foi me procurar depois de grande, recentemente. Não tive o menor saco, confesso. Há lacunas que não podem ser mais preenchidas... que pena...!!!

Na hora de escolher a minha madrinha foi aquele auê! Minhas três primas queriam. Começou a disputa. Três irmãs: Graça, São, Iza. Mamãe, diplomática, escolheu o trio: uma para batismo, uma para consagração e outra para crisma. Acho que só mesmo a primeira, de fato, recebeu o título. Também não tenho muuuuuuito contato com elas.

Com relação ao Miguel, mesmo ouvindo umas duzentas vezes de mamãe que "não é certo deixar pagão" e tal, como não me considero mais católica há tempos, não cedi à pressão e não o batizei. Nem pretendo. Penso que qualquer convenção só tem validade se ela passar pelo desejo (sincero) do coração. O meu não pediu, até hoje, então...

Como, na época, eu estava indo esporadicamente a alguns cultos, concordei, então, em "apresentá-lo ao Senhor" na igreja S8, rodeados de amigos muito queridos, e assim fizemos (mesmo com meu lado crítico afirmando que o Miguel já havia sido apresentado a Deus há tempos, desde o meu ventre, e, inclusive, elezinho só veio por desejo e permissão Dele!).


Mesmo assim, escolhemos um padrinho e uma madrinha, muito mais de consideração do que de título. O combinado era o pai escolher o primeiro e eu a segunda, já que não entrávamos, pra variar, em um consenso. Eu queria que o meu cunhado fosse o padrinho, mas, por conta do acordo, o Marco foi o escolhido por Jeter. Não me opus, já que o considero um cara muito legal, educado, paizão, querido, embora não tão presente na vida do meu filho. A madrinha... que confusão... quase a Terceira Guerra Mundial... eram várias as candidatas... Tinham as minhas amigas Wellen e Lucimara, e a minha prima Iza, mas quem acabou faturando foi... a minha irmã! 


Não me arrependo também da escolha, já que ela se amarra no sobrinho-afilhado e tenta estar sempre presente, apesar da distância física, por morar longe... Só lamento o fato de ele ter que ficar distante, a maior parte do tempo, de uma pessoa que ocupa duas funções tão importantes: de tia e de madrinha, mas... 

De qualquer maneira, sei que a ausência de hoje (física ou não) não é necessariamente a de amanhã e que o mundo gira, e fico feliz e aliviada por saber que meu filho, além de mim, poderá vir a contar com mais essas duas pessoas, dentre tantas que se amarram nele! E é isso que importa! Independente de religião, o que importam são as escolhas feitas pelo coração, reforço, e saber que Deus está presente em cada uma delas, abençoando, servindo de bússola, dando sempre a direção! 

(Andreia Dequinha - mãe do abençoado Miguel)

6 comentários:

  1. Você está certíssima Andreia, a ideia de pagão não é essa, mas eu entendo o que a sua mãe quis dizer. Eu cresci ouvindo isso a respeito do batismo e só depois de muitos anos eu pude entender o que é "ser pagão".
    Fiquei muito feliz lendo o seu texto, pois assim como eu, você também sabe que isso é individual, é uma escolha, e o mais importante, Miguel já é mesmo abençoado por Deus, desde o ventre, sem dúvida!!!.
    É como você mesma disse: "qualquer convenção só tem validade se ela passar pelo desejo (sincero) do coração...
    A ideia da apresentação é muito preciosa, é uma forma de gratidão a Deus pela herança que recebemos do Senhor e também o compromisso que temos diante de Deus para com nosso filho, compromisso de ensiná-lo a percorrer um caminho de felicidade e plena realização, mas sempre levando em consideração que a escolha é dele.

    Muito grata por compartilhar com a gente sentimentos tão marcantes, momentos tão deliciosos também com as pessoas que fazem parte da vida do Miguel e com a certeza de que Deus está realmente presente em cada momento!!
    Texto lindo e cheio de verdades!!
    Me inspirou bastante para poder construir o meu... rs rs, parceria total, porque também não batizei os meus filhos quando eram bebês!
    Adorei!!!!

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    1. Pois é, mas ainda que ele fosse "pagão", caguei! O que importa é no nosso coração e nosso contato com Deus e nossa fé Nele. De nada adianta ser batizado e não ter tudo isso, na minha opinião. Eu mesma fui batizada, minha irmã tb, e nem isso nos segurou em uma religião (muito menos na católica) ou nos tornou melhor ou pior do que ninguém. É mesmo muito pessoal, íntimo, subjetivo ao extremo! O resto é resto...

      Estou doida para ler o seu... Vai pro ar na quinta-feira, né? Porque o da Mônica eu coloquei pra amanhã, visto que tem o meu já hoje. Um beijo grande.

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  2. Sim vai pro ar na quinta feira, já dei uma olhada básica e reparei que tem o da Mônica pra amanhã. Bjos

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    1. Beleza... O da Mônica tinha entrado junto com o meu, hoje, mas pedi pra ela deixar pra amanhã. Há dias em que não tem nenhum... Melhor deixar um por dia... Beijos!

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  3. Bênção nunca é demais e tantas pessoas queriam ser madrinhas, deveriam ser sim. Por que não? Eu acho que quando abençoamos alguém, o fazemos em nome de Deus, ou seja, quem está abençoando na verdade é Deus.
    Eu tenho diversos afilhados, mas há um especial, pois foi ele que me escolheu quando ficou adulto. Ele pertence a igreja evangélica, mas fala para todos que sua madrinha sou eu (mesmo sendo católica). No caso a relação entre padrinhos e afilhados vai além da igreja, o vínculo é no coração.
    A história do seu padrinho é bem parecido com a minha. Meu tio, irmão da minha mãe, era o convidado para ser meu padrinho, mas quando soube quem seria a madrinha (uma moça que andava atrás dele e ele a detestava), desistiu. Daí escolheram um primo da minha mãe que foi mais ausente do que presente.
    Eu vejo de forma positiva a necessidade de padrinhos, independente da religião. A escolha deve priorizar aqueles que poderão acompanhar e que tenham afeição pelo afilhado. Eu até prefiro pessoas da família, pois há mais chances de estarem sempre por perto.
    Seus textos traduzem sempre o carinho e dedicação com que vc vivencia a maternidade, mesmo com as pedras que dificultaram essa trajatória no início. Eu admiro sua coragem em enfrentar o mundo ao lado do seu filho e não baixar a cabeça quando tentam te desestabilizar.
    O Miguel é uma criança muito amada e admirada por todos (inclusive por aqueles que o conhecem somente pelo virtual) tem diversas madrinhas de consideração, não é mesmo? Ele merece o melhor!!
    Sempre mantendo o estilo do bom gosto e precisão, vc faz seus relatos e reforça a admiração que temos pela brilhante inteligência e sabedoria!

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    1. Certamente o vínculo é no coração... o resto é resto! Tudo se torna um mero detalhe! E Miguel tem mesmo um monte de madrinhas emprestadas! Padrinho já é mais difícil... rs rs rs

      Mas vamos que vamos... relatando... experimentando... vivendo... Adorei o seu recadinho e eu mesma tenho um afilhado e quase não vejo! Mora em Arraial e eu só vou lá pra dar aula e volto. Na maior correria. Mas ele está sempre em minhas orações, independente de qualquer coisa. Beijos, amiga. Esperando o seu relato tb, se der tempo.

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